Páginas

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DEPOIS

Meus amigos perderam-se na noite.
Mudaram-se para as repúblicas e perderam-se na noite.
Depois surgiram de repente

para contar da vida depois da partida.
Mais tarde vieram por ondas telefônicas
dizendo como estava a vida agora, depois.
Depois não ligaram nunca mais.

Eu, por minha vez, não sei.
Um pombo disfarçou-se de vampiro.
Não saboreou sangue nem foi beijado pelo sol.
Viu-se gente um dia, voltou para casa embriagado.
Apenas quantas permitiram seus sapatos bêbados
matou das baratas inúmeras
nas calçadas do Mercado Central.

Depois desabou no sofá
com um cubo de gelo invisível entre os dedos.
Amaldiçoou o amor e A Síndrome de Peter Pan.

Depois, com os lábios presos entre os dentes,
não amaldiçoou ninguém.

Chorou em posição de feto.
 
GILSON RIBEIRO

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Noite


Noite alegre
Noite vibrante
Junto ao meu amor
Nos teus braços me entrelaço

Não resisto a tua batida
Nem teus lábios vulcânicos

Entretanto acalenta o meu fogo
Insano, insano e profano.

Quisera um dia
Dizer sim
Ouvir a tua voz
Provocando-me.
Em uma virada sem fim

 Patrícia Raphael é poetisa em Itajaí 
e-mail: patricia.rapahel@yahoo.com.br

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cristina


Ivanoé, não suportava mais ver aquilo, a neta impaciente dividia o olhar, entre a janela da frente da casa e o telefone, estalado, na mesa no centro da sala de estar. Era um olhar difuso, um misto de desespero, de ansiedade, de expectativa e de dor.
– Márcia minha filha, o que foi? O que tens minha filha? – Disse impaciente Ivanoé, o velho delegado, ao interromper a leitura do Jornal da tarde, ele estava sentado confortavelmente, na sua poltrona de leitura. Ivanoé, estava aposentado somente a alguns meses, da polícia civil, e desde que o seu único filho lhe faltara, deixando a neta, ainda um bebê de colo, como seu bem mais precioso na vida, nada mais importava de fato na vida. Uma vez que a esposa de Ivanóe, não era mais nada que uma mera sombra do passado, depois que ela falecera há tempos atrás. Era um passado, que ele fazia questão de esquecer por completo. Agora Ivan, como gostava de ser chamado, estava aposentado e não tinha mais que dividir seu tempo entre as duas coisas que mais amava na vida. Nada mais importava de fato, se não Márcia sua neta. Uma vez que uma das suas duas paixões, a polícia civil, já não fazia mais parte da vida cotidiana de Ivan. Mas, ele não lamentava o fato, a vida é assim mesmo, tudo passa nesse mundo, menos a família, pois o sangue sempre prevalece. Pelo menos, era assim que o velho policial civil encarava a vida.

