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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mario Benedetti - Poema

e se no crepúsculo
o sol era memória
já não me lembro

as religiões
não salvam / são apenas
um contratempo

o pior do eco
é quando diz as mesmas
barbaridades

tem poucas coisas
tão ensurdecedoras
como o silêncio

durante o sono
os amantes são fiéis
como animais

passam as nuvens
e o céu fica limpo
de toda culpa

as plantas ouvem
se a gente elogia
se tingem de verde

em todo idílio
uma boca é beijada
a outra beija


Versão de Antônio Miranda
http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/uruguai/mario_benedetti.html

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