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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Os Meninos de Outubro

Todo homem já foi criança
Cultivando em si os sonhos de menino
Presos a vontade por liberdade
E pelas escolhas de suas paixões
Para continuar vislumbrando-se no que ser

Continuo enquanto menino
Sem aceitar a besta devoradora de fantasias
Que explora tudo o que mais valia
E coleciona os gritos de misericórdia
Clamando por igualdade e melhoras

Todos conservam em si o desejo pela mudança
Entre o colarinho branco e o jeans azul
Somente a esperança lhes resta
De que melhores outubros estão por vir.
 
Patrício Freitas

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Funk da ostentação alienação e ideologia


Os jovens das camadas mais pobres da sociedade capitalista sempre buscaram na música uma das formas de expressar sua revolta contra as injustiças de uma sociedade desigual, estas músicas quando surgem acabam se impondo a indústria fonográfica ganha os veículos de comunicação de massa, aparecem produtores empresários que logo vão ganhar altas somas de dinheiro, onde os produtores e empresários vão procurar enquadrar os artistas antes rebeldes em dóceis vendedores de mercadorias adaptados a lógica do mercado é fazer música por encomenda.

Isto ocorreu com inúmeros gêneros musicais. Rock, Jazz, Blues, Samba, Forro etc. Porém foi no século XX com o aperfeiçoamento do mercado de consumo no capitalismo contemporâneo é que surgiu o que os pensadores da Escola de Frankfurt chamam indústria cultural, o nicho do mercado voltado para o entretenimento. Voltando um pouco no tempo, após a segunda guerra mundial, vimos surgir um ritmo musical que marcou a indústria fonográfica e sacudiu o mundo, o Rock And Roll. Entre o fim da década de 1940 e 1950, este ritmo passou a ser expressão inicial da juventude rebelde nos Estados Unidos e depois ganhou o mundo a partir dos anos 1960 ganhando expressão no Rock Britânico em banda como Beatles e Rolling Stones que tinham nos ídolos do Rock Estadunidense suas referencias músicas para criticar o comportamento conservador da sociedade de seus tempos.
Mesmo sem uma clara consciência os jovens e as camadas mais pobres podiam se identificar com este ritmo e denunciar os padrões conservadores da sociedade capitalista, tanto nos Estados Unidos como em todo o mundo. Artistas como Jerry Lee Lewis, Litle Richard, Jonh Lennon, Bob Dilan, Black Sabbath, Pink Floyd, Janis Joplin, Jim Morrison, The Clash, e outros denunciaram em suas músicas a desigualdade social, as guerras imperialistas como a guerra do Vietnam, a Revolução na Nicarágua ao mesmo tempo em que neste mesmo gênero outro ícone Elvis Presley foi a pura expressão dos artistas rendido ao Status Quo aceitando apoiar as ações dos governos capitalistas dos Estados Unidos, se relacionou bem com o ex-presidente Nixon criticou a presença dos Beatles em solo Estadunidense tanto que John Lennon em sua famosa frase afirma sua decepção com seu antigo ídolo (Elvis morreu para mim quando vestiu o uniforme do exercito e conclamou a juventude dos Estados Unidos a ir para a guerra).
Como diz Roberto Muggiatti em seu livro Rock do Sonho ao pesadelo, não podemos sofrer do mal de Orfeu achar que a música por si só vai alterar a realidade do mundo como acreditaram algumas gerações de jovens durante os anos 1950, 1960, 1970 e 1980 no caso aqui no Brasil, quando na verdade usando uma frase do Jimi Hendrix um dos maiores guitarristas de todos os tempos,para se por fim ao capitalismo só a luta organizada das massas exploradas para por fim a este sistema.
A Pujança e efervescência cultural tem haver com a luta de classe, há momentos em que os artistas mesmos conscientes ou de forma inconsciente acabam captando os anseios das massas e as revoltas se refletem nas músicas de muitos artistas mesmo não sendo artistas comunistas expressam em suas letras a contestação à ordem burguesa, a indústria cultural apenas produz para vender ao mercado consumir onde a sociedade mesmo sem uma consciência clara consume, quem hoje com 40 anos cantava Revolução, Revolução uma música do grupo RPM, e nem sabia bem o que era.
Hoje quem esta na casa dos 35 e 45 anos, se pergunta Porque? Hoje os jovens da periferia esta curtindo o Funk da Ostentação e qual a razão de tanto sucesso. Não adianta já partir com pré-julgamento e condenar, devemos fazer uma analise de como esta a luta de classes e como ela se refletiu no Brasil no momento em que estes jovens estão transitando da infância para a juventude e quais são os seus ídolos na música e na vida real.
O chamado Rock Brasil nome difundido após a consolidação deste gênero em nosso país, hoje o Rock Brasil é muito cultuado até pela nova geração de brasileiros, hoje as músicas destes músicos são comentadas até em provas de concurso e vestibular. Ha um fosso muito grande de letras de músicas politizadas, não é apenas as rádios que não tem interesse em divulgar as músicas politizadas, mesmo em época de ditadura e repressão a sociedade ou parcela dela busca burlar a censura e ter acesso, vivia-se outra conjuntura política.
Quando o Rock vai se consolidar como gênero no Brasil, é um momento em vivíamos o período das greves, das lutas contra a ditadura empresarial-militar, após o fim desta ditadura para a volta a democracia formal de hoje mesmo vivendo em uma ditadura de classe, nossos jovens se expressava nas músicas de bandas como Legião Urbana, Plebe Rude, Paralamas do Sucesso, Ultra a Rigor, Ira, Titãs, Garotos Podres e tantas outras. A revolta e o ódio destas letras eram nomes de chapas de Grêmios Estudantis, Dce’s, Ca’s, Congresso de Estudantes nas manifestações e greves daquele período, o Brasil respirava política naquele momento, diante deste quadro o que a indústria cultural poderia fazer vender discos, brincos para os rapazes se sentir igual aos seus ídolos, as rádios e programas de TV vão apenas tocar e vender como produto vejam os casos das camisas com o Rosto de Che.
