segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Venha participar das reuniões do Núcleo de Cultura Comunista no Brasil. Organização: UJC
Ainda não teve a oportunidade de participar de um núcleo para debater cultura, literatura, teatro, música, cinema...?
Venha participar das reuniões do Núcleo de Cultura Comunista no Brasil.
Nele temos debatido sobre a importante contribuição política da intervenção cultural na história de nosso país.
Seja bem vindo a nossas reuniões!
Nossa próxima reunião será:
Debate do texto “A POLÍTICA CULTURAL DOS COMUNISTAS” de CELSO FREDERICO
Parte II
7 DE DEZEMBRO ÀS 17:00
NO AUDITÓRIO DA PRAC (Pró-reitoria de Assuntos Comunitários)*
* Térreo da reitoria da UFPB
NÚCLEO
CULTURA, MEMÓRIA E TRADIÇÃO COMUNISTA NO BRASIL:
Literatura, Teatro, Cinema e Música
Prof. Romero Venâncio (UFS)
*Terceiro encontro: 7 de Dezembro, 17:00h. Auditório da PRAC-UFPB
*A política cultural dos comunistas: Parte II (Celso Frederico)
ESQUEMA:
- Lukács, Gramsci: as novas referências teóricas dos anos 70 entre os comunistas
- Estado, Indústria cultural, ditadura e hegemonia no Brasil: o inicio
da derrota de uma politica cultural emancipatória no Brasil
- Cultura, mercado, pós-modernismo no Brasil: a rendição dos "intelectuais"
BIBLIOGRAFIA:
COUTINHO, Carlos Nelson. A recepção de Gramsci no Brasil. In: Gramsci:
um estudo sobre seu pensamento político. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1999.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Literatura. Folclore. Gramática. Vol. 06. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2002.
TERTULIAN, Nicolas. Georg Lukács: etapas de seu pensamento estético. São Paulo: Editora UNESP, 2008.
FILMES:
- O Desafio (Paulo Cesar Sarraceni)
- Cronicamente inviável (Sérgio Bianqui)
- Febre do Rato (Cláudio Assis)
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Atividade Cultural,
UJC
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Comemoração do centenário de Mário Lago na Praça Benedito Calixto
"Eu não sou saudosista. Não fico
lamentando: ’ah, o meu tempo’. Meu tempo é hoje. Não fico na calçada
vendo o desfile passar. Eu vou junto".
Lendo esta frase podemos perceber a pessoa inquieta que existia em
Mário Lago. Ele nasceu no dia 26 de novembro de 1911, em uma casa da Rua
do Resende, na Lapa, Rio de Janeiro. A mãe, Francisca Maria Vicência
Croccia do Lago, acalentava o sonho de batizá-lo com um nome imponente:
Mário de Pádua Jovita Correa do Lago. Mas nasceu tão esmirradinho que o
pai, o maestro e violinista Antonio Lago, achou melhor encurtar,
pensando que seria muito nome para um bebê tão pequeno; e, quem sabe? O
menino, que não parecia ter boa saúde, nem vingasse: - Bota só Mário
Lago; e olhe lá! – falou para o tabelião. Com este nome curto e direto,
Mário vingou e viveu 90 anos muito bem vividos, influenciando e se
deixando influenciar pelo Século XX. Sonhava em chegar aos 100 anos; na
memória popular, talvez chegue aos 200, 300, sabe-se lá.
Para comemorar o centenário de Mário Lago, a família e amigos criaram o
ano do centenário dele com o título: “100 anos de Mário Lago, o homem
do Século XX – Memória em Movimento” que começou em 26 de novembro de
2011 saiba mais: www.mariolago.com.br.
Vários eventos estão sendo realizados pela família e amigos, entre
eles, lançamento de CD, produção de um documentário, shows, lançamento
de selo, livros e medalha comemorativa e outras atividades.
Convidados por seus filhos Mário Lago Filho e Graça Lago, Edson Lima do projeto O Autor na Praça em parceria com Emerson Boy Batista do Estúdio todos os Dias são Bemóis,
estão organizando um show dentro das celebrações do centenário de Mário
Lago em São Paulo. Será no dia 9 de dezembro, domingo, das 14 às 19h,
na Praça Benedito Calixto, no bairro de Pinheiros. Mário Lago Filho
destaca que esta comemoração na Praça Benedito Calixto, tem um valor
muito especial para a família e será um reencontro na casa onde moraram.
O evento faz parte da celebração dos 25 anos da Feira de Arte, Cultura e
Lazer da Praça Benedito Calixto.
Homenagem ao centenário do ator, compositor, escritor, poeta,
boêmio e ativista político Mário Lago, na Praça Benedito Calixto, local
em que ele morou no final na década de 1940, onde hoje se encontra
instalado o restaurante Consulado Mineiro.
O evento será realizado na praça, das 14h às 19h do domingo 09/12/2012 e tem a seguinte programação:
- Abertura com apresentação de novas edições dos livros de memórias “Na Rolança do tempo” e “Bagaço de beira estrada”, relançados pela Editora José Olympio (Grupo Editorial Record), contando com a presença de filhos e netos do homenageado, num almoço comemorativo no Restaurante Consulado Mineiro - casa onde moraram em 1949 - onde será inaugurada uma placa com o nome "Sala Mário Lago”.
- Show de lançamento dos CDs “Folias do Lago” (contendo marchinhas de Mário Lago) e canções inéditas e poemas musicados (com músicas inéditas e novas parcerias com Lenine, Isabela Taviani, Frejat, Joyce Moreno, Arlindo Cruz, Pedro Luiz, Arnaldo Antunes, Dori Caymmi e Geraldo Azevedo, entre outros), com a participação do cantor Chamon e a cantora Jordana, acompanhados dos músicos Esteban Pascual (Sax), Marquinho Mendonça (Cordas), Gerson Conceição (Baixo), Fabiano de castro (Teclados) e Dudu Marques (Bateria). O Show tem a Direção Geral de Mário Lago Filho e Produção musical Emerson Boy.
- Entrega de uma placa para a família de Mário Lago com o texto: “Num momento em que as tradições estão sendo postas de lado, é compensador que haja pessoas que se preocupem com a preservação de uma praça. A praça é do povo, já dizia Castro Alves. E a razão está sempre com o povo. Eu morei aqui em 1949, em frente havia um Parque Infantil. Minha paixão pela Benedito Calixto vem desse tempo. Obrigado pelo cuidado com a praça”, escrito por ele em 1998, quando visitava a praça e a casa onde morou em 1949. A placa será entregue pela Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto, que mantém o manuscrito num quadro em sua sede.
- Durante o evento o artista do graffiti e muralista Eduardo Kobra, vai produzir uma imagem do Mário Lago, no muro da sede da Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto.
- Também contaremos com a participação especial do ator e produtor do “Letras em Cena” Clovys Torres e do jornalista e escritor Assis Ângelo que participou do programa Roda Viva com Mário Lago e fez uma das últimas entrevistas com o Mário Lago, em seu programa “São Paulo Capital Nordeste”, na Rádio Capital, o programa comemorava os 90 anos do grande mestre e foi ao ar em 24/11/2001.
- Encerramento com a Escola de Samba Mancha Verde, que em 2013 desfilará no carnaval paulista com o enredo “Mário Lago, um homem do século XX”. Vejam informações sobre a escola e ouçam o samba enredo: www.manchaverde.com.br/site.htm.
SERVIÇO:
Festa/show pelo centenário de nascimento de Mário Lago na Praça Benedito Calixto
Dia 9 de dezembro de 2012, domingo, das 14 às 19h. Grátis
Praça Benedito Calixto – Pinheiros
Informações: 11 3739 0208 / 95030 5577 (Edson Lima) e 99126 5188 (Emerson Boy).
Produção e realização: Família de Mario Lago, O Autor na Praça (Edson Lima), Emerson Boy e Henrique Barros.
Assessoria de Comunicação e imprensa: Edson Lima – 3739 0208 – oanp@uol.com.br.
Apoios: Espaço Plínio Marcos, Estúdio Todos os Dias são Bemóis, Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto, Liga dos Raros,
Vereador Goulart, “O Samba pede passagem” (Programa apresentado por
Moisés da Rocha na Rádio USP e Rádio Capital), Restaurante Consulado
Mineiro, Restaurante São Benedito, Consulado Mineiro da Cônego, Bar e
Restaurante Genial, Genésio Pastas e Chopp, Bar e Restaurante Bambu,
Planeta’s, Luna de Capri, Pirajá – A esquina Carioca em São Paulo e
AEUSP - Associação dos Educadores da USP.
Mário Lago - Ator, produtor, diretor, compositor,
radialista, escritor, poeta, autor de teatro, cinema, rádio e TV,
frasista, militante sindical, ativista do PCB e boêmio, Mário Lago foi
muitos. Resumia assim sua história: "Eu não sou saudosista. Não fico
lamentando: ’ah, o meu tempo’. Meu tempo é hoje." Nasceu na histórica
Rua do Resende, no Rio de Janeiro, em 26 de novembro de 1911, filho
único de Antônio Lago,
um jovem compositor, maestro e violinista de sucesso, de uma família de
músicos; e de Francisca Maria Vicência Croccia Lago, jovem descendente
de calabreses, oriunda também de família de músicos. Foi criado no
bairro da Lapa, no Rio. Formou-se em Direito, mas jamais exerceu a
profissão. Chegou a trabalhar como jornalista e estatístico, mas por
pouco tempo. Desde criança, a arte exerceu absoluto fascínio sobre ele;
uma atração igualada apenas pela política, pela boemia e pela família. A
todas elas se dedicou com igual empenho e paixão. Falecido em 30 de
maio de 2002, Mario Lago foi casado por quase 50 anos com Zeli Cordeiro
Lago. O ator deixou cinco filhos (Vanda, Antonio Henrique, Graça, Luiz
Carlos – falecido em 2010 – e Mário).
