O barbeiro idoso
dorme como um
mufana burguês
no seu rasgado
banco de estar
espantosamente
embalado pelas
subtís sonatas
psicanalíticas e
estrangeiras. Epá quem
passa pela
calçada junto
a sua barbearia, com
causa
atesta um
velhote speed, na
maior, a exibir seu estatuto
de proprietário
com preguiça
enraizada aos novelos em seus
cabelos de luz.
-Bang, bang
bate
com raiva
a porta
um cliente. Vai
e abre
com despreso
o velho
a porta, e
mais
de mil
golpes mentais
formam
um exército de
núvens
em seu
cérebro de cores.
açoitam-no com rancor para se
deliberar e epá!
Um clarão de
pérolas surge. –São horas de
fechar. E o
cliente furioso
lá fora na
calçada refila.
O velho tranca-se e cochila.
Dinis Muhai é poeta em Maputo
contato: dinismuhai@yahoo.com
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