A partir do impacto do avanço do neoliberalismo no mundo, e no Brasil com a eleição de Fernando Collor em 1989, os anos 1990 em nosso país passou a ser expressão não mais de uma música politizada, mais de uma música idiotizada mercantilizada sem graça descompromissada com as questões sociais, veio a moda e onda do chamado pagode mauricinho, do breganejo hoje rebatizado de sertanejo universitário se analisado a melodia, a harmonia e as letras não tem nada de novo, entre o breganejo de ontem e o breganejo de hoje chamado vulgarmente de Sertanejo Universitário. Grupos como Só pra Contrariar, Raça Negra, Tá na Mente, Chitãozinho e Xororó, Zé di Camargo e Luciano são expressão destes ritmos tão bem denunciada por Lulu Santos em uma entrevista no Programa do Fausto Silva logo no início dos anos 1990 esta entrevista estava no Youtube.
Hoje as músicas de periferia como o Funk da Ostentação reflete a concepção não do artista engajado comprometido com as lutas da classe trabalhadora que luta contra a exploração do capital, esta música reflete o sonho do jovem filho de trabalhadores que vai ascender socialmente, é fazer uma comparação desta música brasileira com a atual música negra dos Estados Unidos o foco não é as lutas coletivas e sim a saída individual ter carros e mulheres. Esta expressa não a visão do bandido romântico de ontem que roubava no asfalto e distribua aos pobres nos morros e periferia, que aconselhava os jovens para não entrar no crime, estudar ser alguém na vida, o Funk da Ostentação reflete a ideia do bandinho iludido com o poder de ter uma arma, consumir roupas caras construir um casarão no morro ostentar poder com as armas enquanto vive poder ter varias mulheres no caso as jovens mais bonitas poder curtir e depois morrer e ter outro para substituí-lo dando continuidade a empreitada capitalista das drogas. Este Funk da Ostentação reflete este mundo capitalista dos bens de consumo, ter carrões, fazer aliança com o mundo do crime, praticar sexo não como uma forma prazerosa libertaria mas, como uma forma alienada de viver como isto vem ocorrendo em nossas periferias, as chamadas gravidez na infância onde estas jovens acham que podem reproduzir o que as mulheres sem conteúdo divulgada pela mídia fazem de usar seus corpos como mercadorias, casar com jogadores de futebol, artistas e empresários, porém no mundo real a história é outra há uma distância entre o mundo real e da fantasia, mesmo sendo um país de mulheres lindas nem todas vão ter as chances de uma Larissa hoje rebatizada de Anita mesmo não sendo tão bonita pode fazer correção no corpo e mixar sua voz em estúdio para gravar e fazer sucesso enquanto pode.
Músicas como o Funk da Ostentação apenas contribui para alienar nossos jovens ajudando a reforçar a ideologia burguesa contribuindo e ajudando a destruir os filhos das classes trabalhadoras ao valorizar o crime e transformar em glamour a violência na periferia.
Defendemos a mais ampla liberdade de expressão das artes, arte como formação da universalidade do sujeito com educação estética não há contradição entre arte popular e arte de massa, há um encontro entre ambos o capitalismo é que criou esta falsa separação ao procurar comercializar todo em uma sociedade onde tudo se torna mercadoria incluindo as artes.
A arte não deixa de ser um fenômeno social, é impossível pensar a arte isolada da sociedade, o artista reflete em sua obra de arte a maneira de ver e sentir o mundo,neste sentido o artista deve se identificar com o proletariado sentir suas alegrias e tristezas compartilhar com as massas os sonhos e esperança de um mundo melhor na derrota do capitalismo no nascimento da Sociedade Socialista.

José Renato André Rodrigues
Professor de Filosofia
Membro do Comitê Central do PCB

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Vianinha, um guerreiro da cultura!

Oduvaldo Viana Filho, o Vianinha, nasceu no Rio de Janeiro, em 1936, e foi um dos principais nomes da dramaturgia brasileira, apesar de ter morrido muito jovem, em 1974, aos 38 anos, de câncer. Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi autor teatral, ator, roteirista de TV, animador cultural, fundador do Centro Popular de Cultura, o histórico CPC da UNE, e do Teatro de Arena e do Grupo Opinião e do Teatro Jovem. Filho do teatrólogo, radialista e cineasta Oduvaldo Viana, também militante histórico do PCB, Vianinha marcou sua trajetória por incansável luta pelas transformações sociais e pelo compromisso com a arte popular, revolucionária e contra o imperialismo cultural que até hoje domina as principais programações culturais brasileiras.
Vianinha estudou arquitetura até o terceiro ano e depois abandonou o curso para se dedicar ao teatro. Começou  em 1955, no Teatro Paulista do Estudante, atuando em vários espetáculos, entre os quais Rua da Igreja, de Lnnon Robinson, Escola de Maridos, de Molière.. Depois participou do Teatro de Arena, em 1956, e atuou em várias peças teatrais, entre as quais Homens e Ratos, de Steinbeck e À Margem da Vida de Tenessee Willians. Preocupado em criar uma dramaturgia vinculada aos problemas nacionais, promove o Seminário de Dramaturgia, visando a descoberta de novos talentos e a criação de textos vinculados à realidade brasileira.