O Autor - A estréia de Mário Lago aconteceu em março
de 33, como autor teatral. A maior parte de suas peças foi escrita nas
décadas de 40 e de 50, para o chamado Teatro de Revista e para atores
como Araci Côrtes, Elza Gomes, André Villon, Oscarito e Armando
Nascimento. No início dos anos 1970, escreveu a sua última peça teatral:
"Foru Quatro Tiradentes na Conjuração Baiana", sobre a Revolução dos
Alfaiates, na Bahia. Proibida pela Censura, teve uma única leitura
pública, com participação do próprio Mário, ao lado dos atores Oswaldo
Loureiro, Wanda Lacerda, Francisco Milani e Milton Gonçalves, entre
outros. Também escreveu roteiros e argumentos para o cinema, entre eles,
o do filme Banana da Terra (1939), em parceria com João de Barro, o
Braguinha.
O Compositor - Na música, estreou em 1936, com a
marchinha Menina, eu sei de uma coisa, primeira parceria com Custódio
Mesquita. O sucesso viria dois anos depois, com Nada além, da mesma
dupla, na gravação de Orlando Silva. Sozinho, ou em parceria com nomes
como Ataulfo Alves, Chocolate, Roberto Roberti, Roberto Martins,
Benedito Lacerda, Elton Medeiros e João Nogueira, Mário compôs sucessos
como Amélia, Atire a primeira pedra, Aurora, Dá-me tuas mãos, Enquanto
houver saudade, Fracasso, Será e Número um.
O Ator - Em 1942, estreou como ator de teatro, onde criou personagens de grande repercussão, como o Aprígio, no clássico O Beijo no asfalto, de Nélson Rodrigues. No cinema, atuou em alguns dos principais filmes brasileiros, como O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade, Os Herdeiros, de Cacá Diegues, O Bravo guerreiro, de Gustavo Dahl, e Terra em transe, de Glauber Rocha. A popularização do ator veio com as novelas, a partir de 1966, destacando-se suas atuações em O Casarão, de Lauro César Muniz, Nina, de Walter George Durst, e Dancing Days,
de Gilberto Braga, trabalhos que lhe renderam dois prêmios de Melhor
Ator da Associação Paulista de Críticos de Artes e um Golfinho de Ouro.
Seus últimos papéis na TV foram a minissérie Hilda Furacão (1998), de Glória Perez, interpretando o velho boêmio Olavo; o especial Enquanto a Noite não Chega, em dezembro de 2000, e uma participação especial na novela O Clone, de Glória Perez, revivendo o personagem Dr. Molina, de Barriga de Aluguel, da mesma autora. Mário Lago gravou a novela no final de 2001, seis meses antes de falecer.
O Radialista - No rádio, foi ator, autor de novelas, produtor e diretor. Seu trabalho mais conhecido foi a série Presídio de Mulheres,
que escreveu para a Rádio Nacional e que liderou a audiência da
emissora durante cinco anos seguidos. Em 1964, com o golpe militar,
Mário Lago foi demitido da Nacional.
O Escritor – Autor de onze livros, Mário estreou com a
coletânea de poemas políticos “O Povo Escreve a História nas Paredes”.
Poeta e escritor - Sua produção literária inclui os títulos “Chico Nunes
das Alagoas”, “Na Rolança do Tempo”, “Bagaço de Beira Estrada”, “Rabo
da Noite”, “Meia Porção de Sarapatel”, “Manuscrito do Heróico
Empregadinho de Bordel”, “Segredos de Família” e o infantil “Monstrinho
Medonhento”, seu maior sucesso editorial. Deixou um livro inconcluso,
dedicado às memórias das boas “molecagens” que praticou ao longo da
vida. Leia trechos de livro inédito de Mário Lago: www.mariolago.com.br/livro.php.
O Militante - Desde jovem, Mário se dividiria entre o
trabalho artístico, uma intensa atividade política e a boemia. A
participação política lhe rendeu seis prisões, a primeira em janeiro de
1932, e a demissão da Rádio Nacional, em 1964, o que resultou em quase
um ano de desemprego. Na época do golpe militar, era procurador do
Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, um dos mais combativos do
país. Mário participou de várias campanhas em defesa dos direitos
humanos e do patrimônio do país, como O Petróleo é Nosso, Contra as
Armas Nucleares, Campanha da Paz (durante a II Guerra), Anistia (décadas
de 40 e 70), Contra a Censura, Diretas Já, Pela Condenação dos
Assassinos de Chico Mendes etc. No século XX, não há registro de
movimento político do gênero que não tenha tido o apoio e a participação
direta de Mário Lago. Curiosamente, jamais foi filiado a qualquer
partido. A partir de 1989, passou a dar apoio e militância ao PT, mas
sem vínculo de filiação.
Para outras informações sobre Mário Lago, recomendamos uma visita ao site: www.mariolago.com.br.
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
UJC/CEARÁ: ZINES SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Camaradas,
socializando com vcs um dos zines que fizemos aqui no Ceará com a
temática do enfrentamento à violencia contra a mulher, abraços!
Natan Junior
Natan Junior
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Natan Junior
terça-feira, 27 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
MARCHA PATRIÓTICA
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Reféns
G erando
E nsino
O peracional
G lobal.
R adical ou
A lienador.
F azendo
I ntrodução a
E nsino
O peracional
G lobal.
R adical ou
A lienador.
F azendo
I ntrodução a
A rte da vida.
E nsinar...
H óspede
I nspirador e
S upremo da
T utoria
O rganizacional
R ealizada pela escola
I dealizadora de ideias
A queima roupa capitalista.
E nsinar...
H óspede
I nspirador e
S upremo da
T utoria
O rganizacional
R ealizada pela escola
I dealizadora de ideias
A queima roupa capitalista.
Ana Carolina Ferreira
Belo Horizonte/MG
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quinta-feira, 22 de novembro de 2012
terça-feira, 20 de novembro de 2012
SOU NEGRO
SOU
NEGRO
A Dione Silva
Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.
Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso
Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou
Na minh'alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...
SOLANO TRINDADE
A Dione Silva
Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.
Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso
Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou
Na minh'alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...
SOLANO TRINDADE
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segunda-feira, 19 de novembro de 2012
O fuá no forró
Eu vou contar pra você
Uma estória não bonita
Feita com muita escrita
Num papel bem branquinho,
Talvez não diga tudinho,
Talvez tudinho eu lhe diga,
Sem lhe dizer muita intriga
Vou dizer devagarzinho.
Fui pro um forró da bexiga,
Com dois cornos e uma bicha
Não sabia que ela tinha rixa
Com a Déa de Mané Vitor
Fui chegando ouvi o grito
Da tal Déa boca surja
Eita olho de coruja!
Nada nela era bonito.
De feiura de lambuja
Parecendo o próprio cão.
Veio de tamanco na mão
Tascar na bicha Mere Blus,
Uma “mulher” que faz jus
Ao prêmio da baixaria,
Puxou a navalha fria,
Na cara dela fez cruz.
O sangue fino desceu
Daquele corpo de creia,
Daquela cara plebeia,
Naquele ser tão malfeito
Que se achava no direito
De maltratar uma “mulher”
Mesmo ela sendo o que é,
Mulher de pouco conceito.
A turma se aproximou
Das tas mal-afeiçoadas
Separando tas danadas
Que queria confusão
No finzinho um três oitão
Surgiu naquele fuá
Foi gente a pinotar
Dando aquele carreirão.
O tiro era sim, de agá
Veio da boca de um bebinho
Que tava no bar sozinho
Se chegando como encosto,
Bebendo com tanto gosto
Uma cachaça da Pitú
Juntinho de um imbu
Que ele fez de tira-gosto.
Foi nego feito aratu
Andando pra trás, pra frente
Com um bafo de aguardente,
Correndo com todo gás.
Foi mulher assim fugaz
E sem saber o que foi
Exibindo cada oi,
Gritando xô satanás!
Pareciam lobisomens,
Os cornos que foi comigo
Na igrejinha pediu abrigo,
O pastor não deu de graça
Para espantar a desgraça
Juntou nossas carteiras
E nem por brincadeira
De honesto se desfaça.
Ninguém a localizou
Naquele simples recinto,
A culpada por extinto
Daquele fuá todinho.
Quando os tiras ligeirinhos
Chegaram naquele forró
Pra desatar aquele nó
Com cassetetes novinhos.
Fizeram abaixar o pó
Baixando a lenha no povo
Sem perguntar de novo
Quem era mesmo o culpado.
Foi nego pra todo lado
De novo correndo veloz,
Foi nego perdendo a voz
Gritando eu tô lascado.
