Pediram-me pra escrever um poema,
Eu vomitei e do vômito,
Vi dançarem versos nauseantes,
Da torpêz de meus sentidos, de ébrio.
Identifiquei mãe e pai, filho e filha,
Então chorei desesperadamente,
E de minhas lágrimas salgadas e acres,
Vi brotarem espinhos e flores.
Chicoteei-me, maltratei-me, feri-me,
E do sangue que escorreu abundante,
Vi pecados, quase cagados,
Quase gozados.
E deste gozo, profundo e dolorido,
Jorrou algo? Não! Jorrou sêmen,
E meu sêmen fecundou a terra,
Brotando: flores, frutos e um lindo poema!
Ivanil Gomes
BH/MG
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