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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Julgam que não poderemos proferir nenhuma palavra


Julgam que não poderemos proferir nenhuma palavra
Que em nosso peito o medo paralisa
O corpo todo em gelo
Das pernas aos braços às vértebras
E do que fomos
De madeira e terra e ar e fogo
Forjaram nossa raça em barra
De calado metal

Da esquadrilha e da armada e do exército que empregam
Julgam que o soldo positivo e falso pago
Pode mais do que nossa língua
Desejosa de fremir até gritar para mover
O verde que nos habita,
Somos muito mais pertencidos de história
Conhecemos todas as canções
E a morte não nos para

Jamesson Buarque
Militante do PCB em Goiás e Professor da UFG

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