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sexta-feira, 11 de março de 2011

Manifesto de fundação do "Comuna que Pariu!"

Fundação do Bloco "Comuna que Pariu!"

A UJC - RJ lançou seu bloco de Carnaval, não apenas para o carnaval, não apenas para brincar politizando e politizar brincando, mas para organizar.



Manifesto de fundação do "Comuna que Pariu!"

Nosso bloco pretende ser não o maior bloco do carnaval carioca, nem se tornar uma escola de samba, nosso bloco não pretende competir com os grandes blocos do carnaval do Rio, mas pretende mostrar que ainda é possível, e além, que é necessário fazer um apelo a juventude carioca e a demais seguimentos que brincam no carnaval.
Muitos falam do carnaval como a festa democrática, onde o “pobre” vira rei e o “rei” virá pobre, onde todos brincam na rua independente time de futebol, etnia, nacionalidade ou outros falsos antagonismo, dizem até mesmo que não importa nem as classes sociais, todos são iguais. Outros mais realistas dizem do carnaval como a doce ilusão, como algo que se desmancha ao longo de quatro dias trazendo de volta a realidade, mostrando que todo carnaval tem seu fim.

Nós discordamos da visão de festa democrática, discordamos da falácia da volta do carnaval de rua como uma democratização da festa. Discordamos e resolvemos agir.

Onde esta democracia em blocos cercados por corda onde somente entram quem possui a abada do bloco, festas particulares no meio da publicas ruas, excluindo para fora do espaço demarcado àqueles que não compraram a cara camisa.

Nosso bloco tem camisa também, e também a vendemos, mas não para excluir, quem não tem camisa é bem vindo. Nossa camisa é para contribuir com a organização, e pelo orgulho de ser comunista, de brincar sem esquecer a nossa causa, a nossa identidade, a nossa luta. Sem esquecer que não temos um patrocinador - e que não o queremos - que nosso patrocínio é o nosso militante, nosso amigo, nosso colaborador.

A UJC apresente assim seu bloco, na tradição de quem sempre utilizou a cultura na luta de classes, nas tradições de artistas comprometidos com a causa do socialismo, nas tradições de Mario Lago, Candido Portinari, Gianfrancesco Guarnieri, Dias Gomes, Vianinha, do CPC da UNE, da luta pela democratização da cultura, nessas tradições a UJC traz o “Comuna que Pariu!” mais uma arma da crítica.



Heitor Cesar (Historiador, poeta, comunista e membro do Bloco "Comuna que Pariu!")

OBS: Ao longo das publicações apresentaremos os enredos do Comuna que Pariu! deste ano e dos carnavais posteriores.

Um comentário:

  1. Sugestão: O bloco poderia homenagear Oscar Niemeyer. A luta política é uma das questões que sempre marcaram a vida e obra de Oscar Niemeyer. Em 1945, já um arquiteto conhecido, conheceu Luís Carlos Prestes e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Niemeyer emprestou a Prestes a casa que usava como escritório, para que este montasse o comitê do partido. Sempre foi um forte defensor de sua posição como stalinista. Durante alguns anos da ditadura militar do Brasil autoexilou-se na França. Um ministro da Aeronáutica da época disse que "lugar de arquiteto comunista é em Moscou". Visitou a União Soviética, teve encontros com diversos líderes socialistas e foi amigo de alguns deles. Em 2007 presenteou Fidel Castro com uma escultura de caráter antiamericano: uma figura monstruosa ameaçando um homem que se defende empunhando uma bandeira de Cuba. Em seu discurso de 2007, onde Fidel fala em aposentadoria, faz referência ao amigo Niemeyer: "Penso, como o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, que se deve ser consequente até o final".Esta frase foi repetida em sua carta de renúncia de 18 de fevereiro de 2008.

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