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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Carnaval do Rio mostra que crítica social pode ser feita com diversão


Como muitos críticos têm alertado, nos últimos anos a espetacularização e a lógica de mercado vêm dando o tom do desfile das escolas de samba no rio. Salta aos olhos o luxo dos carros alegóricos e das fantasias que desfilaram pela Sapucaí. Longe das lentes da Rede Globo, no entanto, foliões do Rio tomaram as ruas da cidade para mostrar que a diversão do carnaval pode ter tudo a ver com as lutas do povo e com a construção de um mundo justo.
Liberdade de expressão, união dos povos latino-americanos, homenagens a lutadores do povo brasileiro e do mundo e a defesa dos direitos humanos foram cantados e dançados por milhares de foliões. Estes foram alguns dos temas abordados por blocos que na periferia, no centro e na zona sul mostraram que a política também dá samba.

Amigos de 68
   
   
Comunicadores populares se divertem no bloco Fala Puto
Foto: Samuel Tosta/Sindipetro-RJ
No início da tarde do dia 12, a rua Dias Ferreira, no Leblon, foi tomada por placas que estampavam imagens de Che e Fidel, bandeira da Venezuela e até um boneco do presidente Chávez. Foi dia do bloco Inimigos do Império, que ocupou o coração da zona sul. O samba de 2013 cantou e homenageou os presidentes Morales, da Bolívia; Cristina, da Argentina; Correa, do Equador; Mujica, do Uruguai; e, por fi m, grita “Viva Chávez, nosso bolivariano!”. Todas personalidades diariamente atacadas pelos meios de comunicação comerciais. Além dos foliões, a festa reuniu representantes da Casa da América Latina, Associação Cultural José Martí-RJ, Comitê Estadual do Rio pela Libertação dos Cinco Cubanos, Instituto João Goulart e outras. Para cobrir o evento esteve presente uma equipe da Telesur, canal de TV multiestatal com sede na Venezuela.
O bloco Inimigos do Império foi criado pelos Amigos de 68, grupo de remanescentes da luta contra a ditadura civil-militar. Há cinco anos a folia dos militantes é realizada em frente ao Bar Tio Sam, “território inimigo” ocupado por quem deseja se contrapor à soberania ideológica dos Estados Unidos. Cid Nelson, um dos fundadores do grupo, explica que a ideia veio do entendimento de que a luta contra a hegemonia estadunidense pode e deve ser feita em todos os meios, inclusive no carnaval. “Somos um grupo de resistência. Nosso estatuto diz que o propósito explícito desta intervenção cultural é denunciar, ridicularizar e se contrapor ao Império do Norte, ao neoliberalismo e todos seus defensores. Tudo isso de forma lúdica e prazerosa”, afirma.
Eliete Ferrer, também fundadora do bloco, conta que o objetivo do grupo sempre foi defender os povos oprimidos. “Já apoiamos a Palestina, hoje estamos fortalecendo nosso continente. Chega de os EUA acharem que podem, impunes, matar quem eles querem. Agora já até inventaram os drones [aviões sem piloto para matar civis no Oriente Médio em uma suposta ‘guerra ao terror]”, explica a militante. “Estamos aqui para lutar contra a opressão e para cantar a humanidade e a solidariedade entre os povos”, ressalta Eliete.
Autor de vários livros e membro do Conselho do Brasil de Fato, o jornalista Mario Augusto Jakobskind é um dos organizadores do bloco e um dos compositores do samba deste ano. “Apoiar a República Bolivariana da Venezuela e Chávez está na ordem do dia. Decidimos enfrentar o Império por meio de uma manifestação popular, mostrando que a politização e a alegria podem caminhar juntas.”, conclui.

Monopólio da mídia
O direito à comunicação é bandeira do bloco Fala Puto, que há quatro anos desfila na Cinelândia, no centro do Rio, e conta com a participação do bloco Lira de Ouro, de Duque de Caxias. O bloco foi criado por comunicadores populares com o objetivo abrir espaço no carnaval carioca para a luta pela democratização da mídia. “Com diversão também é possível tratar desse tema tão importante. Em quatro anos já falamos sobre a Conferência Nacional de Comunicação, denunciamos o monopólio da mídia, criticamos a imagem da mulher na TV, defendemos o marco regulatório”, conta Edson Munhoz, do Sindicato dos Petroleiros do Rio, entidade que patrocina o Fala Puto.
“O nome do bloco é irônico, já que nossa ideia é criticar a realidade da mídia no Brasil de maneira alegre, divertida. Esse puto tem várias interpretações. Nós, que estamos insatisfeitos com a concentração dos meios no país, temos que ficar putos, temos que reivindicar a garantia do direito à comunicação”, diz a jornalista Gilka Resende.
O também jornalista Arthur William, cantor do bloco e um dos compositores, explica que o fato de o grupo sair há quatro anos sem autorização da Prefeitura materializa a defesa do direito à comunicação e à folia por meio da ocupação do espaço público para expressar ideias contra-hegemônicas. “Blocos de rua como este são um contraponto ao carnaval comercial realizado pela maioria das escolas de samba e por alguns blocos patrocinados. Em nossa festa, cantamos a sociedade com a qual sonhamos, ajudando a construí-la na prática”, afirma.

   
   Bloco Comuna que pariu - Foto: Adriano Alves
Homenagem à Niemeyer
Há quatro anos estreava nas ruas da Cinelândia o bloco Comuna que pariu, criado por militantes da União da Juventude Comunista (UJC), do PCB. Ele ocorre neste local devido à história de resistência política e cultural da área, além de ser onde está localizada a Ocupação Manoel Congo, símbolo da luta pela moradia na cidade.
“A cultura pode servir de arma na luta de classes. Somos todos fi lhos da Comuna de Paris”, explica o professor de história Heitor Cesar Oliveira, um dos fundadores do grupo. Ele conta que o Comuna surgiu da ideia de que é possível usar elementos culturais para incentivar e ampliar a luta social. “Criamos o bloco para unir a alegria do carnaval à mensagem social. Já falamos sobre a Anistia, a campanha O petróleo tem que ser nosso e ano passado denunciamos as remoções ocorridas no Rio por causa da especulação imobiliária. Também fizemos, em 2010, uma homenagem ao MST”, enumera.
Neste ano, no domingo, dia 10, a rua ficou lotada para ouvir o samba em tributo a Niemeyer, falecido recentemente. Victor Neves, um dos compositores do samba deste ano, disse que a escolha do tema foi “quase natural”, devido ao falecimento deste grande arquiteto. “Ele sempre assumiu publicamente sua posição de comunista fervoroso. Foi presidente de honra de nosso partido. Além disso, foi um dos maiores arquitetos do século 20”, explica.
Para Neves, o Comuna ajuda a refletir sobre que carnaval de rua os militantes querem e até que ponto aceitam a interferência do Estado que aí está. “Acredito que seria bom ampliar a participação de outros grupos de esquerda e movimentos sociais, que podem e devem se integrar à organização do bloco”, convida.

Sheila Jacob,
do Rio de Janeiro (RJ)
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/12024

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

ME PERGUNTARAM SE EU ACREDITO EM REENCARNAÇÃO

Ontem me perguntaram se eu acredito em reencarnação
Eu respondi que sim
Por que não...

Se em Roma fui um ex-escravo
E lutei lado a lado com Espartacus
Na China imperial fui um iconoclasta
Nas caravelas, um desterrado por rebelião
Me revoltei contra a chibata
No balaio escondi faca
Me confederei em Equador...

Me neguei a auxiliar as bandeiras
Joguei água na fogueira da inquisição
Quebrei máquinas na Inglaterra
Em Paris delirei em comunhão
Adentrei pelas janelas o Palácio de Inverno
Me apaixonei por Olga antes de Prestes
Fui tenente, expedicionário e estivador...

Fui assassinado em Contagem, Ipatinga e Volta Redonda
Pela PM do capital
Perdi família em Carajás
Na Palestina morri criança
Em Kabul urinaram em mim enquanto gargalhavam
No Afeganistão resisti com o fuzil nas mãos
Em Guantánamo passei a acreditar no inferno...

