"Eu não sou saudosista. Não fico
lamentando: ’ah, o meu tempo’. Meu tempo é hoje. Não fico na calçada
vendo o desfile passar. Eu vou junto".
Lendo esta frase podemos perceber a pessoa inquieta que existia em
Mário Lago. Ele nasceu no dia 26 de novembro de 1911, em uma casa da Rua
do Resende, na Lapa, Rio de Janeiro. A mãe, Francisca Maria Vicência
Croccia do Lago, acalentava o sonho de batizá-lo com um nome imponente:
Mário de Pádua Jovita Correa do Lago. Mas nasceu tão esmirradinho que o
pai, o maestro e violinista Antonio Lago, achou melhor encurtar,
pensando que seria muito nome para um bebê tão pequeno; e, quem sabe? O
menino, que não parecia ter boa saúde, nem vingasse: - Bota só Mário
Lago; e olhe lá! – falou para o tabelião. Com este nome curto e direto,
Mário vingou e viveu 90 anos muito bem vividos, influenciando e se
deixando influenciar pelo Século XX. Sonhava em chegar aos 100 anos; na
memória popular, talvez chegue aos 200, 300, sabe-se lá.
Para comemorar o centenário de Mário Lago, a família e amigos criaram o
ano do centenário dele com o título: “100 anos de Mário Lago, o homem
do Século XX – Memória em Movimento” que começou em 26 de novembro de
2011 saiba mais: www.mariolago.com.br.
Vários eventos estão sendo realizados pela família e amigos, entre
eles, lançamento de CD, produção de um documentário, shows, lançamento
de selo, livros e medalha comemorativa e outras atividades.
Convidados por seus filhos Mário Lago Filho e Graça Lago, Edson Lima do projeto O Autor na Praça em parceria com Emerson Boy Batista do Estúdio todos os Dias são Bemóis,
estão organizando um show dentro das celebrações do centenário de Mário
Lago em São Paulo. Será no dia 9 de dezembro, domingo, das 14 às 19h,
na Praça Benedito Calixto, no bairro de Pinheiros. Mário Lago Filho
destaca que esta comemoração na Praça Benedito Calixto, tem um valor
muito especial para a família e será um reencontro na casa onde moraram.
O evento faz parte da celebração dos 25 anos da Feira de Arte, Cultura e
Lazer da Praça Benedito Calixto.
Homenagem ao centenário do ator, compositor, escritor, poeta,
boêmio e ativista político Mário Lago, na Praça Benedito Calixto, local
em que ele morou no final na década de 1940, onde hoje se encontra
instalado o restaurante Consulado Mineiro.
O evento será realizado na praça, das 14h às 19h do domingo 09/12/2012 e tem a seguinte programação:
- Abertura com apresentação de novas edições dos livros de memórias “Na Rolança do tempo” e “Bagaço de beira estrada”, relançados pela Editora José Olympio (Grupo Editorial Record), contando com a presença de filhos e netos do homenageado, num almoço comemorativo no Restaurante Consulado Mineiro - casa onde moraram em 1949 - onde será inaugurada uma placa com o nome "Sala Mário Lago”.
- Show de lançamento dos CDs “Folias do Lago” (contendo marchinhas de Mário Lago) e canções inéditas e poemas musicados (com músicas inéditas e novas parcerias com Lenine, Isabela Taviani, Frejat, Joyce Moreno, Arlindo Cruz, Pedro Luiz, Arnaldo Antunes, Dori Caymmi e Geraldo Azevedo, entre outros), com a participação do cantor Chamon e a cantora Jordana, acompanhados dos músicos Esteban Pascual (Sax), Marquinho Mendonça (Cordas), Gerson Conceição (Baixo), Fabiano de castro (Teclados) e Dudu Marques (Bateria). O Show tem a Direção Geral de Mário Lago Filho e Produção musical Emerson Boy.
- Entrega de uma placa para a família de Mário Lago com o texto: “Num momento em que as tradições estão sendo postas de lado, é compensador que haja pessoas que se preocupem com a preservação de uma praça. A praça é do povo, já dizia Castro Alves. E a razão está sempre com o povo. Eu morei aqui em 1949, em frente havia um Parque Infantil. Minha paixão pela Benedito Calixto vem desse tempo. Obrigado pelo cuidado com a praça”, escrito por ele em 1998, quando visitava a praça e a casa onde morou em 1949. A placa será entregue pela Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto, que mantém o manuscrito num quadro em sua sede.
