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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Poesia de T. Almeida

Nas palafitas do recife, 
No sertão sem mundo 
entre casas de pau-a-pique 
e sonhos secos. 
Noticias de muito longe, 
chegam a galope, 
rasgando o véu daquela quarta feira qualquer. 
O coroné morreu, o coroné morreu, o coroné morreu 
Queria ser grande, dizia uns 
Voar alto, falava-se pelas ruas do sul 
O coroné morreu, 
O coroné morreu, 
O coroné morreu, 
Entre becos e vielas, 
nas masmorras do abandono, 
onde coroné não era mais que um nome. 
O que era tido por gentalha 
não mais se amedrontou. 
Queremos comer. 
Queremos comer, 
queremos comer. 
E naquela noite, 
e pela madrugada a dentro, 
servido sem mesa, 
comido com as mãos... 
Todos queriam um pedaço. 
Todos querem provar churrasco, 
carne queimada do garçom da burguesia.

T.Almeida

terça-feira, 5 de agosto de 2014

MEUS OLHOS SÃO PEQUENOS PARA VER


Meus olhos são pequenos para ver
Os dedos torcidos e as mãos espalmadas
Da criança palestina que se erguem
Em busca de proteção

Meus olhos são pequenos para ver
A lágrima ácida da mãe que se afoga
Em soluços mudos, arrasada
Com seu filho- invúlocro nos braços

Meus olhos são pequenos para ver
O Ipod do soldado sionista
Que toca sem parar a mesma canção
Tiro após tiro, morte após morte

Meus olhos são pequenos para ver
A língua do porta-voz eugenista
Que brilha sombria
Coberta de mentiras

Meus olhos são pequenos para ver
Os pequenos sapatinhos
Que nunca mais irão calçar ninguém
Pequenas lápides de borracha e couro


Daniel Oliveira
Dedicado a CDA
Agosto/2014


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

PODER POPULAR: CANÇÃO AO PODER POPULAR


Como pode ser um novo dia
Se a vida outra vez judia
Sou o grito de uma voz calada
Sou história que já foi contada
Eu queria sonhar mais prazer
Quem sou eu para poder querer?
Eu queria poder viver
Eu queria poder querer

A gente pode poder querer
É só a gente se entender
O povo forte é povo unido
Pelo povo no poder
A gente pode poder criar
É só a gente se juntar
O povo forte é povo unido
Pelo Poder Popular
Diz aí como é que pode
Me matar de trabalhar
Meu suor é só moeda
Pro patrão poder gastar
Tô cansado disso tudo
Tô cansado de sofrer
Eu quero que tudo melhore
E chegue o dia que eu possa querer
REFRÃO
Mas um dia, vai chegar o dia
Que a gente vai criar coragem
Que a gente vai sentir vontade
Que o sonho acorde pra realidade
Pra gozar felicidade
Sem tempo e sem medo pra amar
Crer que juntos nós podemos ser
Bem mais que um ser
A gente pode querer
REFRÃO
Vem professor,
Vem diarista e bancário
Junto com rodoviário
Petroleiro e agricultor
Garis, pedreiros,
Artistas e operários
Junto com os metroviários
Tudo que é trabalhador!
Rua ocupada
Todo mundo lado a lado,
Tudo junto e misturado
Juntos não tememos nada!
Tem coerência?
Um ser viver na penitência?
Vou fazer chegar o dia
Em que os trabalhadores
Vão perder a paciência
REFRÃO
Aperta 2
Aperta 1
Confirma 21

Compositores: Bil-Rait “Buchecha”, Rafa Moraes, André Vieira, Alexandre Magno e Mauro Iasi