Em muitas oportunidades fui apenas estatística
Em outras nem isso
Mas sempre, sempre ao lado dos oprimidos...

Ontem me perguntaram se eu acredito em reencarnação
Por que não...
Se não é a alma que viaja
Mas a luta passada
Que na luta contemporânea
Reencarna

Daniel Oliveira
Belo Horizonte

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A DITADURA DA MEDIOCRIDADE (OU OS IDIOTAS ASSISTEM TV)

por gilson ribeiro

Todo o desenvolvimento humano se deu pela nossa capacidade de abstração, o que significa que a maior parte de nossa realidade está fora do nosso campo de visão ( ao contrário dos outros animais, para o melhor e/ou para o pior, sempre fomos muito além dos dados concretos da nossa realidade imediata), essa capacidade de abstração nos levou à criação da linguagem, através da qual se estrutura nosso pensamento; entre outras coisas, somos seres simbólicos e nos abstraímos, construímos sentidos, fazemos descobertas, absorvemos conhecimento - pensamos, enfim.
A partir do momento que qualquer imagem, esteja onde estiver, adentra nossa casa (tele-visão), deixamos nossa mente ser ocupada por imagens prontas, ou seja, que não são resultado da construção mental de sentido advinda da abstração - deixamos de pensar, enfim.
E de imaginar.

Limitando assim a nossa realidade apenas ao que se encontra circunscrito ao nosso campo de visão, desativamos nossa capacidade de abstração (fator principal na história de todo o desenvolvimento humano). Com isso nos tornamos mais vulneráveis à manipulação midiática, introjetando interesses deliberados externamente e confundindo-os com nosso desejo. Assim nos transformamos em meros consumidores, como que lobotomizados, zumbis.
Já somos sucessivas gerações predominantemente audiovisuais, conferindo conotação negativa ao termo "intelectual" para desqualificar qualquer debate mais aprofundado, reclamando de filmes "lentos", dizendo que preferimos coisas "light" em detrimento de coisas "complicadas", "xingando" de cult quem queira argumentar minimamente e faça menções a referências extra-midiáticas. Cada vez menos contemplativos e mais imediatistas. Adultos infantilizados num violento processo de idiotia que há muito tempo trocaram o pensar e o (tentar) compreender pelo (apenas) ver, assistir.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

VERGONHA


Como é triste e vergonhoso,
Renan Calheiros de volta ao Senado!
Falcatruas, corrupção e hipocrisia,
Foram legadas ao passado.


O povo assiste estarrecido,
Esse mar de desenfreada corrupção.
De onde deveria vir o exemplo para o país!
Causa-nos tristeza, revolta e profunda consternação.


A classe política não gosta e se revolta,
Quando são postos a prova e criticados.
Todavia, ante tanta safadeza e corrupção!
É quase impossível encontrar um político honrado.


Vergonha geral para o país,
Que legado fica para o nosso povo?!...
Passa-nos a impressão de inércia,
E que amanhã acontecerá tudo de novo.


Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Envergonha-nos a classe política,
Em todo lugar que está.


Antônio Francisco Cândido
Funcionário Público do Teatro Municipal de Pouso Alegre - MG
Membro Correspondente da A.C.L.A.C. Arraial do Cabo - RJ.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A greve do carnaval

