A vestal negra
era uma menina fleumática
no meu asfalto...
Bailarina de muitas eras
suas pálpebras escrevendo meu nome
nos pratos brancos da vertigem
e sonhava com as tardes de um cão
azul e mirrado
nos meus poemas...
O escritor em mim tinha muitas caras
e gostava da "bailarina gorda morrendo no aslfato".
e gostava de outras coisas
como o enorme furo
na palavra flor
escurecendo
Tal qual eucalipitos
nascendo na velocidade vil dos meus dedos
meu corpo nela se despia
"a moça me desnudando ao vento"
me marulhando de tinta
como se fosse o sexo
como se fosse a dor
como se fosse o dentro de uma bonequinha
O delírio queimado acontece seus desastres
esfarrapando olhos em pedaços de palavra
Desenho a epiderme
lembro a bailarina
pois na rua das baratas
uma folha feia e encharcada
bailarina de palavras inundadas
Acordo com olhar quebrado
a bonequinha esta pendurada
nas carcaças do meu sonho
come o desenho da bailarina.
Abiatar Machado
Militante comunista
Belo Horizonte/MG
31/12/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário