Páginas

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

INTERNAMENTE

Meu corpo moreno e magro,
Mas rígido, dessa dureza que
Evoca o diamante-carne de Minas,
De tantas cores quanto sangues,
Que me tingem por dentro
E continuam a manchar de
Verdade e assombramento
Os olhos-borboletas que
Pousam e se espatifam
À vista do que poderia
Jamais ter sido.
 
Assim, acalentado pela vergonha
Ancestral, mais antiga que o medo
Penso em Drummond,
Passeio em Stalingrado,
E acabo em Gaza,
Onde o século XXI saúda a todos
Com um crânio nas mãos
 
Quem sou eu em meio a tanta tecnologia?
O amor corre de cabeça baixa,
desviando-se de bombas e tiros.
O abraço virtual não aquece,
não tem nome ou face.
As ruas se chocam
Elas, as ruas, sempre inexoráveis
Sempre na contra-mão de qualquer
civilidade imposta.
O tempo é pastoso e escorre dos telhados.
Bukowski está morto
Deu a vida por todos nós
Estamos livres para beber da água suja
Tantas perguntas fora de moda
E ainda dizem que a fome
é consequência direta da falta
de qualificação para segurar o garfo.
 
 
 
Daniel Oliveira
Sabará/MG
19Jan09

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Produzimos uma Cultura de Devastação

Produzimos uma Cultura de Devastação Todos os anos exterminamos comunidades indígenas, milhares de hectares de florestas e até inúmeras palavras das nossas línguas. A cada minuto extinguimos uma espécie de aves e alguém em algum lugar recôndito contempla pela última vez na Terra uma determinada flor. Konrad Lorenz não se enganou ao dizer que somos o elo perdido entre o macaco e o ser humano. Somos isso, uma espécie que gira sem encontrar o seu horizonte, um projecto por concluir. Falou-se bastante ultimamente do genoma e, ao que parece, a única coisa que nos distancia na realidade dos animais é a nossa capacidade de esperança. Produzimos uma cultura de devastação baseada muitas vezes no engano da superioridade das raças, dos deuses, e sustentada pela desumanidade do poder económico. Sempre me pareceu incrível que uma sociedade tão pragmática como a ocidental tenha deificado coisas abstractas como esse papel chamado dinheiro e uma cadeia de imagens efémeras. Devemos fortalecer, como tantas vezes disse, a tribo da sensibilidade...

José Saramago, in 'Revista Universidad de Antioquia (2001)'

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Cine ABI, em parceria com o Cineclube da Casa da América Latina, Apresentam: Procurando Allende

O Cine ABI, em parceria com o Cineclube da Casa da América Latina,
Apresentam:
    Procurando Allende
    Direção de Carlos Pronzato 2008 Documentário 70 min. 22/09/2011 quinta-feira a partir das 18h30 na ABI (Associação Brasileira de Imprensa) Rua Araújo Porto Alegre, 71 - 7° andar Centro (próx. ao metrô Cinelândia)
    Sinopse:
Salvador Allende nasceu em Santiago ou em Valparaíso? A partir desta controvérsia começa a busca que este documentário realiza sobre um dos presidentes latino-americanos que calaram mais fundo na memória popular do continente. Busca não só de sua cidade natal, mas principalmente das dificuldades para levar adiante seu projeto político de transformação social, bem como das causas da trágica queda da "via chilena ao socialismo" em 11 de setembro de 1973. E para desvendar as incógnitas desta procura relatam suas experiências ex-ministros, funcionários e militantes da Unidade Popular (UP), amigos de seu círculo íntimo, jornalistas, pesquisadores e militantes de organizações sociais. Lançado em Santiago do Chile nas Jornadas Allendistas durante as comemorações do centenário de nascimento de Salvador Allende em junho de 2008.
Após a exibição do filme, haverá debate.
 Serão concedidos certificados aos participantes. Os 25 primeiros que chegarem terão direito a pipoca e guaraná grátis!
 
cortesia: Sindipetro-RJ
apoio: ABI Associação Brasileira de Imprensa
realização: Casa da América Latina

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Simpósio aberto por Antonio Cândido e uma edição especial marcam as comemorações pelos 75 anos de Angústia, de Graciliano Ramos




Para comemorar os 75 anos da primeira edição de Angústia, de Graciliano Ramos, a editora Record lança na próxima semana uma edição especial do romance e abre um ciclo de debates que percorrerá cinco capitais do país. O primeiro evento ocorrerá na Universidade de São Paulo (USP), na terça-feira (20), e será aberto com um depoimento do escritor, professor, ensaísta e crítico literário Antônio Cândido.

