Sem
dúvida não podemos ser contra o avanço da tecnologia, do avanço
da ciência no mundo. Aqui no continente Americano não vai retornar
o modo de vida dos povos nativos da época da conquista colonial, não
tem volta, a questão é enfrentar o problema hoje.
Sem
dúvida a internet, as redes sociais facilitam as comunicações,
aproximam as pessoas, encurta a distância e as informações chegam
mais rápidas. Porém não vamos acreditar e endeusar que a internet
e as redes sociais são a solução para todos os nossos problemas.
Para achar que basta um click que basta uma nota no facebook que as
pessoas vão se mobilizar para que os problemas sejam resolvidos.
Para que a sociedade se movimente é preciso gente (homens e
mulheres) de carne e osso para a classe trabalhadora entre em ação,
para fazer greves, ocupações, manifestações etc. A vida tem
demonstrado isto, foram as ações das massas que tem arrancado
algumas vitórias frente ao Estado Burguês.
O
crescimento sem planejamento das Cidades no Brasil não é uma
novidade das sociedades de classes ela é prática constante do
capitalismo. O progresso promovido pelo grande capital trás consigo
problemas graves como a desigualdade sócio-econômicas gerando
desagregação do tecido social é quando surgem bairros melhor
equipado com bons serviços de infra-estrutura voltados para as
classes mais abastardas, de outro surgem bairro populares sem um
mínimo de dignidade sem um mínimo de assistência ou serviços onde
vão morar as classes trabalhadoras, onde a violência é prática
rotineira no cotidiano de jovens destas classes onde estes jovens vão
ver, sentir como prática comum a violência entre a polícia e
grupos marginais gerados por esta mesma sociedade, onde muitos jovens
oriundos destas camadas mais pobres enxergam no crime a ilusão da
ascensão social e acesso ao consumo alienado promovido pelo
bombardeio da mídia burguesa ao serem assassinados no dia seguinte
já vai outro para tomar o seu lugar em um eterno ciclo vicioso, onde
tantos policiais quanto os soldadinhos do tráfico são apenas a
engrenagem de todo um sistema dominante que busca manter os
trabalhadores desorganizados e alienados na própria periferia,
confirmando na prática o que Engels já falava quando o observa a
vida do Operário Inglês: “Só resta algumas coisas ao
proletariado, o se organiza para lutar ou então se aliena na
exploração aceitando passivamente ser explorados ou então cai no
lupenproletariado para ser preso ou assassinado pela Policia”.
Outro
problema para os jovens na periferia e nas grandes cidades tem sido o
crescimento da frota de automóveis que tem provocado muitas mortes
principalmente de jovens. Este crescimento do número de automóveis
não tem permitido as crianças brincar nas ruas as pessoas não
interage nas ruas ou calçadas obrigando as crianças a crescer como
prisioneiras do medo.
O
acesso rápido aos bens de consumo nas classes populares cria uma
ilusão de ascensão social. Hoje muitos assalariados, autônomos
passaram a adquirir os serviços de internet, TV a Cabo, telefones
fixos, telefones celulares, tablet e outros objetos. Isto tem
facilitado estas pessoas de baixa renda poder ver notícias, poder
pesquisar, isto por um lado, por outro pode gerar um novo tipo de
alienação que é a distancia entre as pessoas, justamente por
vivermos no capitalismo.
Este
endeusamento da tecnologia das redes sociais tem tirado das crianças
a criatividade, muitas crianças criavam brinquedos como carrinhos de
rolimã, riscar uma caixa de sapato ou remédio para fazer ônibus,
lata de leite para fazer o pé de cavalo, garrafa de água sanitária
para fazer carros, caixas de fósforo para fazer telefone, todos
queimavam calorias, pular corda, improvisar um golzinho na rua,
visitar um colega, tudo isso fazia parte da integração entre as
pessoas, hoje com as redes sociais as crianças ficam horas no
computador ou tablet comendo porcarias (besteiras industrializadas)
não se queima calorias. Estas crianças crescem sem ler um bom
livro, muitos país, tios, avós e primos mais velhos para não ter
problemas simplesmente deixa passar para não parecer careta, não
ser impopular, chato, simplesmente deixa passar. Se não tem um
computar em casa vai a uma lan-house para ver pornografia, jogos
violentos com o que há de pior da cultura violenta Estadunidense
onde o mote é a violência banal. O resultado já está assistido,
jovens que se atrasam nos estudos, dormem durante as aulas e não
querem ouvir um NÃO achando que o mundo é perfeito e bonitinho.