Menino puxando o cós
Da mãe carente de tino,
Nem o bêbado Rufino
Parou os endiabrados
Aquele do oitão danado,
Da primeira confusão
Que disparou de bocão
As balas por todo lado.
Um cara sem anelão,
De bigode de vassoura
Disse assim a cantora,
Que cantava do outro lado:
- Quem foi esse condenado,
Esse triste matador?
- Foi um bebinho seu doutor,
O tiro foi inventado!
Essa bagaceira de briga,
Do forró que fui curtir
Poucos viram o seu fim
Entre eles eu, confesso.
Fiquei assim meio disperso
Procurando a alma no corpo
Levado assim pelo o povo,
Que por Deus, não é perverso.
Salvou-me, por Deus, de novo,
Da bofetada de um tira
Que debulhava mentira
Da verdade tão plangente
Que ardia aqui na gente
No toitice aperreado,
Naquele dia desgraçado,
De condenado e indigente.
O forrozeiro e o seu amor
Saíram bem de fininho
Pra não espantar tudinho
Que estava na sua frente,
O triangueiro que era crente
Danou-se a orar sem parar,
O zabumbeiro Itamar
Fugiu também com a gente.
No caminho encheu de ar
O peito e com olho roxo;
Disse assim: eu não sou frouxo
Vou voltar pra confusão
Lá deixei o meu irmão,
Dois primos e uma tia.
Eu não sou de valentia,
Mas covarde não sou não!
Foi ligeiro a delegacia,
Pedir ajuda ao delegado
E o tira tão acanhado
Disse assim: o que é amigo?
O que tu queres comigo?
- Nada que não possas fazer
Disse o zabumbeiro Quilê
Um afro-descendente antigo.
E eu assim sem vontade alguma
Fui com ele em passos longos
Parecendo um camundongo,
De medo, mas decidido
Rever aqueles bandidos
De fardas e três oitão
Nas sintas e outros na mão
E na mente nada contido.
Chegando no carreirão,
Naquele forró bendito,
Palco daquele conflito
De onde só tem errados
Tais brabos inveterados,
Todos na mesma panela
Fazedores desta trela
Que por alguém foi inventado.
Pus os olhos na janela
Pra ver se via algo macabro
Quase de choro me acabo
Ao ver a meiga Mere Blus
Deitada com os seios nus
Pra me, numa morte profunda
Ainda mostrado a bunda
Tão seminua, a meia luz.
Eu tive a sorte invertida
Naquela cena de horror
O delegado assim notou
Que eu estava sentindo
Deixou-me no canto curtindo
A dor, mas dor que sentir
Ao ver Mere Blus no fim
Como quem está dormindo.
Perguntei ao povo dali:
Quem fez tal bagaceira?
Um mendigo sem asneira
Me disse: foi ninguém não,
Foi ela que deu com a mão
Na ponta de um chifre brabo
De um homem, pobre-diabo
Que vazou pelo o oitão.
Ela que é metida a braba,
Uma mulher meia Sansão,
Mas fraquejou o coração
Quando viu o sangue no pique.
Ela deu um estrimilique
E caiu aí no solo frio
E aí mesmo ela dormiu
Parecendo piquenique.
Disse eu: puta-que-pariu!
Que mico paguei agora
Por causa dessa caipora
Que agora não tenho dó.
Eu disse assim tão só:
Acorda frango maluco
Antes que pegue o trabuco
E enfie no teu fiofó!
Eu sou de Pernambuco
E disso não me envergonho,
Fazedor de um bom sonho
Pra todos tirar o chapéu
Pra a arte que pus no papel
Feito só para alegrar
A quem gosta de viajar
Nas estórias de cordel.
Gilson Silva (15/03/2011)
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Gilson Silva
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
GIRO IMÓVEL
I
Girando no teto
sem jamais romper o tédio.
Girando no teto
hélices de gumes cegos.
A reunião prossegue.
II
A mão do relator
busca, fiel, retratar
infinda valsa verbal.
O tédio, no entanto,
não entra na ata.
No teto os gumes prosseguem.
III
De dentro duma agenda
quase me sorri
dos relógios flácidos de Dali
a figura reduzida.
Gilson Ribeiro
hélices de gumes cegos.
A reunião prossegue.
II
A mão do relator
busca, fiel, retratar
infinda valsa verbal.
O tédio, no entanto,
não entra na ata.
No teto os gumes prosseguem.
III
De dentro duma agenda
quase me sorri
dos relógios flácidos de Dali
a figura reduzida.
Gilson Ribeiro
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Nossa causa.
Não se trata de brados
ou sonhos dourados.
É frio como um logro
e quente como fogo.
É um faça, uma constatação.
É a mão estendida na escuridão,
em uma floresta de facas afiadas.
Alimenta-se de raiz
e rega a flor mais vermelha,
destruindo o nada dado por escravos
e devolvendo tudo para o trabalho.
Robson Luiz Ceron (2012).
ou sonhos dourados.
É frio como um logro
e quente como fogo.
É um faça, uma constatação.
É a mão estendida na escuridão,
em uma floresta de facas afiadas.
Alimenta-se de raiz
e rega a flor mais vermelha,
destruindo o nada dado por escravos
e devolvendo tudo para o trabalho.
Robson Luiz Ceron (2012).
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012
"O Rato"
E
aí Dr. Ratazana! Lembra de Mim? Eu fui o seu aluno na historia...
Aquele que sacava muito de arqueologia, mas que não era bom o suficiente
para ser historiador...Me formei...E você? Como vai?
Oi Dr. ratazana, sou eu! Aqui nova
mente... Aquele que saca muito de história, mas que não é bom o suficiente para ser filósofo –mesmo, já o sendo...
Oi Dr. ratazana, sinto muito pelo tiro que levou, sinto realmente, mas
não pelo único tiro...E sim, por ter sido só um! Pois deveria ter sido
17!
Mandarei o seu assecla, ou o seu correligionário como falso
leviano à espera de uma vaga, levar uma flor...Mas é a minha e não a
dele!
A flor, ela será de Lótus! Aquela que abrolha em meio aos cadáveres, carniças, corcovas e moribundos!
Mandarei colocá-la em meio ao seu ser jazido! Na sua sepultura daninha!
Repleta de intrigas, de sonhos quebrados e de desesperança.
Pois eu -e os outros do mundo em chamas-, somos a nova Ordem-Mundial e não o que você disse ser, ou o The Economist e a TV...
Você é o que ficou para trás: está enterrado, sepultado, chafurdou na
própria bile e foi digerido por ela, é gordura pra queimar.
Tu
foi o que há mais de pútrido, mais deletério (em vida), hoje é só o
miasma do cadáver, semi-morto, na mente de outro, o abandono! Que
mereceu apodrecer vivo e felizmente morreu! Tragicamente, hilariamente,
patéticamente!
Você foi o suplantado, o suprimido , eu limpei
(e limpo eternalmente ) a minha bunda com o seu curriculum Lattes,
quando cago na Avenida Brasil. Seu filho da puta!...Você é um execrável,
Dr.
Mereceu o paredão, sem perdão! Sem reflexão, sem episteme,
sem formalidades, sem cerimônias, sem humanismo. Ué, você não é o
inumano?
Você é o encosto do espírito, aquele que
inexiste!...Pois aqui na imanência, não há espíritos! Agora, na hora da
débâcle, na hora da morte, seu filho da puta...Você crê em
espíritos?...Não é o que seus livros dizem, Dr!
- (Felipe Lustosa)
Oi Dr. ratazana, sinto muito pelo tiro que levou, sinto realmente, mas não pelo único tiro...E sim, por ter sido só um! Pois deveria ter sido 17!
Mandarei o seu assecla, ou o seu correligionário como falso leviano à espera de uma vaga, levar uma flor...Mas é a minha e não a dele!
A flor, ela será de Lótus! Aquela que abrolha em meio aos cadáveres, carniças, corcovas e moribundos!
Mandarei colocá-la em meio ao seu ser jazido! Na sua sepultura daninha! Repleta de intrigas, de sonhos quebrados e de desesperança.
Pois eu -e os outros do mundo em chamas-, somos a nova Ordem-Mundial e não o que você disse ser, ou o The Economist e a TV...
Você é o que ficou para trás: está enterrado, sepultado, chafurdou na própria bile e foi digerido por ela, é gordura pra queimar.
Tu foi o que há mais de pútrido, mais deletério (em vida), hoje é só o miasma do cadáver, semi-morto, na mente de outro, o abandono! Que mereceu apodrecer vivo e felizmente morreu! Tragicamente, hilariamente, patéticamente!
Você foi o suplantado, o suprimido , eu limpei (e limpo eternalmente ) a minha bunda com o seu curriculum Lattes, quando cago na Avenida Brasil. Seu filho da puta!...Você é um execrável, Dr.
Mereceu o paredão, sem perdão! Sem reflexão, sem episteme, sem formalidades, sem cerimônias, sem humanismo. Ué, você não é o inumano?
Você é o encosto do espírito, aquele que inexiste!...Pois aqui na imanência, não há espíritos! Agora, na hora da débâcle, na hora da morte, seu filho da puta...Você crê em espíritos?...Não é o que seus livros dizem, Dr!