Vianinha era um autor, ao mesmo tempo criativo e compromissado com as transformações sociais. Visando levar a arte diretamente à população criou um elenco para percorrer com sua peça A Mais Valia Vai Acabar Seu Edgar escolas, favelas, sindicatos da cidade e do campo e organizações de bairro. Dessa experiência nasce a ideia do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, que marcou uma trajetória histórica com seu “teatro revolucionário” objetivando conscientizar a população. A experiência do CPC foi tão exitosa que depois suas atividades se estenderam por outras áreas da cultura, como música, teatro, cinema, etc.
Em sua trajetória de artista do povo ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, como Quartos Quadras de Terra, que recebeu o primeiro prêmio latino-americano da Casa  das Américas, em Havana. Ganhou dois Miliéres, com as peças Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come e A Longa Noite de Cristal, além outros prêmios em São Paulo e do Serviço Nacional de Dramaturgia. Além de fundador do Grupo Opinião e do Teatro Jovem, Vianinha também atuou no cinema, em Cinco Vezes Favela, de Cacá Diegues, e fez tele-dramas de agitação e tele-teatro para uma comunicação rápida e direta com o público. Em 1973 vai para TV Glogo, onde escreve, junto com Armando Costa, o premiadíssimo seriado A Grande Família, até hoje ainda apresentado na TV Globo.
Vianinha, como autor identificado com os interesses do povo brasileiro, foi duramente censurado pelo regime militar. A maior parte de suas obras não puderam ser exibidas a partir de 1964 porque estavam proibidas pela censura. Vianinha morreu aos 38 anos sem ver encenadas suas duas obras primas, Papa Highirte, escrita em 1968 e só montada onze anos depois, e a clássica Rasga Coração, cujos últimos diálogos foram ditados no leito da morte, e também só encenada muitos anos depois.
Princpiais obras de Vininha
1959 - Chapetude Futebol Clube
1957 – Bilbao, Via Copacabana
1961 - A Mais Valia vai Cabar, seu Edgar
1963 - Quatro Quadras da Terra
1963 – Brasil Versão Brasileira
1964 -  Roteiro Show Opinião
1965 – Se Correr o Bicho Pega, Se Ficaro Bicho Come
1965 – Moço em Estado de Sítio
1966 – A Mão na Luva
1967 – Os Aeredos Mais os Benevides
1967 –Meia Volta Volver
1968 – Papa Highirte
1968 – Dura Lex, Sed Lex, No Cabelo Só Gumex
1971 – Corpo a Corpo
1971 – A Longa Noite dos Punhais
1971 – Nossa Vida em Família
1973 – Allegro Desbum
1974 – Rasga Coração
Roteiros de Shows
1964 -  Roteiro Show Opinião
1966 – Telecoteco Opus No. 1
Participação Como Ator
Teatro
1955 – Rua da Igreja
1956 - Escola dos dos Maridos
1956 -  À Margem da Vida
1956 - Homens e Ratos
1956 – Só o Faraó Tem Alma
1958 – Eles não usam Black-Tie
1965 – Liberdade Liberdade
1969 – As Duas Faces da Moeda
1971 – Um homem sem Importância
Cinema
1962 - Duas Vezes Favela
Adaptações de Peças para TV, Teleteatro e seriado televisivo
1972 – Medéia, Noites Brancas, A Dama das Camélias, Mirandolina, Ano Novo, Vida Nova.
1973 - A Grande Família

Fonte: http://pcb.org.br/fdr/index.php?option=com_content&view=article&id=528%3Avianinha-um-guerreiro-da-cultura&catid=6%3Amemoria-pcb

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Cotidiano Transformado em Canções


Chico Buarque tem os olhos fundos de CAROLINA. 
Olhos que guardam todas as dores do mundo.
Mas, ao contrário da musa de sua música, para quem o tempo passou na janela e ela nada viu, Chico transforma em canção o COTIDIANO. 
Registra tudo com olhar aguçado de um cronista que, como poucos, sabe traduzir o espírito e a realidade de seus contemporâneos.

Uma realidade dura como a de PEDRO PEDREIRO, que fica esperando,esperando...
Mas Chico não constrói suas crônicas apenas com tijolo, num desenho lógico. O poeta amargo de DEUS LHE PAGUE ou de COTIDIANO esbanja AÇÚCAR E AFETO para cantar o amor, como em BEATRIZ. 
Sabe também cantar a canção despedaçada de TROCANDO EM MIÚDOS ou de ATRÁS DA PORTA, em que contraditoriamente maldiz o nome dela e a adora pelo avesso.

A contradição só desnuda os muitos Chicos de suas crônicas musicadas. 
E neste campo ele pode tudo. Incorpora o universo feminino em OLHOS NOS OLHOS. 
Mas o Chico de ANGÉLICA, que chora a perda do filho nos porões da ditadura, convive pacificamente com MEU GURI e o PIVETE dos sinais da cidade. 
São realmente muitos os Chicos. 
É como SOB MEDIDA, em que ele ser sua alma gêmea, sua fêmea, seu par, sua irmã, seu incesto.