O simpósio "Graciliano Ramos - 75 anos de Angústia"  levará ao público uma visão multifacetada sobre esta grande obra da literatura brasileira, publicada pela primeira vez em 1936 quando Graciliano estava preso. Participarão dos debates os professores Elisabeth Ramos (neta de Graciliano) Erwin Torralbo Gimenez, Hermenegildo Bastos, Wander de Melo Miranda e Belmira Rita da Costa Magalhães, todos especialistas na obra do escritor alagoano.

Após a capital paulista, o simpósio acontecerá em outras quatro cidades: Brasília (22/9), Salvador (04/10), Maceió (06/10) e Belo Horizonte (26/10). Nesta última, o ciclo será encerrado com a exposição "Graciliano - 75 anos de Angústia" , no Saguão da Reitoria da UFMG, onde serão exibidos documentos, textos e objetos do autor.

A edição comemorativa de Angústia é organizada por Elizabeth Ramos e conta com posfácios de Otto Maria Carpeaux e Silviano Santigo, além de fortuna crítica e um texto de apresentação de Elizabeth Ramos. "Angústia constrói, através de uma galeria de personagens e da decadência do espaço e do ambiente, uma análise das infinitas roupagens de que se reveste a miséria humana", resume a professora sobre o terceiro romance do avô.

Escrito em ambiente de desassossego e intrigas, em plena repressão do governo Getúlio Vargas, Angústia reflete o desconforto do autor com a situação de insegurança em que vivia. "Falta-me tranqulidade, falta-me inocência, estou feito um molambo que a cidade puiu demais e sujou", pensa o narrador. Graciliano foi levado preso pouco depois de revisar as últimas páginas do livro.

Abaixo, a programação do simpósio "Graciliano Ramos - 75 anos de Angústia"
São Paulo - 20 de setembro

Local: USP - Prédio das Ciências Sociais e Filosofia (FFLCH), sala 8
Endereço: Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária
Horários: 10h às 12h e 14h30 às 17h
Mais informações: (11)3091-3753 ou 3783
Depoimento de Abertura: Professor Antonio Candido de Mello e Souza
Historiador literário, escritor, ensaísta, professor universitário e crítico consagrado, Antonio Candido nasceu em 1918 no Rio de Janeiro. Sua carreira é marcada pelo trabalho acadêmico, iniciado na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (1942) e prolongado por toda a sua vida, inclusive em instituições estrangeiras. Publicou muitos livros importantes, entre os quais Ficção e confissão (1956), estudo fundamental sobre a obra de Graciliano Ramos, Formação da literatura brasileira (1959), Literatura e sociedade (1965) e Vários escritos (1970).

Brasília - 22 de setembro
Local: Universidade de Brasília, Instituto de Biologia, Auditório 4
Endereço: Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte
Horários: 10h às 12h e 16h às 18h
Mais informações: (61)3107-7211 ou (61) 3107-7203, Depto. de Teoria Literária e Literaturas

Salvador - 04 de outubro
Local: Universidade Federal da Bahia, auditório da Faculdade de Comunicação (FACOM)
Endereço:  Campus de Ondina - Rua Barão de Geremoabo, s/nº
Horário: 14h às 18h
Mais informações: (71)8726-4027 ou (71)3283-6225
Depoimento de abertura: escritor Hélio Pólvora
Nascido na Bahia em 1928, Hélio Pólvora iniciou sua carreira literária no Rio de Janeiro. De volta à Bahia em 1984, seguiu na literatura e em intensa atividade jornalística. À sua estréia em livro com Os Galos da Aurora (1958 e 2002), seguiram-se mais de vinte títulos de ficção e crítica literária, além de participação em antologias nacionais e estrangeiras. Tem contos traduzidos para diversos idiomas. Conquistou prêmios como o Bienal Nestlé de Literatura - Contos (em 1982 e 1986), prêmio da Fundação Castro (Estranhos e Assustados) e do Jornal do Commercio (Os Galos da Aurora).

