sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Palestina
Quero o sorriso que falta no rosto do pequenino
Quero a bola que não rola nos pés desse menino
Eu sou a criança morta na luta
pelo direito à sua terra
Eu sou a mãe que ninguém escuta
que clama e a arma berra
Sou o homem bomba e o recruta
que querem findar a guerra
Sou o grito de todos e de cada um que cala
com mais um dos muitos barulhos de bala
Que entra no peito da palestina
coberta de sangue dor e neblina
Mas ah, quando formos todos palestinos
Africano, Grego e latino
Não haverá bala que cale o hino
O nosso hino
A Internacional
DE PÉ Ó VÍTIMAS DA FOME...
JESSICA NICOLAI
Marcadores:
Jessica Nicolai,
poesia
Retrato estilhaçado de um guerrilheiro
Em entrevista ao Correio, o jornalista Mário Magalhães, autor de
biografia vencedora do Prêmio Jabuti 2013, fala sobre a grandeza, as
contradições e a contribuição de Carlos Marighella para a conquista de
direitos no Brasil
Severino Francisco
Durante muitas décadas, o guerrilheiro Carlos Marighella foi um
personagem em busca de um autor. Não é mais. O repórter Mário Magalhães,
49, dedicou 9 anos de sua vida (sendo cinco anos e nove meses de
trabalho exclusivo) para reconstituir a trajetória aventurosa,
apaixonada, acidentada e quixotesca de Marighella. A varredura da
pesquisa incluiu entrevistas com 256 pessoas que passaram pela vida do
mulato baiano e alcançou arquivos públicos e acervos pessoais. O
resultado é um retrato estilhaçado, contraditório, dramático e vivo,
registrado em Marighella — O guerrilheiro que incendiou o mundo (Ed. Cia
das Letras), livro vencedor do Prêmio Jabuti de 2013 no gênero
biografia.
Filho de um italiano e de uma mulata baiana, passional e
estrategista, destemido e sentimental, disciplinado e anárquico,
cultivador da poesia e autor de manuais sobre a luta armada,
supostamente ateu e consagrado filho de Oxóssi em um terreiro de
candomblé, Marighella foi deputado do Partido Comunista Brasileiro e
líder da resistência clandestina ao longo de duas ditaduras. Permaneceu
preso durante sete anos e meio dos 57 anos e 11 meses em que viveu.
Mesmo depois da redemocratização do país, Marighella permanece um
personagem maldito e proscrito da história brasileira. Essa imagem sai
abalada com esse livro, que restaura a dignidade humana e política do
líder comunista. Magalhães mostra o enlace indivisível entre a vida do
mulato baiano e as transformações vertiginosas pelas quais o Brasil e o
mundo passaram durante o período de 1930 a 1960. Marighella é um dos
protagonistas de lutas que levariam a conquistas essenciais dos cidadãos
brasileiros: o 13º salário, o combate à mortalidade infantil, o direito
de organização partidária e o direito ao divórcio. A farsa montada pelo
regime militar para simular uma reação armada do guerrilheiro durante
tocaia é desconstruída. Ele foi assassinado quando estava desarmado.
Nesta entrevista, Mário Magalhães fala sobre as lutas, as contradições e
o lugar de Marighella na história brasileira: "É legítimo amar ou
odiar Marighella, mas é impossível ficar indiferente à sua vida
fascinante", sustenta Mário.
O que o fascinou em Carlos Mariguella para dedicar nove anos
de sua vida em pesquisas e escrever um livro de mais de 700 páginas. Ele
permanece um personagem maldito?
Marighella continua sendo um personagem maldito. Enquanto seu nome
estiver barrado dos livros de história, essa condição persistirá. Não
proponho que os manuais escolares o promovam ou condenem, mas que contem
sua história. Omiti-la é crime de lesa-história e de desonestidade
intelectual. Como costumo enfatizar, é legítimo amar ou odiar
Marighella, mas é impossível ficar indiferente à sua vida fascinante.
Foi ela que me seduziu a mergulhar na biografia, com dois motivos
relevantes. A trajetória de Carlos Marighella (1911-69) me permitiu
narrar quatro décadas frenéticas do Brasil e do mundo, dos anos 1930 aos
1960. E perfilar outros personagens espetaculares. No livro que
escrevi, há dezenas de coadjuvantes e figurantes que merecem biografias
específicas sobre eles.
Logo na capa, você faz uma aposta alta, chamando Marighella
de "guerrilheiro que incendiou o mundo". Até que ponto Marighella foi
tão importante no imaginário da guerrilha em um plano internacional?
Seria algo comparável ao impacto de Che Guevara?
Não é possível comparar, porque Che Guevara foi comandante
guerrilheiro de uma revolução vitoriosa e ministro de Estado. Mas, com
sua morte, em 1967, a CIA norte-americana apontou Marighella como seu
sucessor na inspiração de movimentos rebeldes na América Latina. Em todo
o mundo, Marighella inspirou e ainda inspira movimentos contestatórios.