- Durante o evento o artista do graffiti e muralista Eduardo Kobra, vai produzir uma imagem do Mário Lago, no muro da sede da Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto.
- Também contaremos com a participação especial do ator e produtor do “Letras em Cena” Clovys Torres e do jornalista e escritor Assis Ângelo que participou do programa Roda Viva com Mário Lago e fez uma das últimas entrevistas com o Mário Lago, em seu programa “São Paulo Capital Nordeste”, na Rádio Capital, o programa comemorava os 90 anos do grande mestre e foi ao ar em 24/11/2001.
- Encerramento com a Escola de Samba Mancha Verde, que em 2013 desfilará no carnaval paulista com o enredo “Mário Lago, um homem do século XX”. Vejam informações sobre a escola e ouçam o samba enredo: www.manchaverde.com.br/site.htm.
SERVIÇO:
Festa/show pelo centenário de nascimento de Mário Lago na Praça Benedito Calixto
Dia 9 de dezembro de 2012, domingo, das 14 às 19h. Grátis
Praça Benedito Calixto – Pinheiros
Informações: 11 3739 0208 / 95030 5577 (Edson Lima) e 99126 5188 (Emerson Boy).
Produção e realização: Família de Mario Lago, O Autor na Praça (Edson Lima), Emerson Boy e Henrique Barros.
Assessoria de Comunicação e imprensa: Edson Lima – 3739 0208 – oanp@uol.com.br.
Apoios: Espaço Plínio Marcos, Estúdio Todos os Dias são Bemóis, Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto, Liga dos Raros,
Vereador Goulart, “O Samba pede passagem” (Programa apresentado por
Moisés da Rocha na Rádio USP e Rádio Capital), Restaurante Consulado
Mineiro, Restaurante São Benedito, Consulado Mineiro da Cônego, Bar e
Restaurante Genial, Genésio Pastas e Chopp, Bar e Restaurante Bambu,
Planeta’s, Luna de Capri, Pirajá – A esquina Carioca em São Paulo e
AEUSP - Associação dos Educadores da USP.
Mário Lago - Ator, produtor, diretor, compositor,
radialista, escritor, poeta, autor de teatro, cinema, rádio e TV,
frasista, militante sindical, ativista do PCB e boêmio, Mário Lago foi
muitos. Resumia assim sua história: "Eu não sou saudosista. Não fico
lamentando: ’ah, o meu tempo’. Meu tempo é hoje." Nasceu na histórica
Rua do Resende, no Rio de Janeiro, em 26 de novembro de 1911, filho
único de Antônio Lago,
um jovem compositor, maestro e violinista de sucesso, de uma família de
músicos; e de Francisca Maria Vicência Croccia Lago, jovem descendente
de calabreses, oriunda também de família de músicos. Foi criado no
bairro da Lapa, no Rio. Formou-se em Direito, mas jamais exerceu a
profissão. Chegou a trabalhar como jornalista e estatístico, mas por
pouco tempo. Desde criança, a arte exerceu absoluto fascínio sobre ele;
uma atração igualada apenas pela política, pela boemia e pela família. A
todas elas se dedicou com igual empenho e paixão. Falecido em 30 de
maio de 2002, Mario Lago foi casado por quase 50 anos com Zeli Cordeiro
Lago. O ator deixou cinco filhos (Vanda, Antonio Henrique, Graça, Luiz
Carlos – falecido em 2010 – e Mário).
O Autor - A estréia de Mário Lago aconteceu em março
de 33, como autor teatral. A maior parte de suas peças foi escrita nas
décadas de 40 e de 50, para o chamado Teatro de Revista e para atores
como Araci Côrtes, Elza Gomes, André Villon, Oscarito e Armando
Nascimento. No início dos anos 1970, escreveu a sua última peça teatral:
"Foru Quatro Tiradentes na Conjuração Baiana", sobre a Revolução dos
Alfaiates, na Bahia. Proibida pela Censura, teve uma única leitura
pública, com participação do próprio Mário, ao lado dos atores Oswaldo
Loureiro, Wanda Lacerda, Francisco Milani e Milton Gonçalves, entre
outros. Também escreveu roteiros e argumentos para o cinema, entre eles,
o do filme Banana da Terra (1939), em parceria com João de Barro, o
Braguinha.