Por Heitor Cesar Oliveira
Imagine um dia, talvez um sábado, ou mesmo uma segunda feira de carnaval. As ruas do Rio vazias. Nenhum bloco; nenhum cordão; nenhum baile; nenhum bêbado cantarolando alguma marchinha; nenhum casal brigando por ciúme; nenhum beijo despretensioso. Imaginem um carnaval que os foliões fizessem greve. Não fossem às ruas. Uma greve de carnaval.
As ruas ficariam desertas. Mais desertas que um início de madrugada de segunda feira. Os comerciantes, estes ficariam em pânicos: os donos dos bares ficariam loucos pensando na “fortuna” por eles gasta para encher seus estoques à espera de foliões e bêbados que não mais apareceriam. A polícia - essa coitada! – perderia grande parte de sua renda extra de extorsão dos foliões exagerados – presas fáceis desse tipo de investimento. Mas o que causaria isso? O que causaria uma greve de carnaval, unindo o folião, o bêbado, os comerciantes ambulantes, os diretores de blocos, os compositores de marchinhas, os sambistas com seus violões e pandeiros?
Esse quadro me foi desenhado por um sujeito que se dizia viajante do tempo, vindo de 2014, ano em que tal fato ocorrera. Eu o encontrara numa rua próxima à Praça XV andando perdido em meio aos blocos com suas camisas cheias de patrocínio e com suas letras que não diziam muito mais do que um montante de vogais.
Ao ser perguntado sobre tal fato, ele responderia direto, com uma certeza nítida: — A velha e conhecida de todos nós, a ganância, a ânsia enlouquecida por lucro, a mercantilização das relações humanas e seus derivados.
O carnaval havia se voltado para o turismo, para os de fora. Tudo invertido na cidade, preparada para servir de vitrine para os gringos.
Nada contra. Mas se eles são turistas, que aprendam a conviver com as coisas como estão, e não as modifiquem para melhor atender seus desejos de “caricatura de povo”, de "carnaval", de "mulatas", de "malandro sambista". E a Ordem, essa velha inimiga do povo – essa amante de mentes pequenas e positivistas, que tem medo do povo – impediu a brincadeira de ocorrer fora de seus padrões de “choques", intimidando o povo, acabando com os coretos e com a espontaneidade da brincadeira. Favorece – isso sim! – os donos de comércio e bares, que se fecharam nos seus salões com ar condicionado e com suas músicas ao vivo, com seus preços exagerados que afastam o folião autêntico, o brincalhão, o fanfarrão, o bêbado. Tudo fica perfeito para a “playboyzada” curtir com os cartões de créditos patrocinados pelos pais, os mesmos pais que assumiram a organização da festa, a nossa burra elite.
Foi assim, diante desse quadro que se organizou – ou melhor, que se desorganizou - a greve de sábado foi passando pelo domingo (recorde de presença das missas), pela segunda e, quase terminando na terça feira, foi entrando pela quarta. Logo quando todos achavam que a festa tinha ido para o buraco, quando todos consideravam o fim do carnaval carioca; a morte, tão decretada, do samba... Estourou a festa do povo!
Num passe de mágica, as ruas foram tomadas não para buscar os bares com seus donos falidos, mas para fazer a brincadeira de rua. Desfilar pela Avenida Rio Branco, pela Presidente Vargas, correndo, brincando, com bate-bola, mascarados, foliões, sambistas, diretores de blocos e claro, nosso amigo de sempre, o bêbado, com seu vasto repertório de sátiras, de marchinhas antigas e filosofias de botequim.
Foi o ano em que nenhum dinheiro caiu nos cofres da elite. Foi o ano do choque da desordem urbana, pois afinal quem quer manter essa ordem aí? Eu não...
Assim, meu amigo viajante do tempo entrou numa viela, dessas que tem um monte na cidade, e sumiu gritando: — Viva o povo trabalhador, brincalhão, alegre, folião e claro, combatente, valente e brigão, como deve mesmo ser.


Heitor Cesar Oliveira é historiador, membro do CC do PCB

Hasta Siempre - versão turca



Música Hasta Siempre ("Até Sempre", em português) em homenagem a Che Guevara em versão turca. No vídeo acima o turco Ahmet koç, ao som do baglama.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O "CONTROVERSO" PEDRO BIAL

Por Gilson Ribeiro*

Segundo a grande mídia* muitos críticos de Pedro Bial ficam desconcertados por ele ser um homem que faz filmes “exigentes sobre figuras que pensam o Brasil (Guimarães Rosa e Mautner)” e, ao mesmo tempo, apresentador do BBB. Mas esse suposto e alegado desconcerto não será parte de uma operação midiática para alimentar o mito Bial e lhe conferir a aura controversa de uma personalidade complexa?