Ele e sua organização armada foram ajudados por personalidades como o
cineasta francês Jean-Luc Godard, seu colega italiano Luchino Visconti, o
filósofo francês Jean-Paul Sartre e o pintor catalão Joan Miró. O
jornal parisiense Le Monde chamava Marighella de "mulato hercúleo". A
revista Time, dos Estados Unidos, de "mulato de olhos verdes", quando
eram castanhos. Quando a Ação Libertadora Nacional, grupo guerrilheiro
de Marighella, transmitiu mensagens pela Rádio Nacional paulista, em
1969, o New York Times dedicou enorme espaço ao fato. Até hoje os
documentos escritos por Marighella são estudados nas academias militares
da China e nas escolas de espiões nos EUA. Nas manifestações de junho,
cartazes com o rosto e proclamações de Marighella apareceram por todo o
Brasil. Excluindo artistas e desportistas, ele é um dos 10 brasileiros
de maior projeção internacional do século 20. O silêncio sobre seu nome
foi uma longeva herança da ditadura.
Um dos méritos do seu livro é mostrar que Marighella
participou ativamente dos movimentos de reivindicação de direitos
sociais e mudanças em quatro décadas cruciais para a história do Brasil
do século 20. Que mudanças considera cruciais no país e qual o papel de
Marighella nas conquistas de direitos sociais?
Na Constituinte de 1946, ele defendeu o divórcio e perdeu, mas no
futuro esse direito seria conquistado. Batalhou pelo 13º salário e o
derrotaram, porém mais tarde o benefício se tornou lei. Idem o direito
de organização partidária. A luta contra a existência de ditaduras — ele
viveu sob duas, o Estado Novo (1937-45) e o regime instaurado em 1964 —
não foi em vão. Quando Marighella foi eleito deputado federal
constituinte, em 1946, a mortalidade infantil em Salvador era de
250/1.000. Hoje deve estar em torno de 20/1.000.
Marighella, que se empenhou contra a miséria, é um perdedor?
Divirjo da ideia de que Marighella foi um perdedor. Embora o Brasil
tenha melhorado desde o assassinato de Marighella, em 1969, eterniza-se
nossa maior tragédia: a pornográfica desigualdade social. O meu livro
mostra como Marighella e seus companheiros foram decisivos em muitos
movimentos nos quais se mantiveram discretos. Foi ele quem pessoalmente
orientou a célebre Greve dos 300 Mil, em São Paulo, em 1953. Partidários
seus lideraram a maior greve operária de 1968, em Contagem (MG).
Que bandeiras do Partido Comunista Brasileiro, demonizado há
50 anos, foram incorporadas ao discurso político atual? Qual a
contribuição do PCB para construção do Brasil moderno?
A principal foi a ideia de que os trabalhadores não são cidadãos de segunda classe, embora ainda sejam tratados como tal.
O Marighella que você revela no livro rompe com o figurino do
comunista dogmático. Parece ser firme, mas com traços pouco ortodoxos,
de espírito meio anárquico e hedonista baiano, durão e feminista. É o
fato de ser baiano que explicaria essas nuances?
A Bahia foi fundamental em sua formação. Marighella se definia, em
síntese, como "um mulato baiano". É curioso que, embora à frente do seu
tempo, dividindo o trabalho doméstico com a mulher, ele não se
considerava feminista e condenava o feminismo como compreendido na
década de 1940. Conto em detalhes no livro. Próximo da morte, Marighella
entrou em colisão com governo cubano. Um dos motivos foi a recusa dos
caribenhos em treinar mulheres brasileiras em guerrilha rural, distinção
de gênero inaceitável para Marighella.
"Responda sempre com poesia", diz Marighella para uma amiga.
Desde os tempos de estudos secundários ele sempre exercitou a poesia.
Qual a importância da poesia na vida de Marighella? Era só um versejar
ou significava também uma visão de mundo?
Significava uma maneira de encarar a vida. Às vésperas da morte,
Marighella se dedicava a compor paródias de sucessos de Roberto Carlos.
Ele ficou famoso na Bahia não pela política, mas ao responder em versos
rimados, aos 17 anos, uma prova de física, que eu publiquei na íntegra.
Marighella foi profundamente influenciado por dois poetas da Bahia,
Gregório de Matos e Castro Alves. Em 1965, lançou clandestinamente um
livro de poesias. A maior parte era de versos eróticos, e não políticos.
Aos 19 anos, concluiu assim um poema: "Andei como o diabo! Enfim...
eis-me de novo aqui:/ quero ver se descubro se já me descobri". Está
tudo no livro.
Como disse o Renato Russo: a violência é fascinante. A partir
de certo momento, Marighella tomou o caminho da violência como opção de
transformação social. É algo que mancha a biografia dele e o coloca na
condição de bandido? O que considera os altos e os baixos na trajetória
de Marighella?
Não escrevi nem uma hagiografia, exaltando o protagonista do livro,
nem um libelo contra ele. Também não tenho veleidades de juiz. Cumpro a
missão do biógrafo: contei o que Marighella fez, disse e, na medida do
possível, pensou. Ele tem grandes e pequenos momentos, como qualquer ser
humano. Não exponho minha opinião sobre a luta armada contra a
ditadura. Apenas registro que havia muitas formas legítimas de enfrentar
o regime pós-1964, e a guerrilha era uma delas. Teólogos clássicos da
Igreja já aceitavam, séculos atrás, o recurso à violência como
instrumento para combater tiranias. Mas não julgo Marighella, não
escrevo que ele foi herói ou bandido. Conto sua história, para que cada
leitor a avalie conforme seus próprios valores. Papel de biógrafo não é
fazer cabeça de leitor, mas contar histórias. Reconstituo a tortura pela
qual o jovem Marighella passou por 21 dias em 1936. Não duvido que haja
quem se identifique com os torturadores...
