Julgam
que não poderemos proferir nenhuma palavra
Que
em nosso peito o medo paralisa
O
corpo todo em gelo
Das
pernas aos braços às vértebras
E
do que fomos
De
madeira e terra e ar e fogo
Forjaram
nossa raça em barra
De
calado metal
Da
esquadrilha e da armada e do exército que empregam
Julgam
que o soldo positivo e falso pago
Pode
mais do que nossa língua
Desejosa
de fremir até gritar para mover
O
verde que nos habita,
Somos
muito mais pertencidos de história
Conhecemos
todas as canções
E
a morte não nos para
Jamesson Buarque
Militante do PCB em Goiás e Professor da UFG
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