– Márcia minha filha, o que é isso ai no teu braço?
– Ainda é uma ‘’tatto’’ meu pai, e foi mês passado, quando o senhor me perguntou o que era, é hoje ainda uma ‘’tatto’’ e será amanhã também uma ‘’tatto’’. Ela, vai ficar bem aqui, no meu braço por muito tempo! Vai ficar bem aqui e para sempre na vida minha vida.
Ivan gostou de ouvir a neta o chamar de pai. Mas, passou a não gostar do linguajar desrespeitoso, da neta de tempos para cá, nem estava gostando das roupas que ela vinha usando, eram trajes diáfanos e negros como a noite, Márcia tão rebelde e revoltada com tudo e todos, como era parecida com Aldo nesse aspecto: - Meu Deus, como Márcia é parecida com o Aldo em tudo!– pensou Ivan consigo mesmo. E olhando a neta parada diante dele, de repente Ivan foi tomado por velhas recordações, dos tempos da infância e da adolescência, quando Ivan e Aldo eram praticamente inseparáveis. Eram insolúveis e indissociáveis, onde estava um o outro também estava, aonde um ia o outro também ia. E como, os caminhos que a vida adulta os fizeram mudar de lado. Ivan foi ser policial civil e Aldo se engajar na luta armada, eram os anos de chumbo, anos negros da ditadura militar. Aldo desaparecera por completo, por algum tempo, da vida de Ivan, sumira em meio ao caos que o país estava mergulhara naquele momento. Ivan, só ficou sabendo onde estava o irmão por vias tortas. E teve que ajudar o irmão a voltar para casa. E como foi difícil, aquilo para Ivanoé, ver o irmão no cárcere, preso como um marginal qualquer. 
             – Filha, tua amiga não te ligou mais, e nem veio te visitar? Que coisa estranha? Não é mesmo minha filha! – A voz de Ivan era pastosa e cheia de ternura, muito diferente do tom forte e autoritário de poucos minutos. Mas, Márcia não respondeu a pergunta feita por Ivan, e como aquele silêncio incomodava Ivan profundamente.
 Tinha aquela súbita união das duas moças, e de repente as duas eram tão inseparáveis. Era o cinema, a praia, shows, as peças de teatro e os mais variados programas, até mesmo futebol as duas andavam assistindo juntas. E como aquilo deixava Ivan muito preocupado em demasiado. Para Márcia, parecia que não existia mais ninguém no mundo, há não ser a amiga Cristina. E agora esse sumiço repentino de Cristina, uma moça tão meiga e doce, tão diferente da neta. Cristina era diferente em tudo, nos estudos, nas roupas e tudo mais. Se Cristina era o frescor de uma manhã primaveril, Márcia era saturna e intensa como uma noite de tempestade e frio no inverno. A princípio, aquela estranha amizade não incomodava em nada o velho policial, ele até achava bom ver a neta, sempre solitária, na companhia de alguém. Mas, agora olhando por outro prisma, Ivan começou a pensava o oposto, aquele dependência de Márcia pela companhia da amiga, não deixava que Márcia vivesse a própria vida. Cristina monopolizava a vida de Márcia de um jeito, que estava assustando Ivan. Na visão do velho policial a neta parecia querer viver a vida da outra. Era esse o confuso quadro formado na cabeça de Ivanóe.
            – Aldo meu irmão...
             O que foi pai, ‘’ta’’ falando comigo?
            – Nada minha filha, só estava pensando no teu tio, que ainda está morando no estrangeiro, saudades, só isso minha filha, Márcia o que é isso no teu nariz, minha filha?
            – É um piercing...
            – Já sei... já sei... ainda é um piercing, e foi mês passado quando o teu velho pai...
             – Pai, o amor é mesmo uma coisa tão estranha, não é mesmo? Pega a gente de tal jeito, e não larga mais, e dói tanto!
            Só agora olhando com mais atenção, Ivan notou a tatuagem vermelha em forma de coração, com a inscrição ‘’Cris’’ no braço esquerdo da neta.   
Samuel da Costa é contista em Itajaí  