Já
não bastava a alienação das crianças e dos jovens nas redes
sociais, hoje muitos adultos já estão totalmente alienados e
dependentes das redes sociais não podemos esquecer que vivemos em
uma sociedade capitalista, quem dirige a fábrica dos computadores,
quem cria as redes sociais também tem os seus interesses ideológicos
na manutenção desta ordem burguesa de que continue as relações de
produção capitalista.
Se
o século XX foi marcado por conquistas históricas para as classes
trabalhadoras, hoje o capitalismo estar vivendo uma de suas maiores
crises, ainda não estamos vivendo um Ascenso dos trabalhadores como
foi no século passado quando tivemos a Revolução Socialista na
Rússia em 1917, a formação do sistema mundial do Socialismo onde
as burguesias foram obrigadas a conceder direitos aos trabalhadores
em todo o mundo, direitos hoje ameaçados.
Hoje
é a grande contradição temos um avanço tecnológico, que poderia
ser colocado para reduzir a jornada de trabalho, criar novos
empregos, aumento o tempo para o lazer, estudo e a convivência
humana substituindo esta correria louca de nossos dias.
Hoje
estamos vivendo o contrário, aparelhos eletrônicos são criados não
só para facilitar a vida mais também para aprisionar as pessoas ao
trabalho. Dependendo da profissão estes aparelhos tornam-se uma
escravidão mesmo após o horário de trabalho, nas horas de folga o
celular, tablet, laptop fica aporrinhando gerando pressão não
relaxando nas horas de folgas. Antes quando você se reunia em
família, quando você visitava um tio, um tio avô, um primo de
primeiro, segundo, terceiro grau, todos participavam da conversa (do
papo), gerando aquela bela convivência que deixa saudade em qualquer
um. Hoje em certas famílias cada um vai para um canto no seu
mundinho no celular, tablet, computador e em algumas famílias as
crianças e jovens não aprendem noções básicas como dar um bom
dia, boa tarde ou boa noite, outros entram ou sai de uma casa pior do
que um bicho por que o bicho esta mais educado que certas pessoas,
isto se reflete nos transportes coletivos com todos usando fone no
ouvido para acelerar o processo de surdes para depois no fim da vida
se perguntar por que ficou surdo. As novas gerações estão perdendo
a tradição de ouvir uma notícia no rádio, muitos não para ler um
jornal ou ver um programa de entrevista, prefere ficar nas redes
sociais postando um monte de bobeiras e coisas sem sentidos.
Hoje
nossas vidas esta sendo tão corrida que não temos tempo para
visitar um amigo e parente. Nasce um primo novo de segundo ou
terceiro grau, ou filho de um amigo não temos tempo para visitar
posta no face, as pessoas não se dar conta disto porque nada melhor
do que o contato cara a cara ou como diz um programa de humor o
famoso cara crachá, o resultado disto já sabemos surge pessoas
egoístas voltadas para seus mundinhos particulares adestradas por
jogos eletrônicos, com comportamento anti-social que vão lotar os
consultórios de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas.
Assim
como não devemos cair no fetiche da mercadoria, não devemos cair no
vício de ficar horas nas redes sociais, nem ficar enfeitiçado com a
tecnologia pois nada pode substituir a criatividade e o contato
humano e a solidariedade entre as pessoas.
Precisamos
estar atentos a capacidade de manipulação do sistema capitalista,
usar as redes sociais a nosso favor com os pés no chão sem a ilusão
de que elas por si só vá garantir a contra-hegemonia da classe da
trabalhadora, devemos ser firmes para superar os novos desafios e
buscar novas formulas de organização e luta do ponto de vista da
dialética para apontar os rumos e os caminhos da construção da
revolução socialista no Brasil.
José
Renato André Rodrigues
Professor
de Filosofia
Comitê
Central do PCB
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