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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Fantasia noturna

E a noite oculta com seu véu negro
Bem mais que os medos reais
Pois a fantasia que no dia se esconde
Nas sombras constantes da noite passeia
Entre a imensidão vazia, sem ter como
Oponentes o brutal preconceito
O que a luz mostra como torpe e diferente
A noite absorve como seu e lhe conota 

Sentidos, estes, únicos e belos
Assim os excluídos do dia reinam absolutos
Na metade menos requerida do ciclo diário
Mas não seria assim, afinal para que o espetáculo seja
Apreciado é preciso que se apaguem as luzes
E erga as cortinas
Então na realidade instituída faz-se necessário
Que o dia se recolha para que o melhor não tenha
Concorrência
Triste é perceber que o todo jamais se permitirá
Sentir o singular momento que só a noite proporciona
Mas mesmo seres como eu de vida diurna em um raro momento
Já pertenceu à noite
E como em uma paixão fugaz se entrego em alma
Ao ínfimo instante





EDVALDO ROCHA

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