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

García Lorca, 76 años de un crimen

Mencionar al poeta Federico García Lorca era cosa prohibida en Granada a raíz de su fusilamiento ocurrido en 1936 durante la Guerra Civil española. García Lorca entendía la causa republicana y varias de sus amistades cercanas eran de izquierda. No militaba ni con los republicanos ni con los franquistas. Lo mataron por homosexual, por persona no grata al sistema.
Así, en su discurso inaugural de la biblioteca de su pueblo, Fuente Vaqueros, Granada, dijo:
“Y yo ataco desde aquí violentamente a los que solamente hablan de reivindicaciones económicas sin nombrar jamás las reivindicaciones culturales que es lo que los pueblos piden a gritos. Bien está que todos los hombres coman, pero que todos los hombres sepan. Que gocen todos los frutos del espíritu humano porque lo contrario es convertirlos en máquinas al servicio de Estado, es convertirlos en esclavos de una terrible organización social”.
A ciencia cierta se desconocen los datos de su fusilamiento. Se entiende que ocurrió entre la madruga del 18 de agosto y el día 19 del mismo mes. Días antes de ser detenido su casa estuvo siendo registrada por los falangistas. El nueve de agosto la deja y se refugia con la familia Rosales. El 16 de agosto fueron por él los milicos.
Como los milicos lo andaban cercando, el músico Manuel de Falla, su amigo, quien residía por ese entonces en Granada, le había ofrecido su casa como refugio. A Manuel de Falla se le consideraba un compositor nacionalista, y por lo tanto García Lorca estaría a buen recaudo por lo menos un tiempo, el necesario para preparar su salida de España.
EL ÚLTIMO RASTRO
Sin embargo, García Lorca eligió otra opción, en teoría, segura. La casa de la familia Rosales. Falangistas. El poeta estaba contemplando la posibilidad de embarcarse rumbo a México, pero quería venir con su enamorado, un jovencito de diecinueve años, menor de edad para aquélla época, sin permiso de sus padres para dejar el hogar. García Lorca pospuso sus planes de viajar a nuestro país.
El día que es detenido, donde los Rosales, lo conducen a la Guardia Civil. Ni Manuel de Falla, ni los falangistas Rosales consiguen que lo liberen. Manuel de Falla se hunde en una tristeza extrema. Enferma. El poeta es conducido a Víznar, una localidad de la así conocida vega granadina, donde es ejecutado en un barranco. Se desconoce el punto donde sus restos hayan sido arrojados o enterrados. Se lo tragó la tierra. Dejó otro tipo de rastro: Poeta, y Bernarda Alba.
El primero en investigar sobre la ejecución del poeta fue el lorquista Claude Clouffon, en los 40, a pesar de que en Víznar los extranjeros no eran gente bien vista, y se evitaba repetir en espacios abiertos el nombre del poeta. Después el hispanista Ian Gibson se convertiría en el principal estudioso de la biografía de García Lorca.
Por fortuna para las Letras, un mes antes, estando en Madrid, García Lorca había llevado el manuscrito de Poeta en Nueva York para que lo leyera su amigo José Bergamín. Al no encontrarlo, pidió que le entregasen los originales a Bergamín, y se marchó a Granada.
Como la obra de teatro La casa de Bernarda Alba, escrita en su última primavera, Poeta en Nueva York fue publicado de forma póstuma. Decir poeta es un modo; García Lorca escribió y montó diversas obras teatrales. Dibujaba, tocaba el piano, y escribió algunos guiones para cine no comercial.
LA MÚSICA DE LA PALABRA
Habría que hablar más de la obra, al cabo la única que le sobrevive. La descendiente que nos heredera García Lorca.
Juan Vadillo, maestro en Letras españolas, con la tesis La poesía y el flamenco. Manuel Machado, José Bergamín y García Lorca, refiere que la evolución del pensamiento lorquiano se concentra en las conferencias La imagen poética de Luis de Góngora (1926), e Imaginación, inspiración, evasión (1928). En la primera, hace un análisis racional de la metáfora gongorina “que coloca al poeta en el plano de la imaginación, no importa cuán intrincadas puedan ser su imágenes, siempre se pueden desentrañar racionalmente”.
En la segunda conferencia va más allá al advertir que el poeta puede colocarse en el plano de la inspiración donde la metáfora no puede desentrañarse racionalmente, “se trata de la metáfora alucinante o surrealista. Por medio de ella se alcanza el estado de evasión de la realidad, la imagen nos transporta a un mundo delirante, cercano al mundo del origen, donde las cosas más disímiles son idénticas —todo es metáfora—, porque el universo se percibe como un todo. Esta es la experiencia mítica de las imágenes irracionales que religan lo que había sido escindido por la razón”.