Maceió - 06 de outubro
Local: Universidade Federal de Alagoas, auditório da FAMED, Faculdade de Medicina
Endereço: Campus A. C. Simões  - Av. Lourival Melo Mota s/nº , Tabuleiro do Martins
Horário: 15h às 18h / 19h30 às 21h30
Mais informações: (82)3241-1524 e (82)3214-1640

Belo Horizonte - 24 de outubro
Local: Universidade Federal de Minas Gerais - Auditório da Reitoria
Endereço: Av. Antonio Carlos, 6627  Campus Pampulha
Horário: 14h30 às 18h
Mais informações: (31) 3409-4650 e (31) 3409-4624
Exposição: De 24 a 31 de outubro,  exposição Graciliano Ramos - 75 anos de Angústia, no Saguão da Reitoria da UFMG

Editora Record / Grupo Editorial Record
Assessoria de imprensa - tel.: (021) 2585 2047 - fax: (021) 2585 2082
Gabriela Máximo ( gabrielamaximo@record.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. )
Leonardo Figueiredo ( leonardo.figueiredo@record.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. )
imprensa@record.com.br

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O feio da cabeça

Eles pensam que a dignidade de uma mulher está em seus cabelos
As mulheres pensam que sua força está em seus cabelos,
Não são Dalilas: Sansão.

Rapunzel era digna,
Virgem Maria idolatrada:
Pura queratina
Pobre Rapunzel!
Joana D’arc fora excomungada.

Em Auschwitz-Birkenau, em Belzec ou em Varsóvia
As mulheres carecas choraram a perda de sua dignidade capilar.
E de toda a sua condição humana.

Para as mulheres que tem câncer,
Para as índias apaches escalpadas,
Para todos os anjos calvos.

O que tu, Homem, ama?
Como tu, Homem, ama?

Nana Krishna Andrade

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Aniversário de Octavio Brandão

No dia 12 de setembro de 2011, lembramos o aniversário do nosso patrono, Octavio Brandão. Há cento e quinze anos nascia em Viçosa, Alagoas, aquele que poderíamos definir como um dos grandes pioneiros da luta pelo petróleo  brasileiro, e também, da edificação de um projeto de transformação socialista em nossa pátria.

Convidamos a todos os sócios e amigos do CCOB para comemorar conosco essa data e participar da mesa redonda que vamos realizar no próximo sábado, 17/09, às 16 horas, abordando aspectos da vida e da obra de Octavio Brandão, com a presença de Roberto Mansilla (História-UFF) e Ney Nunes (História-UERJ).

Viva Octavio Brandão! 

http://centroculturaloctaviobrandao.blogspot.com/2011/09/aniversario-de-octavio-brandao.html

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Um Poema


O meu corpo é território ibérico
Há em meu interior, pequenos cavaleiros e escudeiros,
Mouros, castelhanos, asturianos, catalães.
Gente pequena guerreia dentro de mim.

Sinto as espadas ferindo uns aos outros,
Micro espadas dilaceram o meu coração,
Meu fígado,
Meus pulmões.
Cavalinhos galopam com força pelo meu ventre.
Ah! Dor.
Astúrias, Angústia.

O que é este mistério?
Fundamentos marciais de séculos passados.
Fecho os meus olhos e consigo ver a cor púrpura,
O vermelho,sangue, carmim.
Amarrada, arrasada, aguardo o fim.
Inconsolável, espero o som fúnebre da guitarra,
Andaluzia, Granada.

Nana Krishna Andrade

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O romance histórico

Escrito em 1936-37, O romance histórico de György Lukács é considerado o trabalho mais significativo do filósofo nos anos de exílio na União Soviética. Publicado pela Boitempo Editorial, inédito em português, o livro traz textos preparatórios para uma “estética marxista”. Nele o filósofo húngaro amadurece os fundamentos da sua teoria dos gêneros literários com uma abordagem materialista da história da literatura moderna e investiga a natureza da interação entre o espírito histórico e a grande literatura: correntes, ramificações e pontos de confluência que, do ponto de vista da teoria, são característicos e imprescindíveis. “E isso apenas em relação à literatura burguesa; a mudança provocada pelo realismo socialista ultrapassa os limites de meu estudo”, delimita o autor.