Emiliana Esteves
Sabará/MG

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Antifascista e cantor rap grego assassinado pelos nazis do Amanhecer Dourado

Um conhecido antifascista grego, de 34 anos, foi morto pouco depois da meia noite de hoje, em Atenas, após ter sido atacado por um grupo de neonazis, membros do partido Golden Dawn (Amanhecer Dourado). O assassino foi preso e confessou que é militante daquele partido neonazista.

De acordo com as primeiras informações, um grupo de 20-25 fascistas atacaram Fyssas Pavlos e os amigos, 5 ou 6 homens e mulheres, um pouco depois da meia-noite, quarta-feira, 18 de setembro. Pavlos foi atacado por um homem de 45 anos de idade, que o esfaqueou duas vezes. Foi transferido para um hospital próximo, onde sua morte foi verificada pelos médicos.
O agressor foi preso pela polícia (que – segundo alguns  – estaria perto do local da agressão, mas não interveio) e confessou a sua ligação ao partido nazi Golden Dawn, de acordo com as informações oficiais prestadas pela polícia hoje.
A vítima, Pavlos Fyssas, era um antifascista conhecido na sua área e também um cantor de rap, que usava o nome de  Killah P. Para hoje estão marcados vários protestos contra a sua morte, um deles às 18h00 perto do lugar onde o assassinato ocorreu.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Plenária traça diretrizes para o Coletivo Cultural Vianinha

O Coletivo Cultural Vianinha realizou, sábado, dia 14, sua primeira plenária em São Paulo com a participação de 20 companheiros, entre músicos, poetas, atrizes, grafiteiros, pessoal de multimídia, e agitadores culturais em geral, na sede do PCB. Foi uma plenária muito participativa, na qual foi tirada uma série de ações culturais para dinamizar o trabalho do Coletivo. Como primeira medida, decidiu-se criar um blog e uma página no facebook; fundou-se o Cine Clube Vianinha, que inicilmente terá atividade mensal e que fará sua estreia dia 20 com o filme Adeus Lenin; decidiu-se também pela realização de uma atividade de formação sobre a história de participação da juventude no área cultural, especialmente o CPC e outros movimentos culturais.

O Coletivo elegeu uma coordenação, formada pelos companheiros Edmilson Costa, Alessandra Cavagna e Fernanco Magnos. Também foram criados três Grupos de Trabalho para organizar e dinaminar as ações do Coletivo nas áreas de Música, Literatura e Comunicação, com cerca de cinco companheiros em cada grupo. Durante a reunião os participantes relataram suas experiências artísticas, como forma de resgatar o trabalho prático que cada um já tinha desenvolvido e, assim, recolher as experiências e ajustá-las aos nossos dias.
Ao longo da reunião surgiram um conjunto de idéias e ações culturais, que serão implementadas à medidas em que o Coletivo for ganhando força e inserção social. Foi desenvolvida a idéia de que o Coletivo deve centrar suas ações nos espaços públicos da cidade, numa espécie de guerrilha cultural com ocupações de praças, parques, locais públicos, envolvendo saraus de poesia, pocket show de teatro, apresentações musicais e construção de murais nas várias regiões da cidade.
Além dessa idéias, no médio prazo o Coletivo Cultural Vianinha vai constituir as Brigadas de Poesia, as Brigadas de Música, Brigados de Teatro, Brigadas de Artes Plástica, todas com atividades de ocupação do espaço público e atividades interligadas, de forma a realizar a integração com as pessoas nos bairros da cidade, com os movimentos sociais, com os sindicatos e trabalhadores em geral.O Coletivo Vianinha também está prevendo atividades na área de vídeo, cinema, mídia digital, festivais em geral, de forma a ampliar a visibilidade de sua atuação.
O Coletivo está aberto à participação de todos os artistas e agitadores culturais que pretendem desenvolver um trabalho de resistência cultural. A próxima reunião está marcada para 19 de outubro, em princípio no mesmo local da primeira plenária – Rua Francisca Miquelina, 94 (Centro).

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Graciliano Ramos: Cultura a serviço do povo

Camaradas:
Não sei bem se o que lhes vou dizer nesta conversa ligeira combina com o título dela, anunciado no jornal. Escapou-me a notícia, é possível que me afaste um pouco da matéria comunicada aos leitores.
Bem. Para não estarmos com prólogos, entro no assunto e declaro que, na minha fraca opinião, antes de vermos no livro um veículo de cultura, devemos considerá-lo simples mercadoria. Evidentemente ele não é uma graça de Deus, como a luz do sol e a água da fonte: encerra o esforço de numerosas pessoas, do trabalho complexo do autor à rija labuta do impressor. Sem levarmos em conta as fases anteriores e posteriores a isso: a fabricação do papel, da tinta, das máquinas, dos cordéis; a distribuição, a propaganda e até o que neste momento realizamos, pois, confessemos honestamente, exercemos aqui o ofício de camelôs.
Esta minha declaração chocha retira ao livro, objeto pouco mais ou menos inútil à massa e apenas acessível aos iniciados, o caráter de coisa misteriosa a que desde a infância nos habituamos. Criou-se uma espécie de tabu vantajoso à classe dominante: a sabedoria dos compêndios foi durante séculos e continua a ser meio de opressão. Sujeitos hábeis reuniram ideias safadas e adularam, sem nenhuma vergonha, os seus patrões horrorosos. A imprensa sadia é instituição velha, anterior aos tipógrafos, já usada pelos escribas do Egito.