- ¿Qué va de Romancero gitano a Poeta en Nueva York?
-En el Romancero gitano la música de la palabra en nuestra lengua ha tocado el techo. En esta obra lo más importante es la música que libera a la palabra de su lastre referencial y la hace volar; en cuanto escuchamos cómo se corresponden los sonidos nos evadimos en dirección a un mundo primigenio que Octavio Paz ha llamado “Analogía”.
Es Octavio Paz quien destaca que poetas como Mallarmé, Eliot y José Gorostiza, han dado a sus creaciones una estructura musical en tanto que otros, Valéry, García Lorca, han acentuado la relación entre la poesía y la danza. Estos temas los conoce bien Juan Villar quien cursa el Doctorado en Letras en la UNAM con un proyecto de investigación acerca de la relación entre música y literatura:
“La columna vertebral del Romancero gitano es la música de la palabra, que articula un diálogo contrapuntístico entre la metáfora alucinante (del surrealismo) y la metáfora imaginativa (cuya complejidad llega a ser gongorina). Todo dentro de un molde profundamente tradicional que es el romance, del que se desprenden recursos muy antiguos, que curiosamente coinciden con los procedimientos más vanguardistas”.
EL HOMBRE DESOLADO
Entre el Romancero gitano y Poeta en Nueva York —dice Juan Villar—, “García Lorca escribe odas y prosas poéticas en un proceso que se va acercando cada vez más al surrealismo, la imaginación se va subordinando a la inspiración en busca de la evasión. La musicalidad que alcanzan los versos de Poeta en Nueva York, igual que en el Romancero, roza lo sublime”.
Juan Villar agrega que frente al paisaje urbano de Poeta en Nueva York, el hombre desolado intenta reconstruir su identidad en un mundo totalmente fragmentado: “Esto implica una vuelta a la infancia, también al origen. Estamos de nuevo ante la evasión que sólo puede lograrse reinventando la realidad, religando la realidad; en el vacío de la urbe todo adquiere forma; la ciudad se reestructura como un ser vivo; de repente todo se corresponde, allí donde nada tenía sentido, todo tiene sentido, pero sólo por un instante que se desvanece. En la soledad urbana el hombre se reconstruye merced a la palabra”.
- ¿Cuál es la trascendencia que la poesía de García Lorca alcanza en nuestros días?
- En un mundo en que muy poca gente apaga su i Phone y se toma el tiempo de leer poesía, los versos de Lorca, sobre todo los del Romancero gitano, consiguen con su musicalidad tender un puente sobre el abismo que separa la cultura de masas de la cultura de élite. Creo que en ello radica su gran trascendencia y vitalidad.
Diplomado en composición de jazz por el Berklee College of Music, de Boston, Juan Villar recuerda que los poemas de García Lorca han sido cantados por Camarón y por los grandes cantaores de flamenco contemporáneo: “En las cuevas del Sacro Monte [barrio de gitanos en Granada] se escucha la cadencia del romance de la luna, luna, en voz de algún gitano que ha transformado el poema, cambiando algunas palabras, creando paralelismos, dándole vida, haciéndolo suyo, es decir tradicional. La poesía más vital entre toda la poesía del siglo XX en nuestra lengua es la de Lorca. Esa vitalidad se debe sobre todo a su música, a la resonancia del verso silencioso cuya luminosidad a veces nos recuerda, en un mundo de ruido, que hay un silencio para escuchar poesía”.
APRETAR UN GATILLO
- Las circunstancias en que muere García Lorca lo convierten en tema polémico.
- No hay nada que polemizar ante el fascismo, el asesinato, la muerte, la destrucción, que en este caso acaban con la vida de una de las personas que más podía aportar a nuestra cultura. Más bien se trata de un tema de reflexión, donde debemos incluir los campos de concentración, la matanza de Tlatelolco, la pena de muerte, los presos políticos, lo que está sucediendo hoy mismo en nuestro país.
Lo cierto es que la familia de García Lorca es señalada por estudiosos como Ian Gibson de no haber hecho lo suficiente para dar con los restos del poeta, y tampoco los gobiernos, sean de izquierda o de derecha. Gibson ha dicho que el mensaje del Partido Popular de Granada era pensar en el presente y en el futuro. No quieren, acusó en una entrevista concedida a El País, que se encuentren los restos porque, si se encuentran, la atención del mundo se fija en la Guerra Civil, y no resuelta. Es importantísimo saber dónde está. Quiero saber cómo lo mataron y si lo torturaron (yo creo que sí), para que se sepa de una vez por todas.
