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terça-feira, 10 de junho de 2014

Pergunta ao burguês


Ei, burguês?
Tá vendo aquela menininha?
Aquela lá da esquina,
Aquela que cata latinha?


Tá vendo aquele menininho?
Aquele que empina pipa,
Que cata lixo,
Que come lixo.


Ei, burguês?
Tá vendo a criancinha,
Querendo ser alguém,
E ouvindo a ditadura,
Ditadura da meritocracia?


Meritocracia é fácil,
É simples.
Acontece que a vida
Para chegar a ela
Não é fácil,
Não é simples.


Burguês,
Enquanto você sonha em virar doutor,
Uma outra mãe,
Que não é a sua,
Sonha em ter um filho comum,
Um filho que vai trabalhar na tua clínica.


Burguês,
Esta noite, você vai dormir.
Vai ter um beijo de boa noite,
E aquela menininha,
Que catava latinha,
Vai ter um beijo da noite,
A luz do luar,
Sem frio, sem casa,
Na escuridão.


Ela nasceu pobre,
E você nasceu rico.
O que você come,
Ela não comerá.


Se ela morrer amanhã,
A culpa é tua.
Ninguém vai passar ela na televisão,
E você não vai saber,
Porque terá
Afazeres mais importantes,
Como xingar o poeta desta poesia.


Xingue a vontade,
Burguês.
O lixo que tu escreves,
É arte para quem trabalha.


Romes Sousa


segunda-feira, 9 de junho de 2014

VIVA OS 116 ANOS DE FEDERICO GARCIA LORCA

FOLHETIM 497 - AGOSTO DE 1986

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