- (Felipe Lustosa)
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Felipe Lustosa
Manoel Preto
Manoel Preto
Dedicado a Washington Luis Barcelos, que me soprou essa história
Na última noite, apenas estremecia de leve e,
aos poucos, se aquietou. Cansado pela longa
vigília,cerrei os olhos e adormeci. Ao acordar,
percebi que uma coisa se transformara no meus
braços. No meu colo estava uma criança encardida,
sem dentes. Morta.
Teleco, o coelhinho
Murilo Rubião
Daniel Oliveira
Sabará/MG
07 de Novembro de 2012
Murilo Rubião
No caminho de Curral del Rey para Sabará, havia uma mata, e nesta
mata, uma pequena estrada, calçada em alguns pontos íngremes, que era
para estabilizar as carruagens para não fazer chacoalhar as damas da
corte. Neste ponto, onde o caminho se curvava, os escravos velhos e
doentes eram abandonados a própria sorte. Foi esse o caso de Manoel
Preto, ex-príncipe de um reino africano, encarregado de encher as
moringas da casa grande, e que completará 60 anos, idade bastante
avançada entre os escravos.
Na ida da comitiva, Manoel Preto foi abandonado, deixado em uma pedra, sentado, esperando a morte. Na volta do comboio, outros escravos se encarregariam de enterrar o seu defunto corpo.
Mas Manoel Preto não quis assim. Sentar? Esperar a morte chegar? Não, definitivamente não! Havia cruzado todo um oceano. Seus companheiros de exílio, jogados ao mar um a um, formavam um colar de pérolas negras. Viu mulheres parirem novos lucros, e crianças crescerem nos convés. Em terra, trabalhou em lavoura, engenho, esqueceu sua língua, aprendeu outra. Teve febre, pensou na mãe, no pai, no reino que não chegou a herdar, e que provavelmente nem existia mais. Morrer assim? Mas que não! Se a morte lhe quer, que se ponha a caminhar.
E Manoel Preto caminhou. Entrou trilha, deitou mato, pendurou em pedra. Sentia-se mais forte. Ninguém a lhe dizer “faça isso, pegue aquilo, carregue tudo para acolá”. Era apenas ele e o verde a lhe abraçar.
Foi quando se deparou com uma cobra: “o pai quer que eu o ajude, lhe devorando?”. Com a cabeça fez que não. E continuou a andar.
Desta vez um carcará, pousando ao seu lado, lhe cochichou: “se o pai quer, eu lhe como. Ajudo pai, e pai me ajuda”. Mas Manoel Preto fez que não, e soprou pra longe o bico da insidiosa.
E então uma paca, não uma simples paca, mas a rainha de tudo que respira, e é bom, confeitou no seu ouvido: “pai não morre, pai é pedaço de nós. Se pai quiser, comigo tem morada”. Manoel Preto sorriu, como nunca o fazia. Se curvou. Seus pés trincaram. Seus olhos se puseram negros como a noite. E se foi em cavalgada.
Na ida da comitiva, Manoel Preto foi abandonado, deixado em uma pedra, sentado, esperando a morte. Na volta do comboio, outros escravos se encarregariam de enterrar o seu defunto corpo.
Mas Manoel Preto não quis assim. Sentar? Esperar a morte chegar? Não, definitivamente não! Havia cruzado todo um oceano. Seus companheiros de exílio, jogados ao mar um a um, formavam um colar de pérolas negras. Viu mulheres parirem novos lucros, e crianças crescerem nos convés. Em terra, trabalhou em lavoura, engenho, esqueceu sua língua, aprendeu outra. Teve febre, pensou na mãe, no pai, no reino que não chegou a herdar, e que provavelmente nem existia mais. Morrer assim? Mas que não! Se a morte lhe quer, que se ponha a caminhar.
E Manoel Preto caminhou. Entrou trilha, deitou mato, pendurou em pedra. Sentia-se mais forte. Ninguém a lhe dizer “faça isso, pegue aquilo, carregue tudo para acolá”. Era apenas ele e o verde a lhe abraçar.
Foi quando se deparou com uma cobra: “o pai quer que eu o ajude, lhe devorando?”. Com a cabeça fez que não. E continuou a andar.
Desta vez um carcará, pousando ao seu lado, lhe cochichou: “se o pai quer, eu lhe como. Ajudo pai, e pai me ajuda”. Mas Manoel Preto fez que não, e soprou pra longe o bico da insidiosa.
E então uma paca, não uma simples paca, mas a rainha de tudo que respira, e é bom, confeitou no seu ouvido: “pai não morre, pai é pedaço de nós. Se pai quiser, comigo tem morada”. Manoel Preto sorriu, como nunca o fazia. Se curvou. Seus pés trincaram. Seus olhos se puseram negros como a noite. E se foi em cavalgada.
Daniel Oliveira
Sabará/MG
07 de Novembro de 2012
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Daniel Oliveira
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
NEGRA! - NEGRA! - NEGRA!
Sou negra e você não vê!
Sabe por quê? Porque você é racista!
...
Está procurando na cor da minha pele
a cor que está na minha cultura,
na minha história, nas minhas raízes.
...
Sabe por quê? Porque você é racista!
...
Está procurando na cor da minha pele
a cor que está na minha cultura,
na minha história, nas minhas raízes.
...
Os meus deuses são negros
são forças da natureza
seres paradoxais
Sou do samba,
sou do rap,
sou do soul,
sou negra!
Sou negra e você não vê!
E assim você permite que eu estude
em lugares onde não encontro os meus,
que eu consiga empregos diferentes
dos que conseguem os meus...
Mas você não sabe...Eu sou neguinha! E você, não vê!
Carolina Lopes
são forças da natureza
seres paradoxais
Sou do samba,
sou do rap,
sou do soul,
sou negra!
Sou negra e você não vê!
E assim você permite que eu estude
em lugares onde não encontro os meus,
que eu consiga empregos diferentes
dos que conseguem os meus...
Mas você não sabe...Eu sou neguinha! E você, não vê!
Carolina Lopes
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Sangue
Meu sangue é o sangue
dos homens
Dos trabalhadores
Dos operários
Do proletariado
Meu sangue é o sangue
dos explorados
Daqueles que nunca
abaixam a cabeça
Dos que vivem cativos e
espoliados
Dos honestos, dos
revoltados
Meu sangue é o sangue
que quer justiça
Dos que não aguentam a
injustiça e a opressão
Dos seres de bem
De todos os do BEM
Meu sangue enche os
rios
As matas
Os mares
As montanhas
As ruas
As lojas
As fábricas
Mas um dia será um
turbilhão
Um tsunami de justiça
De igualdade
Da verdade
Um sangue
Só um sangue
O sangue dos homens
O sangue da terra.
AC
31/03/2011
Afonso Costa é da direção
estadual do PCB no Rio de Janeiro e jornalista
com quase 35 anos de profissão. Além de matérias e artigos também
escreve contos, crônicas e poesias, algo para aliviar a mente, para
fazer a luta política no campo das letras.
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terça-feira, 6 de novembro de 2012
NÚCLEO DE CULTURA E MEMÓRIA COMUNISTA NO BRASIL
Temos nos reunido com o intuito de resgatar o potencial transformador da intervenção cultural.
Como disse o camarada Paulo Leminski “Na luta de classes todas as armas são boas: pedras, noites e Poemas”.
Nesse sentido nos colocamos o desafio de estudar, compreender e por em prática a importante contribuição teórico-prática nesse campo dos comunistas
Como disse o camarada Paulo Leminski “Na luta de classes todas as armas são boas: pedras, noites e Poemas”.
Nesse sentido nos colocamos o desafio de estudar, compreender e por em prática a importante contribuição teórico-prática nesse campo dos comunistas
no Brasil, marcadamente durante as décadas de 20 e 80.
Ao nos debruçarmos sobre essas experiências na literatura, teatro, cinema e música, pretendemos potencializar nossas intervenções na realidade sempre no intuito de alcançar a emancipação humana através da transformação radical da sociedade em que vivemos!
Nosso próximo encontro será:
A POLITICA CULTURAL DOS COMUNISTAS – PARTE I
Texto de Celso Frederico – em anexo
DIA 16 DE NOVEMBRO
ÀS 17:00
AUDITORIO DA PRO-REITORIA DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS (PRAC) – UFPB (Entrando no subsolo da reitoria pelo estacionamento)
Para isso contaremos com a riquíssima contribuição do camarada Romero Venâncio, professor de filosofia da Universidade Federal de Sergipe (UFS)!
Quer receber por e-mail as informações, atividades, programação do Núcleo de cultura? CADASTRE-SE NO LINK: https://docs.google.com/ spreadsheet/ viewform?formkey=dE1PZVo0WX pVU183bVYxZlNQQ3Bra2c6MQ
(se quiser participar dos espaços é muito importante o cadastro para facilitar a nossa comunicação)
PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO LINK: https://docs.google.com/ document/d/ 1IYgJFJqf1eEq7aCiTkVOx5TVqg vkkONZ2sh19bj1jAs/edit
Contatos:
ujcparaiba@gmail.com
http://www.facebook.com/ ujc.pb
www.ujc.org.br
Pablo - (83) 9973.1027 (TIM) / 8809.0422 (OI)
Patrícia - (83) 9645.1957 (TIM) / 8847.3457 (OI)
Romero - (83) 99501473 (TIM)
Ao nos debruçarmos sobre essas experiências na literatura, teatro, cinema e música, pretendemos potencializar nossas intervenções na realidade sempre no intuito de alcançar a emancipação humana através da transformação radical da sociedade em que vivemos!