“La tristeza del asesinato de Lorca —lamenta Juan Villar— llega hasta las entrañas, es como el asesinato de la poesía, sigue siendo atacada justamente por su poder de evasión, de liberación. La muerte de Lorca es un símbolo que llevamos en el alma, que descifra el humanismo frente al fascismo, la creatividad frente a la destrucción, la inclusión frente a la exclusión, que nos hace reflexionar en torno a la fragilidad de la vida y la cultura los cuales pueden aniquilarse con sólo apretar un gatillo”.
LOS SENTIMIENTOS
En meses recientes el dramaturgo Carlos Armando montó Yerma, una obra de García Lorca de 1935.
- ¿Cuál es la lectura que hiciste de Yerma?
- La estructura es una reproducción de la tragedia clásica griega. Encontramos al personaje protagonista en lucha contra su destino y los hombres; la anagnórisis [revelación del personaje] de Yerma al descubrir que su marido es el verdadero responsable de su falta de hijos; una hamartia [error fatal] que mueve la acción dramática, y la parte que más me gusta, el coro de lavanderas, que tiene la misma función del coro griego.
Carlos Armando, que en la actualidad tiene en cartelera la puesta ¿Lo hacemos esta noche?, comenta que varios directores y maestros de teatro han calificado Yerma como un melodrama, “pero por la base estructural dramática, esto sería un error de análisis o una libertad para crear cierto efectismo en los espectadores. Las propuestas pueden variar, pero un tono distinto al género lo considero ignorancia o falta de respeto”.
Formado en la Escuela de Periodismo Carlos Septién García, así como en la Escuela de la Sociedad General de Escritores (SOGEM), quiso olvidarse del estilo lorquiano de montar obras, el folklore, el ambiente gitano, la romería: “Mi Yerma fue condensada para cinco personajes, con mucha intensidad dramática y extremadamente violenta. Quise exponer los sentimientos de una mujer ultrajada psicológica y físicamente, no conmover al público para tener compasión por ella. Una consecuencia de lo que vive Yerma genera compasión, pero en mi montaje esto ocurría con el análisis posterior a la representación, ya que Yerma termina asesinando de una manera atroz a su marido. Lo que provocaba cierta comprensión, que no es lo mismo que aceptación”.
LA CAUSA FUE EL AMOR
- ¿Cómo se inserta la obra dramática de Federico García Lorca en la actualidad?
- Lo más satisfactorio de una puesta como Yerma, que yo consideraba no apta para todo público por lo fuerte del tratamiento y, desafortunadamente, por el desconocimiento del público en general sobre Lorca, fue la respuesta de varios espectadores, hombres y mujeres. En los cinco meses de temporada, se acercaron para compartirme sus experiencias personales como mujeres señaladas por no tener hijos, o para hacer referencia de casos similares cercanos.
Carlos Armando, fundador de la compañía de teatro independiente RECA, dice que tomar cualquiera de las obras de García Lorca, es “descubrir que aunque las justificaciones de los personajes sean distintas por el contexto social, las emociones que despiertan los textos siguen ejerciendo el mismo mecanismo catártico en los espectadores. Resultando con esto lo que a los actores más importa, que es no estar de acuerdo con las decisiones de su personaje, pero sí comprender el origen de las mismas”.
- ¿Qué postura tienes ante las circunstancias que envuelven la muerte García Lorca?
- Todo ocurrió en una época donde Lorca debió ocultar muchas situaciones de su vida privada por ser homosexual. La familia incluso quiso destruir las obras que consideraban inmorales o perjudiciales para el prestigio del apellido. Ian Gibson cuenta que Margarita Xirgu, una de las actrices favoritas para las que escribía Lorca, tuvo que ingeniárselas para rescatar el manuscrito de La casa de Bernarda Alba. Se espera que aparezca aquella obra que estaba empezando y que según las palabras del poeta sería un escándalo, Los días de Sodoma.
Para este asesor de contenidos escénicos, cuales sean las circunstancias en que García Lorca fue asesinado, la causa fue una sola: el amor. “Esa pasión que, como a Oscar Wilde, condujo a Lorca a su muerte. Pareciera una excusa idiota, pero para un artista que retrató tanta pasión en sus obras, me parece que es suficiente y hasta comprensible”.
MEDIO PAN Y UN LIBRO
García Lorca en sus propias palabras: “No sólo de pan vive el hombre. Yo, si tuviera hambre y estuviera desvalido en la calle no pediría un pan; sino que pediría medio pan y un libro”
Fuente: http://www.sinembargo.mx/18-08-2012/335656