O livro, que conta com apresentação de Arlenice Almeida da Silva e orelha de Carlos Eduardo Ornelas Berriel, mostra como a gênese e o desenvolvimento, a ascensão e o declínio do romance histórico são consequências necessárias das grandes convulsões sociais dos tempos modernos. “Estamos diante de um ensaio feito de deslocamentos e aproximações que entrelaçam literatura, experiência e figuração do tempo. Ele [...], sobretudo, enuncia de lugar improvável uma crítica corajosa contra o pensamento socialista ortodoxo, dito vulgar”, afirma Arlenice.
Com esses estudos Lukács também pôde amadurecer sua teoria sobre o realismo, que para ele não corresponde a uma escola literária, mas sim a uma forma literária que reconstitui o homem na sua totalidade – o que seria particularmente perceptível na obra de Walter Scott, o “grande poeta da História”, que introduziu na literatura épica o retrato dos costumes e das circunstâncias dos acontecimentos, o caráter dramático da ação e, em estreita relação com isso, o novo e importante papel do diálogo no romance, como assinala o filósofo.
Em um capítulo especialmente dedicado à obra scottiana, Lukács sublinha o surgimento do romance histórico na Inglaterra como resultado do despertar da sensibilidade para a história, a consciência do desenvolvimento histórico, em meio às enormes convulsões políticas e sociais das décadas anteriores à revolução burguesa. Nesse contexto, afirma ele, Walter Scott permanece muito fortemente ligado às camadas da sociedade arruinadas pelo rápido desenvolvimento do capitalismo, mas sempre procurando um “caminho do meio” entre os extremos em luta: não fazia parte nem dos entusiastas do desenvolvimento nem de seus apaixonados contestadores. Paradoxalmente, como reforça o filósofo, a grandeza de Scott reside em seu conservadorismo, ao esforçar-se para demonstrar sua realidade histórica pela figuração ficcional das grandes crises da história inglesa. Seus personagens não possuem a profundidade psicológica das figuras humanas individuais, mas o autor é capaz de dar vida humana a tipos sociais históricos com concisão e univocidade, o que se aplica a seus “heróis medianos” insuperáveis no modo realista da “classe média” inglesa. Lukács cita o comentário do crítico russo Vissarion Belinski sobre o caráter épico do romance de Scott, a totalidade histórica presente na figuração e nas personagens coadjuvantes, que em sua maioria é mais interessante e importante que o herói mediano principal. Diz Belinski:
É assim que deve ser em uma obra de caráter puramente épico, em que a personagem principal serve somente de centro em torno do qual os acontecimentos se desdobram e no qual ela se deixa descrever apenas por traços gerais que merecem nossa simpatia humana, pois o herói da epopeia é a própria vida, e não o homem. Na epopeia, o homem é, por assim dizer, submetido ao acontecimento; este, com sua grandeza e importância, encobre a personalidade humana, desvia nossa atenção do homem pela própria diversidade e quantidade de suas imagens, bem como pelo interesse que despertam.
Na obra, além de elucidar aspectos essenciais da obra de Walter Scott – para Lukács, jamais alcançados em sua grandeza por outro escritor –, o filósofo analisa o papel de outros grandes nomes do romance histórico, como Balzac, Stendhal, Goethe, Púchkin, Gógol, Górki e Tolstói.
Trechos do livro
“O ‘herói’ do romance scottiano é sempre um gentleman inglês mediano, mais ou menos medíocre. Em geral, este possui certa inteligência prática, porém não excepcional, certa firmeza moral e honestidade que beiram o sacrifício, mas jamais alcançam o nível de uma paixão humana arrebatadora, de uma devoção entusiasmada a uma causa grandiosa. [...] Essa escolha do herói foi muito atacada pela crítica posterior, por Taine, por exemplo; ela detectou aí um sintoma da mediocridade do próprio Walter Scott como ficcionista. A verdade é o exato contrário. Na construção desses heróis “medianos”, apenas corretos e nunca heroicos, expressa-se o