Nosso próximo encontro será:
A POLITICA CULTURAL DOS COMUNISTAS – PARTE I
Texto de Celso Frederico – em anexo
DIA 16 DE NOVEMBRO
ÀS 17:00
AUDITORIO DA PRO-REITORIA DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS (PRAC) – UFPB (Entrando no subsolo da reitoria pelo estacionamento)
Para isso contaremos com a riquíssima contribuição do camarada Romero Venâncio, professor de filosofia da Universidade Federal de Sergipe (UFS)!
Quer receber por e-mail as informações, atividades, programação do Núcleo de cultura? CADASTRE-SE NO LINK: https://docs.google.com/
(se quiser participar dos espaços é muito importante o cadastro para facilitar a nossa comunicação)
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Pablo - (83) 9973.1027 (TIM) / 8809.0422 (OI)
Patrícia - (83) 9645.1957 (TIM) / 8847.3457 (OI)
Romero - (83) 99501473 (TIM)
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Atividade Cultural,
UJC/PE
Para Neide Alves Santos, única mulher do PCB, morta pela ditadura militar
Só vos peço uma coisa: se sobreviverdes a esta época, não vos esqueçais!
Não vos esqueçais nem dos bons, nem dos maus.
Juntai com paciência as testemunhas daqueles que tombaram por eles e por vós.
Um belo dia, hoje será o passado, e falarão numa grande época
e nos heróis anônimos que criaram a história.
Gostaria que todo mundo soubesse que não há heróis anônimos.
Eles eram pessoas, e tinham nomes, tinham rostos, desejos e esperanças,
e a dor do último entre os últimos não era menor do que a dor do primeiro,
cujo nome há de ficar.
Queria que todos esses vos fossem tão próximos como pessoas que tivésseis
Conhecido como membros da sua família, como vós mesmos.
Julius Fuchik
Para Neide Alves Santos, única mulher do PCB, morta pela ditadura militar
Não vos esqueçais nem dos bons, nem dos maus.
Juntai com paciência as testemunhas daqueles que tombaram por eles e por vós.
Um belo dia, hoje será o passado, e falarão numa grande época
e nos heróis anônimos que criaram a história.
Gostaria que todo mundo soubesse que não há heróis anônimos.
Eles eram pessoas, e tinham nomes, tinham rostos, desejos e esperanças,
e a dor do último entre os últimos não era menor do que a dor do primeiro,
cujo nome há de ficar.
Queria que todos esses vos fossem tão próximos como pessoas que tivésseis
Conhecido como membros da sua família, como vós mesmos.
Julius Fuchik
Para Neide Alves Santos, única mulher do PCB, morta pela ditadura militar
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quarta-feira, 31 de outubro de 2012
SAMBA DA NOVA CLASSE MÉDIA
SAMBA DA NOVA CLASSE MÉDIA
dedicado a Bezerra da Silva
Disseram que eu virei classe média
Que muitos degraus da pirâmide galguei
E que agora eu subi de vida
Que eu tenho casa e carro
E ganho mais de mil por mês
Mas veja o senhor a contradição
Se esqueceram de avisar o patrão
Porque o salário é o mesmo miserê
Nunca tive dinheiro que dê
Pra terminar o mês sem pedir
Fiado, emprestado ou retribuição
Carro eu só vejo quando desvio
Ou de dentro de uma lotação
A casa é minha mesmo
Mas em cada quarto mora um irmão
Não vi melhoria de vida
Vi maquiada a situação
E o fosso que nos separa
Parece que mora mais de mil “dragão”
Mas a vida é assim mesmo
Tá tudo certo, tem problema não
Quando chego em casa cansado
E ligo a televisão
O bacana com cara de doutor
Me deixa a par da situação
Disseram que eu virei classe média...
DANIEL OLIVEIRA
BELO HORIZONTE/MG
25 DE OUT 2012
Que eu tenho casa e carro
E ganho mais de mil por mês
Mas veja o senhor a contradição
Se esqueceram de avisar o patrão
Porque o salário é o mesmo miserê
Nunca tive dinheiro que dê
Pra terminar o mês sem pedir
Fiado, emprestado ou retribuição
Carro eu só vejo quando desvio
Ou de dentro de uma lotação
A casa é minha mesmo
Mas em cada quarto mora um irmão
Não vi melhoria de vida
Vi maquiada a situação
E o fosso que nos separa
Parece que mora mais de mil “dragão”
Mas a vida é assim mesmo
Tá tudo certo, tem problema não
Quando chego em casa cansado
E ligo a televisão
O bacana com cara de doutor
Me deixa a par da situação
Disseram que eu virei classe média...
DANIEL OLIVEIRA
BELO HORIZONTE/MG
25 DE OUT 2012
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terça-feira, 30 de outubro de 2012
Aí?
Cidadão pacato
Humilde e calado
Cabra arretado
Desconfiado
Menosprezado
Curtido e cordato
Gente da terra
Feito tapera
Errante quimera
Que nunca prospera
Cerceado e teimoso
Trabalhador
Nordestino corajoso
Cheio de dor
Carrega um sonho
Desejo contido
Anseio exprimido
Proibido
Escondido
Não permitido
Sem terra e sem lar
Procura um lugar
Onde possa trabalhar
Fugir de tanto azar
Esquecer a fome
Lembrar-se que é homem
Que tem um nome:
Brasileiro.
Afonso Costa é da direção estadual do PCB no Rio de Janeiro e
jornalista com quase 35 anos de profissão. Além de matérias e artigos
também escreve contos, crônicas e poesias, algo para aliviar a mente,
para fazer a luta política no campo das letras.
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segunda-feira, 29 de outubro de 2012
GUARANI KAIOWÁ
Você
me diz que é muita terra
E
que não preciso de tanto chão
Que
eu não produzo em escala
E
que isso atrasa a nação
Que
meu apego pela terra
É
pura fetichização
E
que outros lugares
Melhoraria
minha situação
E
me mostra gráficos
Imaginando
a inauguração
E
o gado, e os tratores, e as cifras
Na
mais louca transação
E
quando digo que não
Que
eu não vejo assim
Gado,
trator, cifra?
O
que eu quero é aipim
Ver
os meninos correndo soltos
Viver
por mim
Estar
junto dos meus mortos
E
das coisas que me fazem assim
O
rio primeiro em que me banhei
A
mesma mata de antemão
Essa
mesma terra aqui
Bem
antes de ti, cidadão
Já
era de todos
Porque
não é nossa não
E
isso você com sua “propriedade”
Não
pode compreender
A
função social da terra
É
a função natural das coisas
E
então suas leis e tribunais
Sua
polícia e legislação
Dão
o veredito final
Sobre
milênios de incrustação
De
um povo em sua terra
Que
é sua própria identidade
Então
esse povo decide
Se
fazer uno com seriedade
E
fundem sangue e terra
Num
baile de irmandade
O
índio vira terra
A
terra vira índio
E
o capitalismo segue impávido
Esse
colosso bandido
DANIEL
OLIVEIRA
29
OUT 2012
BELO
HORIZONTE/MG
Militante
PCB
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sexta-feira, 26 de outubro de 2012
O Trabalho e o sentido da vida
Um dia possui 24 horas.
Vivo em uma sociedade em que:
8 horas do dia estou dormindo,
8 horas do dia estou trabalhando,
3 horas do dia estou me deslocando para o trabalho,
1 hora do dia estou me alimentando,
E assim,
Restam-me apenas 4 horas para viver.
Nessa sociedade,
Eu não trabalho para viver,
Eu vivo para trabalhar.
Sendo assim,
Tudo que faço para continuar vivendo nessa sociedade,
Tem seu sentido distorcido:
Eu não durmo para continuar vivendo,
Eu durmo para continuar trabalhando!
Eu não
me alimento para continuar vivendo,
Eu me alimento para continuar trabalhando!
(Hugo Bras)
3 horas do dia estou me deslocando para o trabalho,
1 hora do dia estou me alimentando,
E assim,
Restam-me apenas 4 horas para viver.
Nessa sociedade,
Eu não trabalho para viver,
Eu vivo para trabalhar.
Sendo assim,
Tudo que faço para continuar vivendo nessa sociedade,
Tem seu sentido distorcido:
Eu não durmo para continuar vivendo,
Eu durmo para continuar trabalhando!
Eu não me alimento para continuar vivendo,
Eu me alimento para continuar trabalhando!
(Hugo Bras)
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Minha terra
Minha terra é a terra do frevo
do xote, do xaxado, do forró,
carne de sol, qualhada e bobó,
sanfona, azabumba e realejo,
caatinga, sertão e muito brejo.
Minha terra é a terra do povo
de Luís Gonzaga e Jackson do Pandeiro,
do mar que quebra na praia,
do chapéu de couro, gibão e sandália,
procissão, reza e mortalha.
Minha terra é a terra do rebolado,
da dança, da crença, do mato fechado,
dos rios, da mata e da fartura,
tão invadida que não perdura
ameaça o sonho, agride a candura.
Minha terra é a terra do embolado,
da disputa do azul e do vermelho,
do tacacá, açaí e caranguejo,
farinha, água e lampejo
que cai e irriga o ano inteiro.