Há, no momento, uma discussão sobre a inviolabilidade da vida
privada de pessoas públicas. No caso de Marighella, a vida privada e a
vida pública se entrelaçam de maneira indivisível. Que prejuízos para a
compreensão de Marighella e da história a que ele está ligado se
houvesse cerceamento de pesquisa a aspectos da vida íntima do
personagem?
O livro que eu escrevi não existiria. Marighella lutou
apaixonadamente pela revolução social e amou e foi amado com igual
intensidade. Como separar o revolucionário valente do homem passional?
O grupo Procure Saber afirmou que os biógrafos ganham rios de
dinheiro com os livros que escrevem no Brasil. É verdade que vocês,
biógrafos, são milionários? No seu caso específico, você ficou muito
rico com o livro sobre Marighella?
Trabalhei nove anos na biografia. Nesse período, cinco anos e nove
meses em regime de dedicação exclusiva. Somando tudo o que ganhei com a
venda de exemplares e o que vou ganhar com os direitos de adaptação para
o cinema, só receberei 15% dos salários de que abri mão por 69 meses,
ao largar um ótimo emprego para cuidar do livro. Ou seja, de cada R$
100, só vi a cor de R$ 15. Trocando em miúdos, escrever biografia é um
suicídio financeiro.
O que diria aos ministros do STF que vão julgar o mérito da
ação que pede a revisão do artigo do Código Civil que tem possibilitado a
censura às biografias e a outras obras documentais envolvendo
personagens da história brasileira? O direito à inviolabilidade da vida
íntima deve se sobrepor ao direito da informação ou essa é uma falsa
questão?
Todos os direitos, de privacidade e liberdade de expressão, estão
garantidos pela Constituição Cidadã de 1988. Mas o que o direito à
privacidade tem a ver com censura prévia? O Brasil é hoje a única grande
democracia do planeta a censurar livros que ainda nem foram lançados. A
lei é de 2002, mas ela expressa a sobrevivência da cultura
obscurantista. Quem gosta de censura é ditadura. Espero que os ministros
do STF e os congressistas consagrem a democracia, a liberdade de
expressão e o direito à informação, abolindo a censura.
"Marighella continua sendo um personagem maldito. Enquanto seu
nome estiver barrado dos livros de história, essa condição persistirá.
Não proponho que os manuais escolares o promovam ou condenem, mas que
contem sua história"
Marcadores:
livro,
Marighella
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
ENVIE SUA ARTE QUE A UJC DIVULGA!!
Marcadores:
UJC
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Facção Central: "Sem união é impossível a Revolução"
NOTA DE FALECIMENTO da ativista Gleise Nana, 33 anos, que havia denunciado o sargento Emerson Veiga, do 15 BPM de Duque de Caxias
NOTA
DE FALECIMENTO
A ativista Gleise Nana, 33 anos, que havia denunciado o
sargento Emerson Veiga, do 15 BPM de Duque de Caxias, faleceu na
madrugada dessa segunda-feira, 20 de novembro, após um incêndio suspeito
no apartamento da ativista.
A poetisa e diretora teatral
havia denunciado o sargento após ele ter postado insultos no inbox da
ativista. Em um deles o PM a chamava de "maconheira,vagabunda
e anarquista de merda, responsável pela desordem no Rio de Janeiro."
Com medo, Nana repassou as mensagens para os amigos. Passou, desde
então, a receber telefonemas estranhos.
Com a ativista também
havia muitas filmagens dos conflitos desde o começo, em junho. Nana
tinha um vasto material com denuncia sobre abuso de PMs. Em um deles, o
tenente-coronel Mauro Andrade admite que a PMERJ se excedeu.
Em um incêndio suspeito, no dia 18 de outubro, a ativista teve 35% do
seu corpo queimado. O misterioso incêndio em seu apartamento também
afetou os órgãos internos de Nana. Após quase 40 dias de coma, a
ativista não resistiu e faleceu. Cabe frisar que, num primeiro instante,
a Polícia Civil trabalhou apenas com a hipótese de incêndio acidental.
Mas após insistência de amigos e o trabalho dos advogados da Comissão
dos Direitos Humanos da OAB, a própria Polícia Civil admitiu que o
incêndio pode ter sido criminoso.
Texto: Israel Montezano
Foto: O dia
Marcadores:
artigo,
perseguição,
RJ
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Chávez “encendió la mecha” de la unidad latinoamericana presente en este tiempo (+Video)
El artista manifestó que él, como ciudadano, está dispuesto a asumir hasta las máximas consecuencias -de manera pacífica- para que Puerto Rico logre su independencia

René
Pérez, cantante de la agrupación puertorriqueña Calle 13, al referirse
al Comandante Hugo Chávez y su legado, indicó que fue éste quien
“encendió la mecha” de la unidad latinoamericana que existe en estos
momentos, que inclusive sirve de ejemplo al mundo entero.
“Ese legado (de Chávez), de unidad, de unificar países, esta unidad
que se siente latinoamericana tiene que ver mucho con su trabajo, con lo
que hizo. Se siente. Eso yo no lo sentí nunca antes y la fuerza que hay
y esas gana de colaborar entre países que puede existir -que antes eran
menos-, es gracias al trabajo que él hizo, fue fundamental, importante
(…) creo que él fue el que encendió la mecha de que esté pasando lo que
pasa ahora y que Ecuador se atreva decir de momento: -Mira (Julian)
Assange puede entrar a la embajada. Eso tiene que ver con esa mecha que
encendió Chávez”.
