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terça-feira, 28 de junho de 2011

CÓDIGO DE HONRA

Aos meus alunos e aos do front

Juro sobre meus joelhos doloridos
E garganta ardida
dedicação

Prometo esforço dobrado
fazer vocês
melhores do que já são.

Prometo conteúdos desveladores
Das sutilezas contidas
Em determinadas misérias humanas

Não falarei de datas
Nem dos que dão nomes as ruas e praças
E seus fatos geralmente sem graça

A história é outra.

Nela fervem anônimos atores
Sem datas
Que não constam em nominatas.

São heróis
os que cotidianamente
combatem
Na linha de frente
Em diferentes frentes
A burguesia cínica
Seus cínicos e mercenários combatentes

Ofereço
O debate franco
Problematizações
E, sem ser neutro,
Nem geógrafo:
O Norte do que acredito

A saber
A inacabada pedagogia da promoção humana
Afetivamente combinada
Com Vigotsky desejava.

O professor que lhes falou de Matrix
Das falsas aparências superestruturais
Empenha-se para entregar-lhes
A pílula avermelhada
uma segunda leitura
Rebate da realidade pasteurizada
Pela imprensa covarde
Mercantilizada

Nesta greve
Perdoem por danos causados
Não estou matando aula
Estou aprendendo com vocês

Perdoe-me Lênin
Neste momento a recusa do passo atrás
Mao é longa a marcha
E eu só preciso de uma bota de sete léguas
Retroceder agora
é abrir flanco para o retrocesso

Por isso eu lhe peço
Vamos avançar.
Se o pelotão recuar
Seguirei firme por saber que você estará comigo

Em nome da dignidade
Quero meu código de honra
Pode lançar 61


Sidney de Moura

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