Minha terra é a terra do trevo,
da negra, da mulata, da morena,
da eterna garota de Ipanema,
das belas pernas, das grandes bundas,
das ancas quentes e salientes.
Na minha terra tem a Bahia,
O Pernambuco, a Paraíba e o Ceará,
Minas, Goiás e o Belém do Pará.
O velho Chico e o Grande Chico,
Os pampas, os longínquos morros do Amapá.
Não tem Y.
Não tem W
Não tem K.
Vão se embora!
Tirem a mão do meu jabá!
AFONSO COSTA
Jornalista, escritor e membro do CR/RJ do PCB
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Walt Disney e o FBI
O artista denunciou seus funcionários e perseguiu celebridades com o apoio do Senado americano
Walt Disney não foi apenas o pai de Mickey e Donald, o produtor de Branca de Neve, Bambi, Dumbo e Pinóquio e o genial inventor da Disneylândia. Durante 26 anos, de 1940 a 1966, o artista forneceu aos agentes do governo americano relatórios sobre atividades consideradas subversivas das estrelas de Hollywo
Walt Disney não foi apenas o pai de Mickey e Donald, o produtor de Branca de Neve, Bambi, Dumbo e Pinóquio e o genial inventor da Disneylândia. Durante 26 anos, de 1940 a 1966, o artista forneceu aos agentes do governo americano relatórios sobre atividades consideradas subversivas das estrelas de Hollywo
od, dos sindicatos de técnicos e das associações de artistas, roteiristas, produtores e escritores.
A atuação de Disney como informante do FBI, o Federal Bureau of Investigation, foi divulgada inicialmente pelo escritor Marc Eliot em O príncipe sombrio de Hollywood (Ed. Marco Zero). A biografia, classificada como “não autorizada” pela imprensa americana, traz uma análise de 470 páginas de informações produzidas pelo próprio órgão estatal. Para acessar o dossiê, Eliot recorreu ao Freedom of Information Act, um dispositivo legal que autoriza qualquer cidadão americano a ter acesso aos arquivos de uma administração. O material não está completo: faltam 100 páginas e muitas das recebidas pelo autor foram escurecidas, para garantir o anonimato de informantes ou de pessoas colocadas sob suspeita por Disney.
Segundo os dados obtidos, a parceria começou em 1940, quando o artista tinha 39 anos. Nessa época, o poderoso e temido chefe do FBI, John Edgar Hoover, colecionador inveterado de segredos de alcova, assuntos de família e fofocas de todo tipo, se propôs a ajudar Disney na busca por sua árvore genealógica. O assunto era um tormento para o animador desde a adolescência, quando descobriu que não possuía certidão de nascimento. Acreditando ser adotado, ele fez inúmeras pesquisas para encontrar suas origens, todas sem resultado. A oferta do FBI era uma ótima oportunidade para finalmente atingir seu objetivo. Em troca do esforço dos agentes, Disney tornou-se informante e manteve uma relação quase filial com Hoover.
O acordo, imediatamente colocado em prática, levou dois investigadores americanos à cidade de Mojacar, na Espanha, em busca do atestado de nascimento. Eles encontraram o registro de uma criança, nascida por volta de 1890, cuja mãe teria sido Isabel Zamora Ascencio.
O pai, um notável chamado José Guirao, era casado com outra mulher e não assumiu a relação com a amante. Após sua morte, a señorita Zamora teria embarcado para a América e Disney seria, na verdade, o pequeno José, nome de batismo do bebê espanhol. Pura especulação, as informações foram habilmente utilizadas por Hoover para manter estreitos laços com o cineasta.
Disney e Charles Chaplin, vítima célebre da caça as bruxas empreendida no macarthismo
Mas a aliança era bilateral e Disney utilizou-a muitas vezes, fora da alçada particular inicial. Recorreu à polícia federal contra os sindicatos e, em outro nível, para quebrar o monopólio das grandes companhias cinematográficas, que controlavam a distribuição e exportação da produção hollywoodiana. Para ele, os sindicatos eram certamente comunistas e as empresas, a expressão de um complô tramado por imigrantes do leste europeu. Não seria Hoover quem iria contradizê-lo.
Em 1941, o artista realizou uma de suas obras-primas, Fantasia. O filme, protagonizado por Mickey Mouse, foi um fracasso de público. O cineasta atribuiu a péssima recepção da animação a uma “conspiração sindical”, em um período em que seus funcionários entraram em greve por melhores condições de trabalho.
Greve e perseguição
A mobilização eclodiu quando os diretores do estúdio proibiram o estabelecimento de sindicatos filiados à Cartoonist Guild, espécie de federação dos cartunistas. Com barricadas e piquetes, a queda-de-braço durou vários meses. Por fim, todos os líderes sindicais foram demitidos, e Disney aproveitou a Huac, Comissão de Investigação sobre as Atividades Antiamericanas, que funcionou entre os anos 1938 e 1975, para pedir investigação dos militantes. Por vingança, perseguiu os sindicalistas durante anos, mas foi obrigado a readmitir alguns após processos jurídicos.
Em fevereiro de 1944, ele participou da fundação da Motion Picture Alliance, uma máquina de guerra a serviço do anticomunismo. A organização agrupou a nata dos conservadores, entre eles, o milionário e magnata da imprensa, William Randolph Hearst, e os astros John Wayne e Gary Cooper. Em sua declaração de princípios, a MPA alertava para uma possível “dominação dos comunistas, dos radicais e desmiolados de todo tipo”.
Nove dos Dez de Hollywood, grupo de escritores de esquerda perseguidos no período
Em março do mesmo ano, Disney dirigiu-se ao Congresso dos Estados Unidos, solicitando à Huac que estudasse “a maneira flagrante com que a indústria do filme alimentou, em seu seio, comunistas e outros grupos de tendência totalitária, que trabalhavam na divulgação de idéias e de crenças antiamericanas”. O clima de inquisição em Hollywood estava criado. Qualquer pessoa suspeita de ser liberal ou progressista era ouvida pelos políticos, amplamente apoiados e encorajados em seus trabalhos pelo FBI. Em 1947, a Huac investigou, entre outros alvos, um grupo de escritores de esquerda conhecido como “Os dez de Hollywood”. Por se recusarem a responder às perguntas sobre uma eventual ligação com o partido comunista, eles tiveram suas carreiras prejudicadas e alguns cumpriram pena de prisão. A acusação era a de violação da primeira emenda da Constituição americana, que ironicamente regula a liberdade de expressão, de opinião e de manifestação.
No clima de perseguição, Disney também participou ativamente do Communist Pictures, um grupo de representantes do FBI dedicados a localizar subversivos. Entre os que se uniram a esse movimento, estava um ator de segunda categoria, então desconhecido do grande público: Ronald Reagan. O dossiê do FBI sobre aquele que se tornaria presidente dos Estados Unidos entre 1981 e 1989 é eloqüente. Militante sindicalista, Reagan logo tornou-se suspeito por sua atuação no comitê dos cidadãos para as artes, ciências e profissões liberais, considerado uma fachada para os comunistas.
Alertado por seu irmão Neil, membro do mesmo comitê, ele optou por colaborar com as investigações e fornecer aos agentes as listas de militantes ou simpatizantes do comunismo.
Denúncias públicas
Reagan foi brilhante e se tornou informante confidencial. Hoover aproveitou o talento de seu jovem recruta e fez com que fosse ouvido pela Huac.
Para jornais posteriores ao macarthismo, o termo para definir a perseguição política deveria ser "hooverismo", em referência a J. Edgar Hoover (acima)
Em 24 de outubro de 1947, foi a vez de Disney depor perante os políticos, no mesmo dia de Gary Cooper. No relatório da audiência, consta um trecho do diálogo em que os membros da comissão perguntavam se houve, “em qualquer período que seja, comunistas empregados no estúdio”. E o artista respondeu: “Sim. No passado tivemos algumas pessoas que acredito serem comunistas”. Questionado se a greve teria sido fomentada por membros do partido comunista, ele afirmou: “Estou profundamente convencido de que um grupo de comunistas tentou influenciar nossos artistas e conseguiu”. No depoimento, citou os nomes de Herbert Sorrell e Dave Hilberman, dois sindicalistas que participaram da mobilização. Porta-voz dos sindicatos hollywoodianos, Sorrell viu sua carreira naufragar e morreu após um ataque cardíaco aos 45 anos. Hilberman foi vigiado durante anos pelo FBI e teve de se mudar para Nova York, onde trabalhou para uma sociedade de produção tachada de socialista.
A postura anticomunista não escapou à União Soviética, que proibiu os filmes de Disney em todo seu território a partir de março de 1949. Em reação a essa sanção, o artista recebeu uma placa de bronze da Câmara do Comércio de Los Angeles, por sua contribuição ao comércio internacional. O clima de tensão se agravou em 1950, com o crescimento da popularidade do senador republicano Joseph MacCarthy, anticomunista fervoroso. Além da Huac, diversos outros instrumentos estavam atuando, como o Subcomitê Interno de Segurança do Senado e o Subcomitê Permanente de Investigações do Senado. Entre 1949 e 1954, mais de 109 dossiês foram analisados no Congresso americano e o termo “macarthismo” passou a definir a política de perseguição sistemática aos partidários da esquerda, embora alguns jornais tenham posteriormente afirmado que o nome ideal seria “hooverismo”. Toda pessoa que se recusasse a comparecer aos depoimentos era automaticamente fichada. John Huston, Katharine Hepburn, Lauren Bacall e Humphrey Bogart receberam muitas críticas por se limitaram a dar respostas evasivas. Os escritores: John Steinbeck, Arthur Miller, Tennessee Williams, Truman Capote, Dashiell Hammett e Thomas Mann também foram espionados. Outra vítima célebre dessa caça às bruxas foi Charles Chaplin, cujos protestos contra a histeria anticomunista irritavam Disney. Apesar de sua fama, o criador de Carlitos não escapou das perseguições, que o obrigaram ao exílio na Europa.