Deixemos os escribas do Egito. Se meter-me em funduras, daqui a pouco estarei falando difícil, empregando a linguagem que desvia dos pensamentos arrumados na folha o homem da multidão. Volto ao que afirmei no começo: o livro é mercadoria. As metralhadoras também são mercadorias, que, até hoje utilizadas contra o povo, irão resguardá-lo. É intuitivo, porém, que de nada servirão se ele não souber manejá-las.
A verdade é que nem todos os livros cantam loas aos tiranos. A desgraça dessa gente é perceber que as suas armaduras racham, a sua força se esvai, os seus defensores se transformam de repente em inimigos. A palavra escrita é arma de dois gumes. A literatura velha arqueja e sucumbe; a literatura nova fere com vigor a reação desesperada. Não nos ocupamos da primeira, está visto; deixaremos que se enterre, no silêncio, na penumbra e no mofo, com algum latim resmungado pelos críticos da LEC.(2) A segunda é a que nos traz a esta sala, encerra-se nos volumes aqui expostos. Precisamos conhecê-la de perto. É claro que nada ganharemos olhando, com respeito, esses volumes protegidos por uma vitrina. Indispensável sabermos o que há dentro deles. Vimos numa capa o nome de Máximo Gorki e experimentamos o desejo de largar uns palpites sobre ele, atrapalhando tudo. Recuamos a tempo — e na reunião da célula ouvimos, bastante chateados, referências ao admirável russo, num informe. Contudo, a recordação da vitrina permanece, garantimos que Máximo Gorki é notável. Temos de cor uma lista de personagens célebres, afirmamos a celebridade, mas seria difícil dizermos em que ela se baseia. Asserções que nos fizeram na escola, repetidas longamente, foram aceitas afinal. Em vão tentamos adivinhar como subiram certos figurões das letras nacionais. Vi um tipo quase chorar lendo a notícia da morte de um literato conde.
Necessário conhecermos a razão dos nossos entusiasmos, não nos comovermos à toa. Vamos ver se a página impressa é digna de admiração. Tratemos, pois, de adquiri-la: é para ser vendida que se exibe além do vidro. Terra de leitura escassa. Vemos filas para banha, açúcar, pão, carne, o diabo, mas não conceberíamos fila diante de uma livraria. Realmente ali não se vendem comestíveis. Contudo é bom um sujeito ler algumas vezes, ao menos para fingir importância na presença do chefe ou da namorada.
Literatura ao alcance da massa? Muito bem. O livro está perto, à mão, na vitrina. Foi redigido cuidadosamente: no interior dele não há cercas de arame farpado, evitaram-se atoleiros, rios cheios, pedras escorregadias e pinguelas, enfim qualquer inteligência razoável pode transitar ali facilmente, por todos os lados. Agora esperemos que o homem do povo se mexa, dê alguns passos até o balcão da livraria, peça o volume. E pague, naturalmente, pois os cidadãos que mourejam naquilo não vivem no éter.
Rio, 28 de fevereiro de 1947
IN: RAMOS, Graciliano. Garranchos [organização de Thiago Mio Salla]. 2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2013, p. 293.
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Notas
1. Arquivo Graciliano Ramos, Manuscritos, Discursos, not. 12.22A. Título atribuído pelo organizador. Palestra proferida por Graciliano no comitê distrital Santos Dumont, órgão pertencente à estrutura do PCB, no dia 1° de março de 1947. Segundo o jornal Tribuna Popular, tal fala, intitulada “Cultura a serviço do povo”, se deu no contexto da “Campanha do livro”, promovida pelo Partidão, que pretendia, sobretudo, estimular a venda de obras das editoras de orientação comunista Vitória e Horizonte. Na oportunidade, o escritor alagoano foi homenageado pelo jornalista Astrojildo Pereira (GRANDE INTERESSE desperta a “Campanha do livro”. Tribuna Popular, Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 1947, p. 3).
2. Referência à Liga Eleitoral Católica (LEC), uma associação civil de caráter nacional criada em 1932, no Rio de Janeiro, por dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, com o auxílio de Alceu Amoroso Lima. “Seu objetivo era mobilizar o eleitorado católico para que este apoiasse os candidatos comprometidos com a doutrina social da Igreja nas eleições de 1933 para a Assembleia Nacional Constituinte e de 1934 para a Câmara Federal e as assembleias constituintes estaduais” (KORMIS, Mônica. LIGA ELEITORAL CATÓLICA (LEC). In: ABREU, Alzira Alves de et al [coords.]. Dicionário histórico-biográfico brasileiro — Pós-1930. Rio de Janeiro: CPDOC, 2010). Atuou ainda nos pleitos presidenciais de 1945 e de 1950, bem como nas eleições para a Assembleia Constituinte de 1946.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Fallece en La Habana destacado cineasta Daniel Díaz Torres

En la madrugada de este lunes falleció en La Habana Daniel Díaz Torres, destacado y multipremiado director de cine cubano, producto de una penosa enfermedad. Será velado en la funeraria de Calzada y K, Vedado.
Díaz Torres nació el 31 de diciembre de 1948. Inició su labor como documentalista en 1975 y poco después realiza casi un centenar de ediciones del Noticiero ICAIC latinoamericano entre 1977 y 1981. Su debut como realizador de largometrajes tiene lugar en 1984 con el filme Jíbaro. Salta a la notoriedad internacional con la sátira Alicia en el pueblo de Maravillas (1991).