Esas fueron sus palabras hacia el líder socialista en una entrevista
exclusiva a Actualidad RT, concedida al programa “Detrás de la Noticia”
moderado por Eva Golinger, donde conversaron temas de la realidad del
continente, de los abusos del gobierno estadounidense sobre Puerto Rico y
del lanzamiento de su más reciente tema “Multiviral”, junto a Julian
Assange.
PUERTO RICO INDEPENDIENTE
Al consultarle sobre la independencia de su natal Puerto Rico,
“Residente” manifestó que él como ciudadano está dispuesto a asumir
hasta las máximas consecuencias -de manera pacífica- para que la isla
caribeña sea soberana.
El artista abogó por que no existan más colonias en el mundo, al
tiempo que calificó de anacrónica la existencia de éstas. “Hay que
trabajar con al educación (en Puerto Rico), hay mucha gente que está
desconectada con lo que ocurre en Latinoamérica y más conectados con lo
que pasa en Estados Unidos”.
“Es imposible que Estados Unidos esté ‘ayudando’ sin sacar nada a
cambio, (…), es obvio esta gente no esta haciendo obras caridad con los
puertorriqueños, nos hubiesen dado una patada hace rato, es porque le
están sacando dinero y en algo contribuye a su economía. Hay dinero de
por medio. Siendo independientes ganaríamos más”.
Continuó: “(Barck) Obama es nuestro presidente, pero nosotros no
votamos por Obama. Eso es un abuso, somos esclavos prácticamente de
Estados Unidos (…) yo no odio a este país, es una molestia con el
gobierno y todas las movidas maquiavélicas que han realizado
históricamente, cien años de mal educarnos para hacernos dependientes”.
En cuanto al futuro de América Latina, el músico aseguró que viene
algo nunca antes visto. “Latinoamérica está siendo ejemplo al mundo
entero. Se está dando cátedra de humanidad y valentía. Se está
demostrando una unidad y una fuerza que no se había visto, no solo en lo
económico, sino en lo social.
René Pérez, reiteró su petición para que en la Comunidad de Estados
Latinoamericanos y Caribeños (Celac), exista presencia de Puerto Rico
con un delegado o un representante elegido por los propios borinqueños
para generar el acercamiento necesario para generar los cambios
necesarios en la llamada “isla del encanto”.
MULTIVIRAL
El líder de la agrupación Calle 13 aseguró que el nuevo tema Multiviral,
realizado junto al creador de WikiLeaks, no será sonado en las radios,
por ello fue lanzado por las redes sociales de manera gratuita.
Detalló que esta canción forma parte del nuevo disco que están
preparando, y que funciona como un adelanto. Agregó, que se realizará un
video que será lanzado “por todos lados”.
“La intención de este tema es llegarle a la masa, bien sea a través de conciertos y del video”, dijo.
El nuevo disco se está terminando y viene incluido un documental que
contendrá artes plásticas. Adelantó que el proyecto contará con la
participación de muchos artistas que a través de la pintura y la
escultura realizarán trabajos inspirados en la canción Multiviral.
Asimismo, refirió que ya están trabajando en lo que será su próxima
gira, la cual será de manera simultánea con el lanzamiento de su nuevo
trabajo discográfico.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
E AGORA, JOAQUIM?
E agora, Joaquim?
Vamos anular a Reforma da Previdência?
O mensalão não acabou?
E a corrupção sumiu
E agora, Joaquim?
A Copa chegou,
o povo protestou,
e você quase se candidatou.
E agora, Joaquim?
O pré-sal foi a leilão.
Mas, como disse o Lobão:
isto não é mais privatização.
E agora, Joaquim?
"O Brasil ainda é pau...
É pau a pique, pau de arara, é o pau do policial!
O Brasil, só não é pau Brasil!"
Professor Túlio Lopes - 15 de novembro de 2013
Vamos anular a Reforma da Previdência?
O mensalão não acabou?
E a corrupção sumiu
E agora, Joaquim?
A Copa chegou,
o povo protestou,
e você quase se candidatou.
E agora, Joaquim?
O pré-sal foi a leilão.
Mas, como disse o Lobão:
isto não é mais privatização.
E agora, Joaquim?
"O Brasil ainda é pau...
É pau a pique, pau de arara, é o pau do policial!
O Brasil, só não é pau Brasil!"
Professor Túlio Lopes - 15 de novembro de 2013
Marcadores:
poesia,
Túlio Lopes
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Adiós a Teresita Fernández, la voz que dibujó nuestra infancia
Por Michel
Hernández
Ha muerto a los 82 años la niña eterna de
ojos de luna. La trovadora irreverente y sabia que realmente hizo honor a ese
título viviendo con una extraordinaria honestidad.
La valiente y verdadera martiana que
afirmaba que la vida no vale nada si no se es bueno, si no somos coherentes en
nuestros hechos, con lo que decimos a diario, si no tratamos a nuestros coterráneos
con profunda humildad, sinceridad y cariño.
La artista de espíritu libre y nómada que
siempre tuvo la certeza de que esta vida material solamente es pasajera, para
enseñarnos desde la infancia que para ser grandes teníamos que descubrir hasta
el más oculto vericueto de la sensibilidad de las pequeñas cosas; y encontrar
la felicidad en la realización de alguna buena acción en nuestra existencia
diaria, sin engañar nunca a otros en busca del beneficio propio.