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Numa rua deserta

Uma noite, numa rua deserta...
Encontrei um poeta tristonho a recitar!
Seus versos tristes lembrando saudade...
De alguém que o deixou, e que jamais voltara...
 
 
O jovem chorava com dor comovente
Seu peito ardente de dor o consumia!
Com tanta tristeza o pobre coitado,
Estava morrendo da dor que sentia.
 
Aproximei-me dele com muito respeito...
Falei-lhe também o que me ocorria!
Dizendo que as mágoas que tinha no peito...
Eram as mesmas que ele sentia!
 
Falei da lembrança da jovem donzela...
Que um dia por ela perdi a razão,
Cansado e doente num quarto trancado...
Implorei seu amor!
Ela disse-me não!
 
Tentei suicídio, fiquei quase louco!
Perdi o conforto e a saúde também...
Assim como tu...
Oh pobre poeta!
Eu vivo na rua sendo um João Ninguém!
 
Vivaldo Terres

terça-feira, 14 de agosto de 2012

‎1968

desacato inconstitucional
número cinco, digo, ato
desavergonhado nacional,
da truculência que se presencia
do silêncio sonoro que se
omite na malícia, milícia

a verdade que se pede
a verdade que se mede
o torturador que tortura
a dor, o grito surdo
que ressoa sobre a sala

onde estão os corpos?
onde estão os mortos?
um vazio negro na
história, um risco
escuro no breu das tocas

comissão da verdade
ou omissão da verdade?
da torturada que não fala
se cala e dá um tapa
na cara dos brasileiros.
Guerrilheiros, onde estão?

perguntas que se repetem
e se perdem na memória
sem respostas. Embora postas
em arquivos que sangram
sangue latino num desatino
de vida, vida? Dívida.
 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Modernos

Templos modernos
Cavernas modernas
Jaula move
Nada é real.

Rios artificiais
Córregos fedidos
Podridão do capitalismo
Avanço industrial
Destruição total.

Periferias cortadas
Auto-estradas
Terra coberta de pixe
Liquido mortal.

Devastação total
Avanço industrial
Abrem florestas de pedra
Consome a vida em flor
A existência acabou.

Consumiu!
Cuspiu vomitou
Homem moderno
Só consome!

Camarada Camilo

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Bonde da Cultura no VI Congresso da UJC - VAMOS DERRUBAR O SISTEMA e VAMOS LUTAR



O Bonde da Cultura, da comunidade Jorge Turco, em Coelho Neto, mais uma vez atendeu o convite da União da Juventude Comunista e esteve presente na abertura de nosso VI Congresso.

O Rap Combativo do Bonde da Cultura emocionou a todos e mostrou que é possível fazer arte crítica e de qualidade, sem se render à lógica do Capital. Pelo contrário, suas letras e sua atitude mostram sua convicção política e consciência de classe. E uma transformação do mundo deve necessariamente ser acompanhada da transformação de nós mesmos. E uma das formas de fazê-lo é através da arte.

A UJC tem orgulho de lutar ao lado de companheiros como esses, valorosos, talentosos e militantes. Uma verdadeira revolução só poderá ser construída com pluralidade, solidariedade e muita luta.

Mais uma vez obrigado companheiros!!!

Fonte: http://pcb-uberaba.blogspot.com.br/

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Violeta foi para o Céu - Trailer legendado




Antes de Bob Dylan, no sul do mundo, houve Violeta Parra, a mãe do folk latino-americano.

Sinopse: "Violeta Foi para o Céu" conta a história de uma famosa cantora e folclorista chilena, Violeta Parra, preenchida com seu trabalho musical, suas memórias, seus amores e esperanças. O filme traça sua evolução, da infância humilde até se transformar em sensação internacional e heroína nacional, com a intensidade de suas contradições internas, falhas e paixões.


MAIS INFORMAÇÕES:
Vencedor do Sundance Film Festival 2012, como Melhor Filme.
Vencedor do Prêmio do Público em Toulouse - Latin American Film Festival

Título original: Violeta se fue a los cielos
Direção: Andrés Wood
Roteiro: Eliseo Altunaga, Rodrigo Bazaes, Guillermo Calderón e Madeira Andrés
Produção Executiva: Patricio Pereira, Pablo Rovito, Fernando Sokolowicz, Denise Gomes e Paula Cosenza
Fotografia: Miguel Littin Ioan (AEC)
Música: Violeta Parra
Distribuição: Imovision
Gênero: Drama
País: Chile, França, Argentina e Brasil.
Ano: 2011
COR
Tempo: 110 min.

Elenco: Francisca Gavilán, Cristián Quevedo, Thomas Durand, Luis Machín, Gabriela Aguilera, Roberto Farias, Patricio Ossa, Stephania Barbagelata, Tagle Marcial, Jorge López, Roxana Naranjo, Francisca Durán, Guiselle Morales e Juan Quezada.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Desenho de Gilson Ribeiro

https://www.facebook.com/gilson.ribeiro.583/photos

Até onde sei



Até onde sei,
As esquinas escondem
Não mais, não menos,
Bandidos, políticos e crentes.
Eu estive lá com tudo o que desperdicei,
Com os vagabundos que emergem
Na marginalidade de gravata,
E nos becos escuros onde
Um aperto firme de mão
Garante uma boa facada.
Até onde sei,
A charada das esquinas
Reuniu na encruzilhada,
Poetas, amantes e sonhadores,
Eles estiveram lá comigo,
Com os poetas boêmios,
E todos os amantes decadentes,
Num giro incessante e enjoativo,
Frente à frente,
Com o espelho
Dos bandidos, políticos e crentes.
Até onde sei, sei disso.