Se graduó en 1978 de licenciado en ciencias políticas en la Universidad de La Habana. Escribe críticas y artículos de cine para las principales revistas y periódicos y a su vez participa en la dirección de seminarios sobre cine en las Universidades de Oriente y de La Habana. A partir de 1971 comienza su trabajo como asistente de dirección, realizando paralelamente algunas menciones para la televisión. Colabora además como asistente de dirección en Muerte y vida en El Morrillo, Los días del agua, El hombre de Maisinicú, De cierta manera, Mella y Río Negro.
Inicia su labor como documentalista en 1975, que será incesante en la segunda mitad de los años setenta: Libertad para Luis Corvalán (1975), Encuentro en Texas (1977), La casa de Mario (1978), Los dueños del río (1980), Madera (1980), Vaquero de montañas (1982) y Jíbaro (1982). En 1986 realiza el largometraje de ficción Otra mujer, una comedia retro (la acción ocurre en los años sesenta) con guión de Jesús Díaz y fotografía de Raúl Pérez Ureta, que lo acompañará en varias de sus posteriores y más famosas películas. En 1995 concluye el mediometraje Quiéreme y verás, que continúa su sátira de los géneros convencionales (el policiaco, el melodrama, el cine de espías), la colaboración con Raúl Pérez Ureta, y entrega un brillante desempeño de Reinaldo Miravalles, uno de los mejores actores del cine cubano.
Su burla de los géneros convencionales luego se combina con el retorno a la situación y los personajes contemporáneos en las comedias Kleines Tropikana (1997) y Hacerse el sueco (2000). Más tarde realiza varios documentales (Entrevista a Ricardo Alarcón de Quesada, Los cuatro años que estremecieron al mundo —de la serie Caminos de Revolución—, Tres cantos a New Orleáns) y un filme con referentes históricos para la televisión española (Camino al Edén), 2007 antes de retornar a sus fueros paródicos con Lisanka (2009). Integraba la Unión de Escritores y Artistas de Cuba (UNEAC). Impartió clases de historia del cine en la Universidad de La Habana. Desde 1986 laboraba en la Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de los Baños. A lo largo de su vida obtuvo numerosos premios y menciones en festivales internacionales, y era miembro del Comité de Cineastas de América Latina y miembro fundador del consejo superior de la Fundación del Nuevo Cine Latinoamericano.
FILMOGRAFÍA
  • Libertad para Luis Corvalán (Doc.) 1975
  • Granma (Noticiero monotemático. Año 12, No. 285) 1976
  • Encuentro en Texas (Doc.) 1977
  • La casa de Mario (Doc.) 1978
  • Madera (Doc.) 1980
  • Los dueños del río (Doc.) 1980
  • Noticiero ICAIC Latinoamericano (Entre 1975 y 1981 realizó 90 emisiones)
  • Vaquero de Montaña (Doc.) 1982
  • Jíbaro (Ficc.) 1984
  • Otra mujer (Ficc.) 1986
  • Crónica informal desde Caracas (Doc.) 1989
  • Alicia en el pueblo de Maravillas (Ficc.) 1990
  • Quiéreme y verás (Ficc.) 1995
  • Kleines Tropicana (Ficc.) 1997
  • Hacerse el sueco (Ficc.) 2000
  • Los cuatro años que estremecieron al mundo, de la serie documental: Caminos de Revolución. 2004
  • Una isla en la corriente De la serie documental: Caminos de Revolución. 2004
  • Camino al Edén (Ficc.) 2007
  • Lisanka (Ficc.) 2009
  • La película de Ana (Ficc.) 2012.
Como asistente de dirección:
  • Los días del agua ( Dir. Manuel Octavio Gómez) 1971
  • Muerte y vida en el Morrillo (Dir. Oscar Valdés) 1971
  • El hombre de Maisinicú (Dir. Manuel Pérez) 1973
  • De cierta manera ( Dir. Sara Gómez) 1974
  • Mella (Dir.Enrique Pineda) 1975
  • La Batalla de Jigüe ( Dir. Rogelio París) 1976
  • Río Negro( Dir. Manuel Pérez) 1977