Ha muerto Teresita Fernández cuando más la
necesitábamos, cuando a los que tuvimos la fortuna de crecer con sus canciones
nos embarga la enorme preocupación de que las nuevas generaciones —sobre todos
los adolescentes— no tienen una auténtica Teresita que los ayude a levantar los
cimientos de su educación espiritual.
Un vacío que se notará realmente cuando los
más jóvenes de hoy crezcan y miren hacia atrás (si lo hacen), y descubran que
no tienen mucho que les recuerde que un día también fueron niños.
A pesar de que los medios no aportan
demasiado a que se conozca su obra, compuesta por más de 500 canciones para
niños y adultos y 28 rondas musicalizadas de Gabriela Mistral, hay cantautores
que, por suerte, mantienen vivo su legado como Kiki Corona y especialmente
Liuba María Hevia, una destacada discípula de Teresita que en cada concierto le
habla a los niños de esa extraordinaria mujer de pelo como la espuma y mirada
sabia que convirtió la humildad en orgullo y vivió con el regocijo de haber
sostenido su creación sobre las buenas acciones; de haber sido fiel a su
filosofía de vida; de haber creado una obra que se hizo grande gracias a la
sinceridad y la coherencia con que fue esculpida, una obra que hoy iluminará el
andar de los gatos en los tejados, de los perros callejeros, de las luciérnagas
en las noches de luna, de los seres que se pierden por ahí en silencio buscando
la belleza de las pequeñas cosas.
Hay pocos recuerdos que atesoro en mis
lances por estos mundos del polémico y difícil oficio periodístico como la
ocasión en que conocí personalmente a Teresita. Era una tarde de junio del 2010
cuando una tropa de la Asociación Hermanos Saíz llegaba a su pequeño y humilde
apartamento en el piso 12 del edificio de Infanta y Manglar, para entregarle el
premio Maestro de Juventudes.
Ahí estaba ella dando vueltas, inquieta por
la sala, adornada solamente con los diplomas regalados por los niños de los
barrios del Cerro y de la ciudad de Santa Clara, los retratos de la poeta Ada
Elba Pérez, las imágenes de Cristo, del Che, la Madre Teresa y un pequeño busto
de Martí niño.
Rodeada de sus queridos vecinos, y de tres o
cuatro maravillas de gatos que iban de un lado a otro como si no quisieran
perderle ni pies ni pisada a su amorosa dueña.
Teresita recibió a los que irrumpimos la
soledad de su habitación con su inseparable tabaco, con su sonrisa de mujer
buena, con su mirada de quien lo ha visto todo y tiene un alma tan grande que
puede perdonar los agravios de cualquier ser humano, con la experiencia de
quien viene de regreso de muchas vidas y aún tiene deseos de dar salida a lo
que ha visto por esos caminos de Dios su enorme corazón, lleno de canciones por
hacer, por cantar y de ganas de conocer cómo son los niños de hoy, a los que,
según comentaba, no había podido cantarles por los achaques de la edad.
Después de que invitó a los jóvenes a
sentirse como en su propia casa, Teresita comenzó a resucitar las aventuras
vividas en su paso por el controvertido mundo de los seres humanos; a revelar
cómo nació la canción de aquel otro gatico que le puso Vinagrito, por estar feo
y flaquito; a hablar de la necesidad de profundizar en Martí; a explicar que
para ella el amor también está en el aire, en la quietud de las noches tranquillas
y en el viento que mueve las hojas de los árboles.
Pero sobre todo, su conversación dibujó un
universo muy especial cuando aprovechó el momento para dar algunos consejos a
los invitados. Entre ellos hubo uno que me caló hasta los huesos. "Sé
siempre una persona buena", me dijo con una seguridad pasmosa, mientras me
agarraba la mano como si quisiera grabar la frase hasta en los más
indescifrables vericuetos del alma. Como si tuviera la total certeza de que
esta máxima debía trascender aquel encuentro para convertirse en una lección de
vida para todos los cubanos en estos azarosos y complejos días.
Ella no dejaba de pensar en la sociedad que
palpitaba detrás de sus ventanas, aunque apenas salía de su apartamento, porque
había hecho de la soledad su pasión; y quería que los niños de ayer la
recordaran solamente con esa fuerza vital con la que siempre interpretó sus
canciones, ya fuese en la calidez de las peñas, como en los parques más
destartalados, o en los escenarios más majestuosos.
En todos los lugares era la misma y no
dejaba pasar ni un instante para, sin cobrar un centavo, cantarle a los niños
con su guitarra las historias de las palanganas viejas, de lo feo, de la
belleza de los campos, de la lluvia, de las estrellas, y de las travesuras de
los perros callejeros.
Si bien, como se dijo, la vida la llevó a
alejarse de los escenarios desde hace algún tiempo, la trovadora permanece para
siempre en un lugar muy íntimo de la vida de los que conocimos el mundo a
través de sus canciones, esos que tenemos en Teresita una de esas inseparables
guías espirituales que junto a nuestros padres nos iluminó el camino desde los
primeros años de la infancia, y que desde hoy todos debemos tratar de que su
legado ocupe el lugar que merece en la educación sentimental de todos los niños
y jóvenes cubanos.