Afinal haverá o que legitime intelectualmente o mestre de cerimônia de um espetáculo onde 15 ou 16 pessoas, expondo-se ao ridículo em situações de gosto enormemente duvidoso, trocam sua intimidade por dinheiro e fama?

O filme que ele fez a partir de Guimarães Rosa, por exemplo, é um descalabro de monta (principalmente na abordagem mais que equivocada do conto Famigerado). Só conseguiu fazê-lo porque a família do escritor entrou em raro consenso na liberação de direitos daquela vez. Talvez, por se tratar de uma vedete global, tenham acreditado na possibilidade de lucros vultosos. Quanto aos chamados poemas desse repórter que se tornou showman, eles devem ter uma insignificante fração de risibilidade a menos do que os de José Sarney. Já em seu opus magno literário, sobre Roberto Marinho, ao biografado é conferido a caracterização de  ser "revestido de aura sobre-humana" e ele chega a ser chamado até de "Deus". Ao longo do texto, desfilam ainda adjetivos como notável, sedutor, hipnótico, sábio etc. E, claro, o senhor Pedro Bial trata-o o livro todo como "doutor". E isso é tudo no que diz respeito ao lado "intelectualmente denso" do apresentador do BBB.

Num conto de Kafka chamado RELATÓRIO PARA UMA ACADEMIA, um macaco, que se transformou em humano, relata para uma platéia de acadêmicos e estudio­sos como gradativamente abandonou sua condição animal e passou a imitar os homens. Ao macaco humanizado restavam duas possibilidades: ir para o zoológico ou para o circo de variedades. Optou pela segunda. Hoje isso me lembra o Big Brother, cujo nome foi tirado de uma obra literária de intensa crítica política (1984), o que bem demonstra a capacidade ilimitada, por parte da gigantesca indústria de entretenimento, de engolir qualquer signo cultural e transformá-lo em produto comercial.

Esse contexto, de certa forma, explica um pouco como Pedro Bial pode “transitar” tanto no campo da gravidade dialética como no cenário de futilidades televisivas. Na verdade seu verdadeiro habitat é só esse cenário telemidiático.

A possibilidade de associar Pedro Bial ao universo intelectual, portanto, se dá na mesma ordem com que o programa lastimável da TV por ele apresentado tem por nome um termo retirado de renomada obra literária do século XX.

*http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-estrada-de-mautner--entrevista-com-pedro-bial,991176,0.htm#bb-md-noticia-tabs-1

 “Se existe algo que me irrita profundamente é o jeito sem cerimônias com que o mestre-de-cerimônia do Big Brother Brasil saúda aquela penca de jovens (...) confinados na casa montada pela TV Globo no Rio de Janeiro: "Boa noite, meus heróis!" (...) Reconheço, meio a contragosto, que todos os heróis são espelhos do mundo e da sociedade em que vivem. Os heróis do Bial espelham o mundo da futilidade, o hedonismo, o império dos sentidos humanos, a interação quase total entre os espaços público e privado. Meus heróis espelham o mundo dos ideais, dos valores humanos, do desprendimento e do amor à espécie humana. Os heróis de Bial lutam pelo prêmio financeiro e pelas conseqüências advindas de contratos pecuniários no mundo artístico. Meus heróis lutaram por aquilo em que acreditavam e sua recompensa era tão somente o sentimento de possuírem consciências tranqüilas, tanto que o mito do herói não foi por eles desfrutado: morreram em si para darem vida ao herói que neles subsistia.”

Washington Araujo


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Seres e prazeres

A você que acha que estudar é aborrecimento
Prazer eu sou o Conhecimento

A você que se acomoda com alegria
Prazer eu sou a Ousadia

A você que acredita em qualquer conto
Prazer eu sou o Contra-Ponto

A você que é consumista
Prazer eu sou o Ideal Classista

A você que obedece com covardia
Prazer eu sou a Rebeldia

A você que não acredita na mudança
Prazer eu sou a Esperança

Mas a você que acha que tudo tá “bão”
Muito prazer eu sou a Revolução

Patrick Osorio de Melo dos Santos

PCB SABARÁ MG