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

As dúvidas sobre a morte de Pablo Neruda

No dia 11 de setembro de 1973, quando o governo de Salvador Allende foi derrubado por um golpe de estado liderado por Augusto Pinochet, a casa de Pablo Neruda, na Isla Negra, foi saqueada e seus livros, queimados. Enquanto tudo isso ocorria, o poeta estava no hospital, afetado por um câncer de próstata. Desde que escutou no rádio as últimas palavras de seu amigo Salvador Allende, Neruda foi se apagando aos poucos. Finalmente morreu no dia 23 desse mês fatídico.
Christian Palma - Correspondente da Carta Maior em Santiago do Chile (@chripalma)
Em 11 de setembro de 1973 o governo de Salvador Allende é derrubado por um golpe de estado protagonizado por Augusto Pinochet, durante o qual a casa na Isla Negra do poeta prêmio Nobel de Literatura Pablo Neruda é saqueada e seus livros, queimados. Enquanto tudo isso ocorre, o poeta está no hospital, afetado por um câncer de próstata, moribundo, e pede notícias. Às vezes consegue dormir, às vezes delira. Desde que escutou no rádio as últimas palavras de seu amigo Salvador Allende, Neruda foi se apagando aos poucos. Finalmente morreu no dia 23 desse mês fatídico.
“Dos desertos do salitre, das minas submarinas de carvão, das alturas terríveis onde se faz o cobre e de onde é extraído com trabalhos inumanos das mãos de meu povo, surgiu um movimento libertador de magnitude grandiosa. Esse movimento levou à presidência do Chile um homem chamado Salvador Allende, para que realizasse reformas e tomasse medidas de justiça inadiáveis, para que nossas riquezas nacionais fossem resgatadas das garras estrangeiras”, escreveu Pablo Neruda. A oito dias do golpe de estado no Chile, o poeta era transportado de ambulância da sua casa na Isla Negra, um pequeno povoado na costa da zona central, situada a uns poucos quilômetros ao sul de Valparaíso, até a Clínica Santa María, de Santiago.
No estado de saúde delicado em que se encontrava o poeta e ex-senador do Partido Comunista chileno, seus pensamentos naquele dia não podiam deixar de estar submetidos à tristeza pelo que havia ocorrido no país que, de imediato, transformou-se numa nação onde a crueldade se vivia nas ruas, com milhares de pessoas mortas ao longo do país.
O câncer que afetava Neruda tinha se agravado depois do golpe e a partir da violência dos militares que também tinham invadido a casa que o poeta tinha em Santiago.
O embaixador do México no Chile reservou uma peça de sua casa para o poeta e político na Clínica Santa María. Na ambulância, sua mulher, Matilde Urrutia, o acompanhou. Atrás da ambulância um fiat branco 125 o seguia, conduzido por seu chofer, Manuel Araya.
Cinco dias depois, em 23 de setembro, Pablo Neruda morre, segundo os médicos, devido ao seu câncer. Agora, há quase 40 anos, o motorista, Manuel Araya, afirma que Pablo Neruda foi assassinado por agentes do regime militar, como o assegurou, numa entrevista publicada na revista mexicana Proceso, o que provocou uma polêmica inevitável.
No quarto estúdio em sua casa, onde há um quadro com a imagem de Neruda e uma série de livros com suas obras, Araya, em seus 65 anos e calvo, com cabelos grisalhos do lado, aumenta a voz para relatar sua versão dos fatos, quando afirma que Neruda foi transportado para a clínica não por seu estado delicado de saúde, mas para esperar um avião que, em 24 de setembro o levaria para o México, em direção a um autoexílio, devido à tragédia que se desencadeava nas ruas chilenas por esses dias, contra quem fizesse parte do governo de Allende, simpatizantes, parlamentares de governos, dirigentes sindicais e sociais e gente dos setores mais pobres.
Araya acredita que o escritor tinha recebido sua injeção letal no estômago. O ex-motorista assegura além disso que Matilde Urrutia não quis dar início a ações legais, por medo de perder seus bens. “Por volta das quatro da tarde entrou um médico na casa e lhe deu uma injeção. Fomos arrumar nossos pertences e, quando chegamos na clínica Neruda tinha como que uma mancha roxa no estômago. Entrei no banheiro para lavar o rosto, quando chegou um médico e me mandou comprar um remédio”, disse o ex-motorista.
Esta hipótese não é absurda para o senso comum de muitos chilenos, pois o ex-presidente democrata cristão, Eduardo Frei, também morreu num hospital, em 1982, depois de ter recebido uma injeção letal dos agentes dos serviços de inteligência do regime militar. Mas o certo é que a versão relatada por Araya em pouco tempo foi desvirtuada por amigos e biógrafos de Neruda. Darío Oses, chefe da biblioteca da Fundação Neruda, diz que o poeta morreu por motivos de saúde.
Jaime Quezada, diretor das oficinas de poesia da fundação, tampouco dá crédito ao motorista. “Eu entreguei alguns papéis para a fundação mas não aconteceu nada. Além de sua própria doença, Neruda estava emocionalmente afetado e isso deve ter influído em sua morte”.
A mesma fundação, em junho passado, emitiu um comunicado público no qual nega a tese de assassinato. “Não existe evidência alguma nem prova de natureza alguma que indiquem que Pablo Neruda tenha sido morto por uma causa distinta do câncer em estado avançado que o acometia”.
De todo modo, o alvoroço das declarações do ex-motorista produziu o efeito concreto de iniciar uma investigação judicial a cargo do juiz Mario Carroza, que acolheu a representação do Partido Comunista chileno. Araya se mostrou satisfeito com a decisão da Justiça, pois disse que passou “anos batendo em portas e ninguém me escutou. Sempre pensei que morreria e esta verdade não seria revelada”.

