Escrito por: Coordenadora “Que o cantor não se cale”
Com a consigna AMANDO VENCEREMOS, Julián se dirige ao mundo
Carta aos povos do mundo publicada aqui
CARACAS, 22 de julho, 2011, TRIBUNA POPULAR TP.- Hoje sabemos que se encontra em Boleíta, na sede da Direção Geral de Inteligência Militar (DIM) em Caracas. Há 52 dias incomunicável e sequestrado. Manda uma Carta que pode ser lida aqui:
Coordenadora "Que o cantor não se cale"
Como sabe o mundo, no dia 31 de maio, em uma operação conjunta das polícias venezuelana e colombiana, foi detido-sequestrado ilegalmente na Venezuela, no estado de Barinas, o cantor e compositor revolucionário colombiano Julián Conrado. Atualmente, não se sabe se tramita o “procedimento legal” para sua entrega ao governo da Colômbia, país no qual há 7501 (agora seria mais 1) presos políticos, produto da guerra civil que assola o país irmão há mais de sessenta anos, os quais têm seus direitos humanos violados e o devido processo negado.
Com palavras de Julián, entregá-lo à Colômbia seria “… a tortura e a morte...”.
Hoje sabemos que se encontra em Boleíta, na sede da Direção Geral de Inteligência Militar (DIM) em Caracas. Há 52 dias incomunicável e sequestrado. Assim como nosso comandante Chávez, para desmentir sua renúncia, da base militar de Turiamo, onde também se encontrava desaparecido e sequestrado em abril de 2002, conseguiu a ajuda de seu cabo da Guarda Nacional Juan Bautista Rodríguez, os “Cabos de Três Sóis”; nosso cantor, Julián, conseguiu a solidariedade de um humilde soldado bolivariano que nos fez aparecer o trovador da selva através de umas linhas de agradecimento que poderão ser lidas à continuação.
Julián nos faz chegar sua luz das sombras do encerro, por meio de uma carta de agradecimento às pessoas decentes do mundo que compreendem o valor da solidariedade e a importância da defesa intransigente do Direito Internacional Humanitário. Diz assim (anexamos cópia fiel e idêntica da mesma):
Imagem da carta de Julian Conrado ao mundo
CARTA DE JULIÁN CONRADO, DA PRISSÃO NA VENEZUELA
Caracas, dia do aniversário de Mandela, 2011
Irmãos e irmãs de todas as partes do mundo que me brindam solidariedade. Do meu cativeiro na República Bolivariana da Venezuela, agradeço-lhes o apoio e o valor que me dão para seguir adiante.
Sei que de acordo com os tratados, com as leis internacionais e as próprias leis da Venezuela, minha extradição à Colômbia ou aos Estados Unidos não é possível; e o Comandante Chávez sabe perfeitamente que nenhuma razão de Estado pode estar, jamais, acima dos direitos inerentes à pessoa humana e dos princípios revolucionários; sabe, ademais, o camarada Chávez, que essa decisão não teria outro significado que o da tortura e a morte; e Che disse muito claro: “a qualidade mais linda de um revolucionário é sentir no mais profundo qualquer injustiça cometida contra qualquer um em qualquer parte do mundo”.
De qualquer forma, quero que saibam que aconteça o que acontecer, nem me renderei nem trairei; definitivamente o coração não me deixa outra opção: onde esteja e como esteja continuarei sendo fiel à formosa causa da paz com justiça e com amor. Bem… é o que já disse meu irmão Alí Primera: “Não só de vida vive o homem”.
Comento-lhes que não deixei de cantar e que tenho duas novas canções, quando o problema do meu asilo se resolva vocês as conhecerão.
Um abraço de todo coração.
AMANDO VENCEREMOS!
Julián Conrado
DECLARAÇÃO DA COORDENADORA: “QUE O CANTOR NÃO SE CALE”
Além disso, como Coordenadora “Que o cantor não se cale”, devemos informar que desde o dia 11 de junho assumimos a defesa legal-formal de Julián Conrado diante do Quinto Juizado de Primeira Instância em Função de Controle do Circuito Judicial Penal da Área Metropolitana de Caracas, correspondendo ao caso: Nº 5C-678-11, com o expediente Nº 678-11, diante do Juiz Braulio José Sánchez Martínez, recebendo “NOTIFICAÇÃO DO JUIZADO”, com data de 21 de julho (aos 51 dias de seu desaparecimento-sequestro) na qual nos informa: “… este juizado, em decisão desta mesma data emitiu as seguintes pronúncias: ‘Primeiro: Admite-se o pedido apresentado pelo cidadão advogado… de amparo judicial da liberdade e segurança pessoal (Habeas Corpus) em favor do cidadão GUILLERMO ENRIQUE TORRES CUETER, tudo em conformidade com o estabelecido no artigo 27 da Constituição da república Bolivariana da Venezuela, e os artigos 38,39,40 e 41 da Lei Orgânica de Amparo sobre direitos ou garantias Constitucionais; SEGUNDO: Determina oficiar aos cidadãos: Ministro do Poder Popular para as Relações Interiores e Justiça, ao Diretor do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas e ao Diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, para que dentro das vinte e quatro (24) horas seguintes ao recebimento do pedido de informação de resposta, notifique ao Promotor Superior do Ministério Público para que designe um representante fiscal para que intervenha no trâmite, comprovação e decisão da ação de amparo interposta’…”
Com estes pequenos avanços, hoje podemos nos alegrar, mas nunca descansar. É o começo do princípio de uma etapa de luta legal e de justiça que apenas começa, tentando regulamentar em direito sua situação de sequestrado-desaparecido. Nunca esqueçamos que a pretensão do governo criminoso colombiano é a extradição final aos Estados Unidos, como nos lembrou Julián em sua carta de agradecimento aos povos solidários e justos do mundo.
Será que já receberam a recompensa de 2.5 milhões que o subsecretário de Estado dos Estados Unidos para a América Latina, Arturo Valenzuela, tinha oferecido por sua captura? Não sabemos. Mas o pagamento será efetuado “… ao final da operação do sequestro-detenção com a entrega final”. Aguemos a festa. Que o champagne esquente.
"... a vida é muito perigosa. Não pelas pessoas que fazem mal, mas pelas que se sentam ao ver o que passa..."
Albert Einstein
Coordenadora: “Que o cantor não se cale”
ASILO POLÍTICO PARA JULIÁN CONRRADO
A consigna é: AMANDO VENCEREMOS!!!
http://www.tribuna-popular.org/index.php/internacional/solidariedade/8719-ultima-hora-aparecio-julian-conrado-e-admitem-habeas-corpus
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