Escritor Manto Costa reune em ‘Circo de Pulgas’ contos que se passam em lugares como Sambódromo, Lapa e Pedra do Sal
Rio - Pelas mãos de escritores negros, personagens anônimos da cidade, que vivem à margem dos cartões-postais, se tornam os protagonistas de histórias de dores e amores colhidas nas ruas, bares e becos do Rio de Janeiro. Representante do novo movimento literário afro-brasileiro, o jornalista e escritor Manto Costa reuniu no livro ‘Circo de Pulgas’ 12 contos que se passam em cenários emblemáticos como o Sambódromo, a Lapa, a Pedra do Sal, no Morro da Conceição, e a Praça 11, berço do samba carioca.
Considerado um dos bons ficcionistas
brasileiros da atualidade, Manto passeia por lugares com forte presença
negra e importantes na história da escravidão no Brasil para brindar o
leitor com narrativas tocantes sobre figuras como: Velho Aruanda, Zé
Ruela, Pente Fino, Zé Menino, Dona Menininha e Perninha, entre tantos
outros. Em meio a batucadas, botecos e terreiros, a sensação é de já ter
esbarrado com esses personagens por aí, sem, no entanto, se ater às
suas vivências. O que Manto faz com maestria.
Não à toa, a obra, cujo lançamento
será na próxima quinta-feira na Livraria Folha Seca, foi a primeira de
um pacote de cinco autores negros, todos com larga bagagem, como Joel
Rufino, Conceição Evaristo, Carlos Nobre, Nei Lopes e Cuti, a receber
recursos federais para chegar aos leitores.
Na literatura criada por eles, a
trajetória da negritude é contada pelos próprios negros. “É o resgate da
história brasileira contada pela elite branca. O próprio Zumbi, durante
muitos anos era retratado nos livros escolares como um negro fujão.
Hoje sabe-se que o Quilombo de Palmares foi a primeiro movimento de
independência do Brasil”, diz Manto.
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