No Natal de 1954, o chefão do FBI nomeou Disney agente especial, o que fez dele um informante de confiança. Essa promoção não foi desinteressada, pois ocorreu no momento em que o artista estreou no mundo da televisão, assinando um acordo com o canal ABC. Hoover deu uma importância especial a essa mídia, pressentindo a força que iria adquirir nos anos seguintes. Em relatório confidencial, Hoover escreveu: “Tendo em vista o prestígio do sr. Disney, o produtor mais importante de desenhos animados da indústria do cinema, sua competência e suas vastas relações no domínio da produção, nós estimamos que sua colaboração para os serviços do Bureau pode se revelar preciosa. Por isso, recomendo que seja promovido a contato oficial de nossos serviços, sob o título de Special Agent in Charge”.
A lua-de-mel foi finalmente encerrada em 1956. Vítimas de sua paranóia, os homens de Hoover, se não o próprio, começaram a suspeitar de Disney quando ele solicitou uma área do FBI como locação de curtas-metragens do Clube do Mickey. Apesar de terem autorizado a filmagem, o clima de confiança nunca mais foi o mesmo. Em 1961, o artista aprovou o roteiro de Um piloto na Lua, que ridicularizava policiais. Quatro anos depois, se recusou a modificar o script de O espião com patas de veludo, pouco elogioso ao FBI.
Vítima de Hoover
Ignorando a qualidade de informante de Disney, os agentes fizeram uma investigação para provar que ele havia participado da Noite das Américas, evento do Conselho de Democracia Pan-americana, considerado uma associação subversiva, e de uma homenagem a Art Young feita pelo jornal New Masses, taxado como aliado do partido comunista americano. Quando o presidente Dwight Eisenhower (1953-1961) listou personalidades suscetíveis de serem nomeadas ao Conselho Nacional da Cultura, Hoover enviou os dossiês desses dois casos e o nome de Disney foi descartado.
O artista passou de colaborador à vítima do chefão do FBI, que de 1924 a 1972 reinou como mestre absoluto sobre toda a vida política dos Estados Unidos, fichando mais de 159 mil de pessoas. Até hoje, a família do homem vencedor de 29 Oscars e 4 Emmy nega sua participação no macarthismo, sob o argumento de que ele seria apenas um “contato” do FBI. Para seu biógrafo, o “público americano só conhecerá a verdade no dia em que todas as peças – sem cortes – do dossiê Disney, em poder do FBI, estiverem disponíveis”. Um forte indício de que as informações divulgadas até agora estão corretas é que nenhum processo foi aberto contra o livro, traduzido em 14 línguas.
Zé Carioca, um brasileiro em defesa dos EUA
Em plena Segunda Guerra Mundial, Walt Disney desembarcou no Brasil para colaborar com a “política da boa vizinhança”. À época, o governo Getúlio Vargas flertava com o Eixo, em detrimento dos Aliados, e os Estados Unidos adotaram uma campanha para ampliar sua influência política, econômica e cultural no país. Entre as iniciativas para aproximar as duas nações, estavam o impulso à carreira de Carmem Miranda e a viagem de 15 dias de Disney ao Rio de Janeiro. A missão do artista, instruído cuidadosamente por Nelson Rockefeller, diretor da influente Secretaria para Assuntos Interamericanos, era ganhar a simpatia dos brasileiros e o resultado foi a criação de Zé Carioca. O papagaio estreou no filme Alô, amigos de 1942, em que ciceroneava o Pato Donald pelo país. A passagem pela América Latina ainda rendou outros dois personagens: o Gauchinho Voador, representante da Argentina, e o galo mexicano Panchito. Todos se tornaram bons amigos de Donald, simbolizando o que deveria ser a relação com os americanos.
A atuação de Disney como informante do FBI, o Federal Bureau of Investigation, foi divulgada inicialmente pelo escritor Marc Eliot em O príncipe sombrio de Hollywood (Ed. Marco Zero). A biografia, classificada como “não autorizada” pela imprensa americana, traz uma análise de 470 páginas de informações produzidas pelo próprio órgão estatal. Para acessar o dossiê, Eliot recorreu ao Freedom of Information Act, um dispositivo legal que autoriza qualquer cidadão americano a ter acesso aos arquivos de uma administração. O material não está completo: faltam 100 páginas e muitas das recebidas pelo autor foram escurecidas, para garantir o anonimato de informantes ou de pessoas colocadas sob suspeita por Disney.
Segundo os dados obtidos, a parceria começou em 1940, quando o artista tinha 39 anos. Nessa época, o poderoso e temido chefe do FBI, John Edgar Hoover, colecionador inveterado de segredos de alcova, assuntos de família e fofocas de todo tipo, se propôs a ajudar Disney na busca por sua árvore genealógica. O assunto era um tormento para o animador desde a adolescência, quando descobriu que não possuía certidão de nascimento. Acreditando ser adotado, ele fez inúmeras pesquisas para encontrar suas origens, todas sem resultado. A oferta do FBI era uma ótima oportunidade para finalmente atingir seu objetivo. Em troca do esforço dos agentes, Disney tornou-se informante e manteve uma relação quase filial com Hoover.
O acordo, imediatamente colocado em prática, levou dois investigadores americanos à cidade de Mojacar, na Espanha, em busca do atestado de nascimento. Eles encontraram o registro de uma criança, nascida por volta de 1890, cuja mãe teria sido Isabel Zamora Ascencio.
O pai, um notável chamado José Guirao, era casado com outra mulher e não assumiu a relação com a amante. Após sua morte, a señorita Zamora teria embarcado para a América e Disney seria, na verdade, o pequeno José, nome de batismo do bebê espanhol. Pura especulação, as informações foram habilmente utilizadas por Hoover para manter estreitos laços com o cineasta.
Disney e Charles Chaplin, vítima célebre da caça as bruxas empreendida no macarthismo
Mas a aliança era bilateral e Disney utilizou-a muitas vezes, fora da alçada particular inicial. Recorreu à polícia federal contra os sindicatos e, em outro nível, para quebrar o monopólio das grandes companhias cinematográficas, que controlavam a distribuição e exportação da produção hollywoodiana. Para ele, os sindicatos eram certamente comunistas e as empresas, a expressão de um complô tramado por imigrantes do leste europeu. Não seria Hoover quem iria contradizê-lo.
Em 1941, o artista realizou uma de suas obras-primas, Fantasia. O filme, protagonizado por Mickey Mouse, foi um fracasso de público. O cineasta atribuiu a péssima recepção da animação a uma “conspiração sindical”, em um período em que seus funcionários entraram em greve por melhores condições de trabalho.
Greve e perseguição
A mobilização eclodiu quando os diretores do estúdio proibiram o estabelecimento de sindicatos filiados à Cartoonist Guild, espécie de federação dos cartunistas. Com barricadas e piquetes, a queda-de-braço durou vários meses. Por fim, todos os líderes sindicais foram demitidos, e Disney aproveitou a Huac, Comissão de Investigação sobre as Atividades Antiamericanas, que funcionou entre os anos 1938 e 1975, para pedir investigação dos militantes. Por vingança, perseguiu os sindicalistas durante anos, mas foi obrigado a readmitir alguns após processos jurídicos.
Em fevereiro de 1944, ele participou da fundação da Motion Picture Alliance, uma máquina de guerra a serviço do anticomunismo. A organização agrupou a nata dos conservadores, entre eles, o milionário e magnata da imprensa, William Randolph Hearst, e os astros John Wayne e Gary Cooper. Em sua declaração de princípios, a MPA alertava para uma possível “dominação dos comunistas, dos radicais e desmiolados de todo tipo”.
Nove dos Dez de Hollywood, grupo de escritores de esquerda perseguidos no período
Em março do mesmo ano, Disney dirigiu-se ao Congresso dos Estados Unidos, solicitando à Huac que estudasse “a maneira flagrante com que a indústria do filme alimentou, em seu seio, comunistas e outros grupos de tendência totalitária, que trabalhavam na divulgação de idéias e de crenças antiamericanas”. O clima de inquisição em Hollywood estava criado. Qualquer pessoa suspeita de ser liberal ou progressista era ouvida pelos políticos, amplamente apoiados e encorajados em seus trabalhos pelo FBI. Em 1947, a Huac investigou, entre outros alvos, um grupo de escritores de esquerda conhecido como “Os dez de Hollywood”. Por se recusarem a responder às perguntas sobre uma eventual ligação com o partido comunista, eles tiveram suas carreiras prejudicadas e alguns cumpriram pena de prisão. A acusação era a de violação da primeira emenda da Constituição americana, que ironicamente regula a liberdade de expressão, de opinião e de manifestação.
