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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Poesia de T. Almeida

Nas palafitas do recife, 
No sertão sem mundo 
entre casas de pau-a-pique 
e sonhos secos. 
Noticias de muito longe, 
chegam a galope, 
rasgando o véu daquela quarta feira qualquer. 
O coroné morreu, o coroné morreu, o coroné morreu 
Queria ser grande, dizia uns 
Voar alto, falava-se pelas ruas do sul 
O coroné morreu, 
O coroné morreu, 
O coroné morreu, 
Entre becos e vielas, 
nas masmorras do abandono, 
onde coroné não era mais que um nome. 
O que era tido por gentalha 
não mais se amedrontou. 
Queremos comer. 
Queremos comer, 
queremos comer. 
E naquela noite, 
e pela madrugada a dentro, 
servido sem mesa, 
comido com as mãos... 
Todos queriam um pedaço. 
Todos querem provar churrasco, 
carne queimada do garçom da burguesia.

T.Almeida

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