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Poema em homenagem aos 85 anos da União da Juventude Comunista


Nossos sonhos jamais envelhecem!

Eis a grande juventude da alvorada,
Erguendo a esperança trabalhadora,
Abrolhando das brechas do asfalto
E dos solos interioranos,
Proclamando para os quatro ventos: “Terra, dignidade, paz e liberdade”!
Quando para ultima luta
Contra os algozes da vida chegar,
Nós, camaradas, estaremos lá.
Quando para as lágrimas precisarem escorrer
Para ao chão tocar
Diante da dor, cansaço e tristeza,
Nós camaradas estaremos lá!
Quando para empunhar nossos sonhos
Diante da cicatriz da realidade petrificada em nossas peles
E por justiça, honra e igualdade lutar;
Nós, camaradas, estaremos lá!
Somos poucos,
Mas verdadeiros
E quando pelos camaradas a união da juventude comunista clamar,
Ao fundo escrevendo e imortalizando a história da classe trabalhadora,
Você nos terá!

                                                                                                                                 

Te doy una canción: viva o 59o aniversário de Moncada


imagemCrédito: fbcdn.net


Por Mauro Iasi
Martí me habló de la amistad
ycreo en élcadadía,
aunque la crudaeconomía
ha dado luz a otraverdad.
Silvio Rodriguez

No dia 26 de julho de 1953 acontecia o Assalto ao Quartel Moncada e dava início à Revolução Cubana. Muito já se falou desta incrível experiência e muitas são as preocupações que cercam o atual momento e as perspectivas desta Ilha revolucionária (ver, por exemplo o artigo Três originalidades e um velho caminho, na revista eletrônica Múltiplas Leituras, v. 2, n.2, 2009). Hoje quero tratá-la de uma maneira diferente.
Evidente que todos nos preocupamos com a situação atual e sabemos que as experiências históricas, por mais valorosas que sejam, não dependem apenas da disposição moral e da decisão política de resistir. Mas falemos um pouco disso, da disposição de seguir em frente, da arte de resistir.
Silvio Rodriguez, compositor cubano e um dos protagonistas do movimento chamado “Nova Trova”, tem sido uma voz poética e lúcida desta resistência. Em uma musica chamada “El Necio”, Silvio diz:

Dicen que me arrastarán por sobre rocas
cuando esta revolución se vengaabajo,
que machacarán mis manos y mi boca,
que me arrancaránlosojos y elbadajo.
Será que lanecedadparióconmigo,
lanecedad de lo que hoy resulta necio:
lanecedad de asumiralenemigo,
lanecedad de vivirsintenerprécio.
Yo no sé lo que és el destino,
caminando fui lo que fui.
Allá Dios que será divino.
Yo me muero como vivi.

Néscio, como vocês sabem, é alguém estúpido, ignorante. Seremos, então, estúpidos por acreditar naquilo que acreditamos? Logo no começo da mesma canção, Silvio nos conta do assedio daqueles que nos prometem fazer-nos “únicos”, nos garantir um “lugarzinho em seus altares” e para isso nos convidam ao arrependimento, tentam nos convencer a que não percamos a oportunidade, diz o poeta cubano, “me vienen a convidar a que no pierda, me vienen a convidar a indefinirme, me vienen a convidar tanta mierda”.
Ele mesmo, na epigrafe que segue a letra no encarte do disco, explica que se trata de uma canção de marketing, de preços e esclarece: “y para que nadie se imagine que soy santo, voy a ponerel mio (précio, por ahora): El levantamiento Del bloqueo a Cuba y La entrega incondicional del território cubano que EEUU usa como base naval en Guantánamo”.
Há um fator, imponderável, que aqui se apresenta e que é inseparável da experiência da Revolução Cubana: a dignidade. Em tempos como os nossos, de desilusão, de indignação vazia, nada melhor que nos colocarmos diante de um exemplo de dignidade consciente, humanamente intransigente, politicamente convicta. Em outra musica que trata do mesmo tema, “El Baile”, Silvio nos fala das armadilhas daqueles que querem nos convencer a participar desta ordem injusta e sanguinária, nos oferecendo as benesses que cabem aos que se rendem – “rondándonos, cercándonos para inmovilizarnos”–e nos alerta:

No voy, no vas
aljuego del disfraz,
coristatú y amor de estearlequín
romántico -al menoshasta el fin-,
imposmodernizable.