Tomado del
sitio digital del periódico Granma
Marcadores:
cantora,
Teresita Fernández
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Quem pagou a conta? A guerra secreta da CIA contra a Cultura
nShare

A autora Francis Stonor Saunders,
detalha como e porque a CIA patrocinou congressos culturais, montou
exibições de arte e organizou concertos. A Agência também publicou e
produziu autores conhecidos que seguiam essa linha de Washington,
patrocinou a arte abstrata e fez ataques à arte de conteúdo social. E,
em todo o mundo, financiou publicações que atacavam o marxismo, o
comunismo e as políticas revolucionárias, ao mesmo tempo que
justificavam ou ignoravam políticas imperialistas destrutivas e
violentas dos Estados Unidos.
A CIA conseguiu atrair um dos mais
proeminentes porta-vozes (ou defensores) do discurso da liberdade
intelectual, a ponto de incluir alguns intelectuais em sua folha de
pagamento.
Muitos desses intelectuais ficaram
conhecidos por se envolver com esses “projetos”, mas outros ficaram
orbitando em torno desses projetos, alegando que não sabiam das ligações
com a CIA, depois que os seus patrões foram denunciados publicamente no
final da década de 60 e durante a Guerra do Vietnã, e depois que a maré
política virou para a esquerda.
Publicações anticomunistas americanas e
européias receberam várias verbas, direta e indiretamente, entre as
quais a Partisan Review, Kenynon Review, New Leader e Enconuter. Entre
os numerosos intelectuais pagos pela CIA estavam Irving Kristol, Melvin
Lasky, Isaiah Berlin, Stephen Spender, Sidney Hook, Daniel Bell, Dwight
MacDonald, Robert Lowel, Hannah Arendt e Mary MacCarthy. Na Europa, a
CIA teve um interesse pela promoção da “Esquerda Democrática” e de
ex-esquerdistas entre eles Inacio Silone, Stephen Spender, Arthur
Koestler, Raymond Aron, Anthony Crosland, Michael Josselson e George
Orwell.
Contando com o entusiasmo de Sidney Hook
e Melvin Lasky, a CIA teve um papel destacado na fundação do Congresso
pela Liberdade Cultural, uma espécie de OTAN cultural que agrupou todo
tipo de esquerdistas e direitistas “antiestalinistas”. Eles tinham
absoluta liberdade para defender os valores culturais e políticos do
Ocidente, atacar o “totalitarismo estalinista” e tergiversar sobre o
racismo e imperialismo americano.
A CIA e a arte pela arte
De vez em quando, um artigo de crítica
marginal a sociedade de massas americana era publicada nas revistas
subsidiadas pela CIA. Uma coisa particularmente estranha nesse grupo de
intelectuais pagos pela CIA não era o seu comprometimento político, mas a
pretensão de que buscava a verdade de maneira desinteressada, de que
eram humanistas iconoclásticos e livres-pensadores e artistas que
defendiam a arte pela arte em contraposição aos “filiados” e
“assalariados” corruptos da máquina estalinista. É impossível acreditar
na alegação que não sabiam das ligações com a CIA.
Como é que eles podiam ignorar a falta
de qualquer crítica básica em suas revistas contra os inúmeros
linchamentos que estavam ocorrendo no Sul dos Estados Unidos naquele
período? Como podiam ignorar, durante a realização de seus congressos
culturais, qualquer crítica às intervenções imperialistas dos Estados
Unidos na Guatemala, no Irã, Grécia e Coréia, que provocaram milhões de
mortes? Como podiam ignorar as grosseiras justificativas, publicadas em
suas revistas para os crimes imperialistas que estavam ocorrendo naquela
época?
Todos esses intelectuais eram soldados:
alguns falastrões, venenosos, rudes e polêmicos, como Sidney Hook e
Melvim Lasky; outros eram ensaístas elegantes, como Stephen Spender, ou
informantes, donos da verdade como George Orwell. A autora do livro,
Francis Stonor Saunders, retrata a elite wasp(1) manipulando os cordéis
na CIA e os ex-esquerdistas rosnando contra os dissidentes esquerdistas.
Quando a verdade veio à tona no final
dos anos 60 e alguns “intelectuais” de Nova York, Paris e Londres
fingiram indignação por terem sido usados, a CIA fez retaliações contra
eles. Tom Braden, que dirigiu a Seção das Organizações Internacionais da
CIA, entregou-os contando detalhes de que todos eles tinham que saber
quem pagavam seus salários e bolsas. De acordo com Branden, a CIA
financiou as suas “espumas literárias” expressão usada pelo chefe
linha-dura da CIA Cord Meyer, para qualificar os “exercícios
intelectuais” de Hook, Kristol e Lasky.
Braden escreveu que o dinheiro das
publicações mais conhecidas e prestigiadas da autodenominada “Esquerda
Democrática” (Encounter, New leader, Partisan Revew), vinha da CIA e que
“um agente (da CIA) tornou-se o editor da Encounter”. Por volta de
1953, escreveu Braden; “nós influenciávamos ou trabalhávamos em
organizações internacionais em todos os campos”.
O livro de Saunders traz informações
úteis sobre as maneiras pelas quais as operações da CIA eram montadas
para defender os interesses imperialistas dos Estados Unidos na frente
Cultural. O livro dá início também a uma importante discussão sobre as
conseqüências a longo prazo das posições ideológicas e artísticas
defendidas pelos intelectuais da CIA.
