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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Amarga

Eu tenho o poder de retumbar, com os meus passos, o chão seco e vermelho do sertão;
tenho a força de galopar uma égua campolina
domar besta desgarrada na unha e no grito.
Por isso exijo respeito e sua devoção é para mim, obrigação.


A força é bruta,
e de tão bruta se lasca
é choro.
Se estou completa, por quê o choro?


A mulher acrobata tem a ousadia de bailar na fita e não despencar,
Ela está de picardia
vai se jogar ou não?
Sedução e ira
E ainda me provoca com a força dos seus movimentos na fita.
Das alturas ela não desce para me encontrar.


Eu estou sendo feita de brihantes
Micro pontos de brilhantes
Eu sou
Não há átomos, nem células.
Brilhantes e espaços vazios.
Etéreo e branco
O que faço? Danço.

Nana Krishna Andrade

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