Que expressão mais precisa e feliz: “impósmodernizável”. O poeta arranca de seu peito as notas que fazem voar as palavras. Suas trovas nasceram quando ainda era soldado e por isso canta: “te doy una canción como un disparo”. Em um programa recente de televisão ao ser entrevistado recebe uma pergunta: você se considera um cantor oficialista? E Silvio responde:
Veja, se é da Revolução Cubana que estão falando, da Revolução que comandou Fidel e que deram continuidade tanta gente valiosa como foi Raul, Che, Camilo e toda esta gente, se é a isso que estão se referindo, digo: como muita honra, muitíssima honra ser oficialista desta Revolução. Do que eu não gostaria de ser “oficialista” é daqueles que lançam bombas em Iraque ou Afeganistão (...) que tentaram invadir Cuba (...), isso sim, para mim seria uma desonra e uma vergonha oficiar semelhantes idéias.
Neste mês de julho, por ocasião do VI Congresso da UJC, tive o prazer de participar de um seminário internacional com representantes de várias organizações de jovens de nossa America Latina. Entre eles estava Hanói Sanches Rodrigues da UJC de Cuba e Secretário geral da FMJD, uma federação mundial de jovens. Em seu depoimento no qual reafirmou a firme decisão da juventude cubana em seguir lutando pela construção do socialismo mesmo diante dos grandes problemas e desafios que se apresentam diante deles, lembrou de tempos difíceis em Cuba, quando estudava e havia grandes cortes de luz e ele e dezoito companheiros seguiam estudando à luz de uma pequena lamparina.
Nosso comandante, Che Guevara, nos dizia em suas reflexões sobre a economia e a construção do socialismo o seguinte:
O socialismo econômico sem a moral comunista não me interessa, dizia Che. Lutamos contra a miséria, mas ao mesmo tempo lutamos contra a alienação. Um dos objetivos fundamentais do marxismo é fazer desaparecer o “interesse individual e também, das motivações psicológicas. Marx se preocupava tanto com os fatos econômico como sua tradução na mente. Ele chamava isto de “fatos de consciência”. Se o comunismo descuida dos fatos de consciência pode até se tornar um método de distribuição, mas deixa de ser uma moral revolucionária. (Entrevista com Jean Daniel, sob o título “La profecia del Che”, in Carlos Tablada Perez – Ernesto Che Guevara, hombre y pensamiento: el pensamiento econômico del Che. Buenos Aires, Antarca: 1987, p. 45.)
Para nós esta concepção é que fundamenta o poema de Silvio Rodriguez que utilizamos como epígrafe e que diz que “Martí nos hablo de la amistad e creo nel en cada dia, aunque la crud economia ha parido otra verdad”. O próprio Che é que conclui que:
Não se trata de quantas gramas de carne se come ou quantas vezes por ano alguém pode ir à praia, nem de quantas belezas que vem do exterior possam ser compradas com os salários atuais. Trata-se, precisamente, que o indivíduo se sinta mais pleno, com muito mais riqueza interior e com muito mais responsabilidade.
Talvez isso explique, talvez não, este elemento de humanidade que encontramos na revolução cubana, esta firme e digna decisão de resistir. Não sabemos o que virá – “Yo no sé lo que és el destino”- , mas saudamos o aniversário do assalto ao quartel Moncada, abraçamos aos nossos camaradas cubanos e lhes agradecemos por ter mantido vivo nosso sonho por todo este tempo.
Nós somos como aqueles estudantes entorno de uma lamparina. Lá fora muitos são os que estão aceitando o convite para o baile em que a corte nos espera para derramar nosso sangue no altar do capital e depois festejar os índices de crescimento econômico. Eu, por meu lado, trocaria de bom grado a pujança do crescimento capitalista brasileiro pela dignidade de apenas um daqueles jovens cubanos.
Por isso cantamos com Silvio:

Quetiemble la injusticiacuandolloran
losque no tienen nada queperder.
Quetiemble la injusticiacuandollora
elaguerrido pueblo de Fidel
quetiemble la injusticiacuandollora
elaguerrido pueblo de Fidel.

Mauro Iasi é professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, presidenteda ADUFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e PesquisasMarxistas), do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB. É autor do livro O dilema de Hamlet: o ser e o não ser daconsciência (Boitempo, 2002). Colaborapara o BlogdaBoitempo mensalmente, àsquartas.