Saunders rechaça as alegações (de Hook,
Kristol, e Lasky) de que a CIA e suas fundações associadas ofereciam
ajuda sem pedir nada em troca. Ela demonstra que “dos indivíduos e das
instituições subsidiadas pela CIA esperava-se que tomassem parte… da
propaganda de guerra”. A propaganda mais eficaz seguindo a definição da
CIA, era do tipo em que “o sujeito se move na direção que você quer por
razões que ele acredita ser a deles”.
O plano da CIA para impedir o prêmio Nobel para Pablo Neruda
Quando a CIA punha recursos à disposição
da “Esquerda Democrática” para eventuais discussões sobre reforma
social, seus intelectuais ficavam interessados nas polêmicas
“antiestalinistas” e nas diatribes literárias contra os marxistas
ocidentais e contra os escritores e os artistas soviéticos. Eles
recebiam então patrocínios mais generosos e eram promovidos com maior
visibilidade. Braden refere-se a isso como a “convergência” entre a CIA e
a “Esquerda Democrática” européia na luta contra o comunismo.
A colaboração entre a “Esquerda
Democrática” e a Agência incluía operações fura-greves na França, a
deduragem contra estalinistas (Orwell e Hook) e campanhas camufladas de
difamação para evitar que artistas esquerdistas fossem premiados (isso
aconteceu por exemplo na disputa de Pablo Neruda pelo Prêmio Nobel em
1964).
(….) Uma das mais importantes e
fascinantes discussões do livro de Saunders é o fato da CIA e seus
aliados no museu de arte Moderna de Nova York (MoMA) terem aplicado
vastas somas de dinheiro na promoção da pintura e dos pintores do
Expressionismo Abstrato, considerado um antídoto à arte de conteúdo. Ao
promover o Expressionismo Abstrato a CIA comprou uma briga com a ala
direita do Congresso. A Agência achava que a escola espresava “uma
ideologia anticomunista, a ideologia da liberdade e da livre empresa,
cujo o não figurativismo e apoliticismo constituíam a própria antítese
do realismo socialista”. O Expressionismo Abstrato era visto como a
verdadeira expressão da vontade nacional. Para enfrentar as críticas da
direita no Congresso, a CIA voltou-se para o setor privado, mais
precisamente para o MoMA e seu cofundador, Nelson Rockefeller, que se
referia ao Expressionismo Abstrato como “a pintura da livre empresa”.
Muitos diretores do MoMA mantiveram duradouras relações com a CIA e
quiseram dar mais que uma mãozinha na promoção do Expressionismo
Abstrato como arma da Guerra Fria cultural. Caríssimas exposições foram
organizadas por toda Europa e críticos de arte foram mobilizados para
escrever artigos repletos de entusiásticos elogios. A combinação de
recursos econômicos do MoMA com a fundação Fairfeld, ligada à CIA,
garantiram a colaboração das mais prestigiosas galerias de arte da
Europa, as quais por sua vez puderam espalhar sua influência estética
pela Europa afora.
O Expressionismo Abstrato, como uma
ideologia “da arte livre” (segundo George Kennan) foi usado para atacar
politicamente os artistas engajados da Europa. O Congresso pela
Liberdade Cultural (ponta de lança da CIA) ofereceu grande apoio à
cultura abstrata em oposição à estética figurativa e realista, num
explícito ato político. Comentando o papel político do Expressionismo
abstrato, Saunders sublinha “Uma das características mais
extraordinárias no papel que a pintura americana jogou na Guerra Fria
cultural não foi o fato de ter se tornado parte da iniciativa, mas o
fato desse movimento, tão deliberadamente declarado apolítico, ter se
tornado tão intensamente politizado”. A CIA associou artistas apolíticos
e a arte com liberdade. Isso foi feito para isolar os artistas da
esquerda européia. A ironia é que a postura apolítica só valia para o
consumo da esquerda. Apesar de tudo, a CIA e suas organizações culturais
foram capazes de moldar profundamente a visão de arte no pós-guerra.
Alguns escritores, poetas, artistas e músicos de prestígio proclamaram a
sua independência da política e declararam sua crença na arte pelo amor
da arte. O dogma do artista do intelectual livre, como alguém
desconectado do engajamento político, ganhou corpo e está disseminado
até hoje.
Embora tenha apresentando uma detalhada
descrição das ligações entre CIA e os artistas e intelectuais
ocidentais, Saundres deixou inexploradas as razões estruturais para a
necessidade da CIA de controlar os dissidentes. Seus argumentos estão
muito baseados no contexto da competição política e no conflito com o
comunismo soviético. Ele não faz uma tentativa séria de localizar a
Guerra Fria cultural da CIA no contexto das lutas de classes, da
revolução e do Terceiro Mundo e nos desafios marxistas independentes à
dominação do imperialismo econômico dos Estados Unidos. Isso leva
Saunders a valorizar algumas iniciativas e operações da CIA em
detrimento de outras. (….)