extraordinário talento épico de Walter Scott, talento que marcou toda uma época, ainda que, do ponto de vista psicológico e biográfico, é muito provável que seus preconceitos pessoais, presos à pequena nobreza e ao conservadorismo, tenham desempenhado um grande papel na escolha desses heróis. O que se expressa aqui é sobretudo uma recusa e uma superação do romantismo, assim como um desenvolvimento oportuno das tradições literárias do realismo do período iluminista. [...] Ele se esforça para figurar as lutas e as oposições da história por meio de homens que, em sua psicologia e em seu destino, permanecem sempre como representantes de correntes sociais e potências históricas. Scott estende esse modo de conceber aos processos de marginalização; considera-a sempre em sentido social, e não individual. Seu entendimento do problema do presente não é profundo o suficiente para resolver essa questão dos processos de marginalização. Por isso, ele se desvia da temática e conserva, em sua figuração, a grande objetividade histórica do épico legítimo.”
[...]
“De fato, Scott tornou-se um dos escritores mais populares e mais lidos de seu tempo, em escala mundial. A influência que exerceu sobre toda a literatura da Europa é incomensurável. Os escritores mais significativos desse período, de Púchkin a Balzac, encontraram novos caminhos em sua produção por meio desse novo tipo de figuração da história. Contudo, seria um erro acreditar que a grande onda de romances históricos na primeira metade do século XIX tenha evoluído de fato sobre os princípios scottianos. Já vimos que a concepção histórica do romantismo era diametralmente oposta à de Walter Scott. E é claro que, com isso, a caracterização das outras correntes do romance histórico está longe de se esgotar. Indicamos apenas duas correntes importantes: por um lado, o romantismo liberal, que em termos de visão de mundo e modo de figuração tem muito em comum com o solo original do romantismo, com a luta ideológica contra a Revolução Francesa, mas representa, sobre essa base contraditória e oscilante, a ideologia de um progresso moderado; por outro, escritores importantes – como Goethe e Stendhal – que conservaram muito da visão de mundo do século XVIII e cujo humanismo contém fortes elementos do Iluminismo."
Sobre o autor
Nascido em 13 de abril de 1885 em Budapeste, Hungria, György Lukács é um dos mais influentes filósofos marxistas do século XX. Doutorou-se em Ciências Jurídicas e depois em Filosofia pela Universidade de Budapeste. No final de 1918, influenciado por Béla Kun, aderiu ao Partido Comunista e no ano seguinte foi designado Vice-Comissário do Povo para a Cultura e a Educação. Em 1930 mudou-se para Moscou, onde desenvolveu intensa atividade intelectual. O ano de 1945 foi marcado pelo retorno à Hungria, quando assumiu a cátedra de Estética e Filosofia da Cultura na Universidade de Budapeste. Estética, considerada sua obra mais completa, foi publicada em 1963 pela editora Luchterhand. Já seus estudos sobre a noção de ontologia em Marx, que resultariam oito anos depois na Ontologia do ser social, iniciaram-se em 1960. Faleceu em sua cidade natal, em 4 de junho de 1971. Do autor, a Boitempo já publicouProlegômenos para uma ontologia do ser social: questões de princípios para uma ontologia hoje tornada possível (2010) e O romance histórico (2011).

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Não me resignarei!

Não me resignarei!
seja meu grito
cotidiano.

Não me acomodarei
com a injustiça do
mundo nem com a
cobiça dos homens.

Prefiro me indignar,
me revoltar!

E quando a luta não
for possível, que eu
possa falar, gritar
a plenos pulmões:

Não me resignarei!

Tamanha

Diziam que éramos pequen@s
talvez fôssemos em número,
mas sempre fomos grandes no projeto
e também na vontade,
uma vontade militante que vira ação
que vira vontade que volta a agir,
organiza, é viração, viramundo,
revolução
Tamanha vontade atuante coletiva,
como diz meu camarada, é: - joia rara!

Dario Silva
Santa Catarina/Brasil