“Estou à disposição de tudo o que venha pela frente: não tenho medo porque tenho a verdade. Aqui não há ninguém mais que tenha a verdade, porque eu sou o único, eu vivi os últimos dias com ele”, foi um dos comentários de Araya aos meios de comunicação, depois que ficar sabendo da abertura do processo judicial.
Por sua vez, o juiz Carrroza disse que o informe que o Serviço Médico Legal do Chile a partir da análise forense dos restos de Neruda, é uma prioridade, visto que a partir deste documento serão fixadas as próximas diligências do caso, daí porque não se descarta pedir a exumação do corpo que está enterrado na sua residência em Isla Negra.
“Além da investigação que está a cargo da Brigada de direitos humanos, parece-nos necessário, e sobre isso se conversou com o Serviço Médico Legal, estabelecer os antecedentes médicos que existiam antes do câncer que ele tinha”, disse Carroza.
Assim, Araya não é o único dos chilenos que esperam tranquilamente as conclusões da investigação judicial, pois o informe final dirá se Neruda foi assassinado e, se confirmado, isso incentivará a cerimônia pública de despedida que mereceu, por parte do povo que tanto o amou e que ainda lê suas poesias, além de admirarem seu compromisso político e social e de sua amizade com outro grande, como Salvador Allende.
Tradução: Katarina Peixoto

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Centro Cultural da Cara Vídeo convida: Debatendo a " REFORMA E REVOLUÇÃO: PROJETO POPULAR E SOCIALISMO"

Convido os amig@s e lutadores, nessa 6ªf. o professor da UEG, grande militante da ultima greve e membro da direção do PCB , Robson de Moraes estará na escola de Educadores populares da RECID às 19h30min no centro Cultural da Cara Vídeo debatendo " REFORMA E REVOLUÇÃO: PROJETO POPULAR E SOCIALISMO"

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Convocação Coletivo Cultural Vianinha

É SABADO, NÃO ESQUEÇAM.

ATENÇÃO COMPANHEIROS DA CULTURA!
O partido Comunista Brasileiro (PCB) está organizando o Coletivo Cultural Vianinha, um espaço para reunir todos os companheiros que atuam no campo cultutural – pessoal da área de música, poesia, teatro, dança, artes plásticas, cinema, fotografia, grafiteiros. Queremos iniciar um grande movimento cultural em São Paulo, amplo, libertário e com condições de interferir na vida d cidade.
Temos consciência que a cultura brasileira hoje está completamente dominada pelos capitalistas – gravadoras, empresários da área do teatro, do cinema e dos outros espaços culturais. Realizam uma arte conservadora, alienante, elitista, sem nenhum compromisso com a população brasileira, especialmente população dos bairros.
Portanto, está na hora de balançar esse coreto, levantar a poeira, revolucionar o ambienbte artístico de São Paulo. Vamos construir nosso Coletivo Cultural para fazer uma guerrilha cultural nas ruas, praças, bairros, nos espaços alternativos, de forma a formar um grande movimento cultural em nossa cidade.
Portanto, estamos chamando todos os companheiros da área cultural para uma reunião onde discutiremos a formação do nosso Coletivo Cultural Vianinha, seus princípíos, sua plataforma, sua ação prática. A hora é agora, porque quem sabe faz a hora não espera acontecer, como diria o nosso querido Geral Vandré.
O sonho que se sonha só é só um sonho só, mas o sonho que se sonha junto vira realidade – Raul Seixas.

Todos à reunião de construção do Coletivo Vianinha
Dia: 14 de setembro (sábado) de 2013, às 14 horas
Local: Rua Francisca Miquelina, 94 ( Centro)
Contato: Edmilson – (11) 983491851 - a Raul e Alef (11) 31068461

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Quem tem boca vaia Roma

Recuso-me à pisar no seu coliseu
Pois não sou cidadão e nem plebeu
Não sou um escravo-propício
E tão pouco, um patrício

Não sou bárbaro, nem gladiador
Para viver do seu favor...
Na arquibancada ou nos arcos, eu não estou!
Nem na tribuna de honra de um ditador...
Não decido quem vive ou quem morre
E sequer falo Latim, acho um porre!

Não sou um jantar cristão
Tão pouco um bestial Leão...
Não uso Toga nem Pálio
Tão pouco, sou um cativo trácio

Me recuso a pagar o seu pedágio...
E a empunhar: uma rede, um tridente ou um gladio!
Me abstenho até de queimar Roma...
Não gosto de Nero, nem de sua pompa!

Mas gosto da arquitetura...
Odeio a sua usura!
Não gosto de certos romanos!
Acho-os corruptíveis e profanos...

Não sou nem um pouco pagão...
Não acredito em Martes, nem em Plutão!
Me recuso a receber o seu pão!
Nem estou desesperado ou aflito...
Ao ponto de participar desse circo!

(Felipe Lustosa)

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Amarrados Pelas Classes

Estamos presos as amarras
Que nos separam pelo ter
Mediante ao poder
Dos colarinhos com gravatas

Castigados pela ilusão
Que o privado também é nosso;
Ofuscados pela exploração
Acreditamos: “tudo posso!”

O espectro que rondava
E que ontem ainda mais valia
Absolutamente nada
Para os braços que trabalhavam
Mas continua a se reproduzir...

Que nos livremos da alucinação
Da livre escolha de consumir
Pelas amarras que nos prendem
As nossas classes de possibilidades. 


Patrício Freitas
Graduando em Ciências Sociais
Coordenação Nacional da ANECS
Secretario de Articulação e Mobilização do Movimento Estudantil (CACIS-UNEB) 
Universidade do Estado da Bahia - UNEB 
Tel: (71) 9131-9001 (71) 8669-0130

UJC- Bahia

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Agora é o barato do Obama

 
Agora é o barato do Obama
dizer que desbaratou Osama.

Barack de araque,
não saiu do Iraque.

Não agradou nem gregos, nem republicanos,
nem fechou Guantánamo.

Desagradou democratas e troianos.
Entra ano sai ano o mesmo desengano,
sem-graça a piada:
a saúde pública continua privada.

Gilson Ribeiro, 03 de maio de 2011.