A tarefa dos intelectuais pagos pela CIA não era questionar, mas servir ao império
As verdadeiras origens da Guerra Fria
cultural estão enraizadas na luta de classes. Muito antes a CIA e seus
agentes ex-comunitas da AFL-CIO Irving Brown e Jay Lovestone usaram
milhões de dólares para subverter sindicatos militantes e acabar com
greves comparando sindicatos social-democráticos. O Congresso pela
Liberdade Cultural e seus esclarecidos intelectuais receberam dinheiro
dos mesmos agentes da CIA que contrataram os gângsters de Marselha
(França) para acabar com a greve dos portuários em 1948. Depois da
Segunda Guerra, com a desmoralização na Europa da velha direita
(comprometida por suas ligações com os fascistas e com o sistema
capitalista enfraquecido), a CIA chegou a conclusão de que para submeter
os sindicalistas e intelectuais contrários a OTAN seria necessário
encontrar ou (inventar) uma Esquerda Democrática disposta a participar
das lutas ideológicas. A CIA criou uma seção especial para neutralizar
as objeções da bancada direitista do Congresso. A Esquerda Democrática
foi essencialmente usada para combater a Esquerda radical e dar um
verniz ideológico à hegemonia americana na Europa. Até o ponto dos
pugilistas ideológicos da Esquerda Democrática poderem dar forma às
políticas estratégicas e interesses dos Estados Unidos. A tarefa deles
não era questionar ou reivindicar, mas servir ao império em nome dos
“valores democráticos do Ocidente”. Somente quando surgiu uma oposição
maciça à Guerra do Vietnã nos Estados Unidos e na Europa, e as suas
ligações com a CIA foram denunciadas é que muitos intelectuais
promovidos ou financiados pela Agência abandonaram o navio e começaram a
criticar a política externa dos Estados Unidos. Um exemplo: depois de
passar a maior parte de sua carreira na folha de pagamento da CIA,
Stephen Spender tornou-se crítico da política americana no Vietnã, assim
como alguns editores da Partisan Review. Todos eles alegaram inocência,
mas poucos críticos acreditaram que um caso de amor com tantas revistas
e conferências, de tão longo e profundo envolvimento, pudesse
transpirar sem um certo grau de conhecimento.
Ataques à Stálin visavam encobrir os crimes do imperialismo
O envolvimento da CIA na vida cultural
dos Estados Unidos, Europa e outras regiões teve importantes
conseqüências a longo prazo. Muitos intelectuais foram recompensados com
o prestígio e reconhecimento público e verbas para pesquisas justamente
para trabalhar com viseiras ideológicas da Agência. Alguns dos grandes
nomes da Filosofia, da Ética Política, da Sociologia e da Arte, que
ganharam visibilidade com as conferências e revistas financiadas pela
CIA, definiram as normas e os padrões para a formação da nova geração,
baseado nos parâmetros políticos estabelecidos pela CIA. Não foi nem o
mérito nem a competência, mas sim a política – a linha de Washington-
que definiu a “verdade” e a “excelência” e as futuras cátedras das
universidades, fundações e museus de maior prestígio. As ejaculações
retóricas da Esquerda Democrática antiestalinistas dos Estados Unidos e
da Europa e suas profissões de fé nos valores democráticos e na
liberdade serviam como capa ideológica para os mais abomináveis crimes
do Ocidente .
Uma vez mais recentemente, muitos
intelectuais da Esquerda Democrática perfilaram-se com o Ocidente e com o
exército de libertação de Kosovo2 no apoio ao banho de sangue de
milhares de servos e ao assassinato de um monte de inocentes vítimas
civis. Se o antiestalinismo foi o ópio da Esquerda Democrática durante a
Guerra Fria, o intervencionismo praticado em nome dos direitos humanos
tem hoje o mesmo efeito narcortizante, iludindo os esquerdistas
democráticos contemporâneos.
A CIA foi quem criou o modelo de artistas apolíticos e divorciados das lutas
As campanhas culturais da CIA criaram o
protótipo dos intelectuais, acadêmicos e artistas que hoje se dizem
apolíticos e que estão divorciados das lutas populares e cujo valor
aumenta na medida em que se distanciam das classes populares e se
aproximaram das fundações de prestígio. O modelo do profissional de
sucesso criado pela CIA é o porteiro ideológico que deixa de fora os
intelectuais que escrevem sobre a luta de classes, a exploração de
classes e o imperialismo americano – ou seja, categorias “ideológicas”,
“não objetivas”, como eles dizem. A pior e mais duradoura influência dos
integrantes do Congresso pela Liberdade Cultural não foi a defesa que
eles fizeram das políticas imperialistas dos Estados Unidos, mais o
êxito que conseguiram ao impor sobre as novas gerações de intelectuais a
idéia de excluir qualquer discussão sobre o imperialismo americano nos
meios de comunicação políticos e culturais influentes. A questão não é
se os intelectuais ou artistas atuais podem ou não assumir uma posição
progressista a respeito deste ou daquele assunto. O problema é a
permanente crença entre os escritores e artistas de que as expressões
sociais e políticas anti-imperialistas não devem aparecer em música,
pintura ou qualquer escrito sério se querem que sua obra seja
considerada um trabalho de substancial mérito artístico. A mais
persistente vitória política da CIA foi a de convencer os intelectuais
de que o engajamento sério e firme à esquerda é incompatível com a arte
séria e o conhecimento. Hoje, na ópera, no teatro ou nas galerias de
arte assim como nos encontros profissionais das universidades , os
valores definidos pela CIA durante a Guerra Fria estão visíveis e
disseminados: quem ousa despir o imperador?
James Petras é sociólogo marxista norte-americano
Notas
1. Wasp (white Anglo-Saxon Protestant), protótipo do americano “puro”
2. KLA(Kosovo Liberation Army)
2. KLA(Kosovo Liberation Army)
Marcadores:
artigo,
James Petras
Assinar:
Postagens (Atom)