No clima de perseguição, Disney também participou ativamente do Communist Pictures, um grupo de representantes do FBI dedicados a localizar subversivos. Entre os que se uniram a esse movimento, estava um ator de segunda categoria, então desconhecido do grande público: Ronald Reagan. O dossiê do FBI sobre aquele que se tornaria presidente dos Estados Unidos entre 1981 e 1989 é eloqüente. Militante sindicalista, Reagan logo tornou-se suspeito por sua atuação no comitê dos cidadãos para as artes, ciências e profissões liberais, considerado uma fachada para os comunistas.
Alertado por seu irmão Neil, membro do mesmo comitê, ele optou por colaborar com as investigações e fornecer aos agentes as listas de militantes ou simpatizantes do comunismo.
Denúncias públicas
Reagan foi brilhante e se tornou informante confidencial. Hoover aproveitou o talento de seu jovem recruta e fez com que fosse ouvido pela Huac.
Para jornais posteriores ao macarthismo, o termo para definir a perseguição política deveria ser "hooverismo", em referência a J. Edgar Hoover (acima)
Em 24 de outubro de 1947, foi a vez de Disney depor perante os políticos, no mesmo dia de Gary Cooper. No relatório da audiência, consta um trecho do diálogo em que os membros da comissão perguntavam se houve, “em qualquer período que seja, comunistas empregados no estúdio”. E o artista respondeu: “Sim. No passado tivemos algumas pessoas que acredito serem comunistas”. Questionado se a greve teria sido fomentada por membros do partido comunista, ele afirmou: “Estou profundamente convencido de que um grupo de comunistas tentou influenciar nossos artistas e conseguiu”. No depoimento, citou os nomes de Herbert Sorrell e Dave Hilberman, dois sindicalistas que participaram da mobilização. Porta-voz dos sindicatos hollywoodianos, Sorrell viu sua carreira naufragar e morreu após um ataque cardíaco aos 45 anos. Hilberman foi vigiado durante anos pelo FBI e teve de se mudar para Nova York, onde trabalhou para uma sociedade de produção tachada de socialista.
A postura anticomunista não escapou à União Soviética, que proibiu os filmes de Disney em todo seu território a partir de março de 1949. Em reação a essa sanção, o artista recebeu uma placa de bronze da Câmara do Comércio de Los Angeles, por sua contribuição ao comércio internacional. O clima de tensão se agravou em 1950, com o crescimento da popularidade do senador republicano Joseph MacCarthy, anticomunista fervoroso. Além da Huac, diversos outros instrumentos estavam atuando, como o Subcomitê Interno de Segurança do Senado e o Subcomitê Permanente de Investigações do Senado. Entre 1949 e 1954, mais de 109 dossiês foram analisados no Congresso americano e o termo “macarthismo” passou a definir a política de perseguição sistemática aos partidários da esquerda, embora alguns jornais tenham posteriormente afirmado que o nome ideal seria “hooverismo”. Toda pessoa que se recusasse a comparecer aos depoimentos era automaticamente fichada. John Huston, Katharine Hepburn, Lauren Bacall e Humphrey Bogart receberam muitas críticas por se limitaram a dar respostas evasivas. Os escritores: John Steinbeck, Arthur Miller, Tennessee Williams, Truman Capote, Dashiell Hammett e Thomas Mann também foram espionados. Outra vítima célebre dessa caça às bruxas foi Charles Chaplin, cujos protestos contra a histeria anticomunista irritavam Disney. Apesar de sua fama, o criador de Carlitos não escapou das perseguições, que o obrigaram ao exílio na Europa.
No Natal de 1954, o chefão do FBI nomeou Disney agente especial, o que fez dele um informante de confiança. Essa promoção não foi desinteressada, pois ocorreu no momento em que o artista estreou no mundo da televisão, assinando um acordo com o canal ABC. Hoover deu uma importância especial a essa mídia, pressentindo a força que iria adquirir nos anos seguintes. Em relatório confidencial, Hoover escreveu: “Tendo em vista o prestígio do sr. Disney, o produtor mais importante de desenhos animados da indústria do cinema, sua competência e suas vastas relações no domínio da produção, nós estimamos que sua colaboração para os serviços do Bureau pode se revelar preciosa. Por isso, recomendo que seja promovido a contato oficial de nossos serviços, sob o título de Special Agent in Charge”.
A lua-de-mel foi finalmente encerrada em 1956. Vítimas de sua paranóia, os homens de Hoover, se não o próprio, começaram a suspeitar de Disney quando ele solicitou uma área do FBI como locação de curtas-metragens do Clube do Mickey. Apesar de terem autorizado a filmagem, o clima de confiança nunca mais foi o mesmo. Em 1961, o artista aprovou o roteiro de Um piloto na Lua, que ridicularizava policiais. Quatro anos depois, se recusou a modificar o script de O espião com patas de veludo, pouco elogioso ao FBI.
Vítima de Hoover
Ignorando a qualidade de informante de Disney, os agentes fizeram uma investigação para provar que ele havia participado da Noite das Américas, evento do Conselho de Democracia Pan-americana, considerado uma associação subversiva, e de uma homenagem a Art Young feita pelo jornal New Masses, taxado como aliado do partido comunista americano. Quando o presidente Dwight Eisenhower (1953-1961) listou personalidades suscetíveis de serem nomeadas ao Conselho Nacional da Cultura, Hoover enviou os dossiês desses dois casos e o nome de Disney foi descartado.
O artista passou de colaborador à vítima do chefão do FBI, que de 1924 a 1972 reinou como mestre absoluto sobre toda a vida política dos Estados Unidos, fichando mais de 159 mil de pessoas. Até hoje, a família do homem vencedor de 29 Oscars e 4 Emmy nega sua participação no macarthismo, sob o argumento de que ele seria apenas um “contato” do FBI. Para seu biógrafo, o “público americano só conhecerá a verdade no dia em que todas as peças – sem cortes – do dossiê Disney, em poder do FBI, estiverem disponíveis”. Um forte indício de que as informações divulgadas até agora estão corretas é que nenhum processo foi aberto contra o livro, traduzido em 14 línguas.
Zé Carioca, um brasileiro em defesa dos EUA
Em plena Segunda Guerra Mundial, Walt Disney desembarcou no Brasil para colaborar com a “política da boa vizinhança”. À época, o governo Getúlio Vargas flertava com o Eixo, em detrimento dos Aliados, e os Estados Unidos adotaram uma campanha para ampliar sua influência política, econômica e cultural no país. Entre as iniciativas para aproximar as duas nações, estavam o impulso à carreira de Carmem Miranda e a viagem de 15 dias de Disney ao Rio de Janeiro. A missão do artista, instruído cuidadosamente por Nelson Rockefeller, diretor da influente Secretaria para Assuntos Interamericanos, era ganhar a simpatia dos brasileiros e o resultado foi a criação de Zé Carioca. O papagaio estreou no filme Alô, amigos de 1942, em que ciceroneava o Pato Donald pelo país. A passagem pela América Latina ainda rendou outros dois personagens: o Gauchinho Voador, representante da Argentina, e o galo mexicano Panchito. Todos se tornaram bons amigos de Donald, simbolizando o que deveria ser a relação com os americanos.
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terça-feira, 23 de outubro de 2012
Prêmio Miriam Mendonça de Cultura
Mulher e militante
Miriam Mendonça.
Como reorganização do
Movimento Cultural em Jacarepaguá- Rio de Janeiro, estaremos inaugurando o
Premio Miriam Mendonça. Essa celebração deverá estar homenageando a saudosa
camarada Miriam como também agraciar pessoas que lutam para que a pela cultural
popular tenha visibilidade e colabore para desconstrução da cultural
mercantilizada e midiática, que nada mais é do que gerar a alienação. Miriam
Mendonça, desde muito jovem já lutava contra as injustiças do sistema, por sua
ideologia foi presa e tortura pela ditadura militar, porém nunca abandonou seus
ideais. Militante desde sempre pela esquerda. Com a redemocratização , se
filiou ao PDT, onde ficou por pouco tempo, seu ideal era voltar pro Partidão, e
foi o que aconteceu. Militou com amor e firmeza no PCB até seu falecimento,
ocorrido em 2006.
Prêmio Miriam Mendonça de Cultura
Data: 10
de novembro de 2012 - sábado
Horário:
das 16:30 às 20:00 horas
Local:
Posto de Saúde do Tanque (CMS Jorge Saldanha Bandeira de Mello)
Avenida
Geremário Dantas, 135 - Tanque - Jacarepaguá, Rio de Janeiro
Organização:
AABJ - ASSOCIAÇÃO AMIGOS DA
BIBLIOTECA DE JACAREPAGUÁ Conselho Regional da FAM-RIO
ALDEIA – Associação Livre de Defesa,
Expansão e Integração Artesanal
CAL - CASA DA AMERICA LATINA
CIA. DE TEATRO NÓS DE NOVO OUTRA VEZ
CPCBAJA – Conselho Popular de Cultura
da Baixada de Jacarepaguá
CADEC – Centro de Apoio e Defesa da
Cidadania
ACUCA – Associação Cultural do
Camorim
AMVC – Associação de Moradores do
Vale da Curicica
Apoio:
Campus FIOCRUZ – Mata
Atlântica
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