Você
me diz que é muita terra
E
que não preciso de tanto chão
Que
eu não produzo em escala
E
que isso atrasa a nação
Que
meu apego pela terra
É
pura fetichização
E
que outros lugares
Melhoraria
minha situação
E
me mostra gráficos
Imaginando
a inauguração
E
o gado, e os tratores, e as cifras
Na
mais louca transação
E
quando digo que não
Que
eu não vejo assim
Gado,
trator, cifra?
O
que eu quero é aipim
Ver
os meninos correndo soltos
Viver
por mim
Estar
junto dos meus mortos
E
das coisas que me fazem assim
O
rio primeiro em que me banhei
A
mesma mata de antemão
Essa
mesma terra aqui
Bem
antes de ti, cidadão
Já
era de todos
Porque
não é nossa não
E
isso você com sua “propriedade”
Não
pode compreender
A
função social da terra
É
a função natural das coisas
E
então suas leis e tribunais
Sua
polícia e legislação
Dão
o veredito final
Sobre
milênios de incrustação
De
um povo em sua terra
Que
é sua própria identidade
Então
esse povo decide
Se
fazer uno com seriedade
E
fundem sangue e terra
Num
baile de irmandade
O
índio vira terra
A
terra vira índio
E
o capitalismo segue impávido
Esse
colosso bandido
DANIEL
OLIVEIRA
29
OUT 2012
BELO
HORIZONTE/MG
Militante
PCB
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