O Compositor - Na música, estreou em 1936, com a
marchinha Menina, eu sei de uma coisa, primeira parceria com Custódio
Mesquita. O sucesso viria dois anos depois, com Nada além, da mesma
dupla, na gravação de Orlando Silva. Sozinho, ou em parceria com nomes
como Ataulfo Alves, Chocolate, Roberto Roberti, Roberto Martins,
Benedito Lacerda, Elton Medeiros e João Nogueira, Mário compôs sucessos
como Amélia, Atire a primeira pedra, Aurora, Dá-me tuas mãos, Enquanto
houver saudade, Fracasso, Será e Número um.
O Ator - Em 1942, estreou como ator de teatro, onde criou personagens de grande repercussão, como o Aprígio, no clássico O Beijo no asfalto, de Nélson Rodrigues. No cinema, atuou em alguns dos principais filmes brasileiros, como O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade, Os Herdeiros, de Cacá Diegues, O Bravo guerreiro, de Gustavo Dahl, e Terra em transe, de Glauber Rocha. A popularização do ator veio com as novelas, a partir de 1966, destacando-se suas atuações em O Casarão, de Lauro César Muniz, Nina, de Walter George Durst, e Dancing Days,
de Gilberto Braga, trabalhos que lhe renderam dois prêmios de Melhor
Ator da Associação Paulista de Críticos de Artes e um Golfinho de Ouro.
Seus últimos papéis na TV foram a minissérie Hilda Furacão (1998), de Glória Perez, interpretando o velho boêmio Olavo; o especial Enquanto a Noite não Chega, em dezembro de 2000, e uma participação especial na novela O Clone, de Glória Perez, revivendo o personagem Dr. Molina, de Barriga de Aluguel, da mesma autora. Mário Lago gravou a novela no final de 2001, seis meses antes de falecer.
O Radialista - No rádio, foi ator, autor de novelas, produtor e diretor. Seu trabalho mais conhecido foi a série Presídio de Mulheres,
que escreveu para a Rádio Nacional e que liderou a audiência da
emissora durante cinco anos seguidos. Em 1964, com o golpe militar,
Mário Lago foi demitido da Nacional.
O Escritor – Autor de onze livros, Mário estreou com a
coletânea de poemas políticos “O Povo Escreve a História nas Paredes”.
Poeta e escritor - Sua produção literária inclui os títulos “Chico Nunes
das Alagoas”, “Na Rolança do Tempo”, “Bagaço de Beira Estrada”, “Rabo
da Noite”, “Meia Porção de Sarapatel”, “Manuscrito do Heróico
Empregadinho de Bordel”, “Segredos de Família” e o infantil “Monstrinho
Medonhento”, seu maior sucesso editorial. Deixou um livro inconcluso,
dedicado às memórias das boas “molecagens” que praticou ao longo da
vida. Leia trechos de livro inédito de Mário Lago: www.mariolago.com.br/livro.php.
O Militante - Desde jovem, Mário se dividiria entre o
trabalho artístico, uma intensa atividade política e a boemia. A
participação política lhe rendeu seis prisões, a primeira em janeiro de
1932, e a demissão da Rádio Nacional, em 1964, o que resultou em quase
um ano de desemprego. Na época do golpe militar, era procurador do
Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, um dos mais combativos do
país. Mário participou de várias campanhas em defesa dos direitos
humanos e do patrimônio do país, como O Petróleo é Nosso, Contra as
Armas Nucleares, Campanha da Paz (durante a II Guerra), Anistia (décadas
de 40 e 70), Contra a Censura, Diretas Já, Pela Condenação dos
Assassinos de Chico Mendes etc. No século XX, não há registro de
movimento político do gênero que não tenha tido o apoio e a participação
direta de Mário Lago. Curiosamente, jamais foi filiado a qualquer
partido. A partir de 1989, passou a dar apoio e militância ao PT, mas
sem vínculo de filiação.
Para outras informações sobre Mário Lago, recomendamos uma visita ao site: www.mariolago.com.br.
Se você não deseja mais receber nossos e-mails, cancele sua inscrição neste link
Nenhum comentário:
Postar um comentário