Minha terra é a terra do frevo
do xote, do xaxado, do forró,
carne de sol, qualhada e bobó,
sanfona, azabumba e realejo,
caatinga, sertão e muito brejo.
Minha terra é a terra do povo
de Luís Gonzaga e Jackson do Pandeiro,
do mar que quebra na praia,
do chapéu de couro, gibão e sandália,
procissão, reza e mortalha.
Minha terra é a terra do rebolado,
da dança, da crença, do mato fechado,
dos rios, da mata e da fartura,
tão invadida que não perdura
ameaça o sonho, agride a candura.
Minha terra é a terra do embolado,
da disputa do azul e do vermelho,
do tacacá, açaí e caranguejo,
farinha, água e lampejo
que cai e irriga o ano inteiro.
Minha terra é a terra do trevo,
da negra, da mulata, da morena,
da eterna garota de Ipanema,
das belas pernas, das grandes bundas,
das ancas quentes e salientes.
Na minha terra tem a Bahia,
O Pernambuco, a Paraíba e o Ceará,
Minas, Goiás e o Belém do Pará.
O velho Chico e o Grande Chico,
Os pampas, os longínquos morros do Amapá.
Não tem Y.
Não tem W
Não tem K.
Vão se embora!
Tirem a mão do meu jabá!
AFONSO COSTA
Jornalista, escritor e membro do CR/RJ do PCB
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