Eles vem
Queiram vocês ou não
Mesmo que vocês os maltratem
E embora fosse justo que recusassem
Eles vem
Vem porque é pra isso que foram formados
Para ajudar os maltrapilhos, os desgraçados
Não se incomodem ou se envaideçam
Porque eles não vem por vocês
Mas pelos que deixastes de lado
Eles não vem para tomar os seus lugares
Porque para onde eles vão
Vocês nunca iriam
Eles vem pelos que necessitam
Pelos que sofrem, pelos que morrem
Eles vem para curar os que vocês fizeram
Ainda mais doentes
Ao sentar atrás de computadores
Para prescrever o desespero em receitas frias
Em palavras tão difíceis de entender
Quanto a indiferença que emana
dos seus corações remunerados
Eles vem para operar o corpo dos pacientes
E não o bolso dos clientes
Vem para sanar-lhes as dores
E não para imputar-lhes outras
Quando esses não conseguem pagar
pelo seu imenso desprezo
Eles vem tocar as pessoas mais por dentro que por fora
Dando-lhes o carinho que os seus longos anos de estudo
E seus títulos de doutores não te ensinaram a oferecer
Eles vem pra mostrar que o amor é essencial a todos nós
Mas imprescindível aos que adoecem
Realmente é difícil de entender
Nós, acostumados a exportar soldados
Em troca recebermos médicos
Mas é que a guerra deles é contra a morte
E não contra a vida
Talvez um dia vocês mereçam que eles venham
Também por vocês
Mas, até lá, eles continuarão vindo
Porque tem muita gente que não pode esperar
Que vocês abandonem essa arrogância,
Esse descaso, essa hipocrisia
E percebam quem aqui são os médicos
E quem ainda são os aprendizes de ser humano
(William Alexandre)
- Dedicado a Lara Sartorio, e a todas os comunistas -
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Luta ou fuga?
Aos companheiros das jornadas de junho
O cérebro humano primitivo
espreita, escuta, pressente:
o ruído, o silêncio, o perigo.
Tensão, pupilas, pulmão.
Atenção…
Adrenalina, músculos, ação… ou não:
mordida, ferida, contusão.
Lutar ou fugir?
Eis a questão!
Hamlet com uma caveira na mão
sobre a cova de um causídico
indaga ser justa ou delírio,
a raiva que move sua mão.
Fugir ou lutar?
Ousar ou fingir.
Outra face… perdoar?
Sonhar, voltar a dormir?
Viver, acordar!
Para a rua… protestar!
Fogueiras, vinagre, bandeiras,
negras ou vermelhas,
Nenhum passo atrás!
Lutar!
Mauro Iasi
O cérebro humano primitivo
espreita, escuta, pressente:
o ruído, o silêncio, o perigo.
Tensão, pupilas, pulmão.
Atenção…
Adrenalina, músculos, ação… ou não:
mordida, ferida, contusão.
Lutar ou fugir?
Eis a questão!
Hamlet com uma caveira na mão
sobre a cova de um causídico
indaga ser justa ou delírio,
a raiva que move sua mão.
Fugir ou lutar?
Ousar ou fingir.
Outra face… perdoar?
Sonhar, voltar a dormir?
Viver, acordar!
Para a rua… protestar!
Fogueiras, vinagre, bandeiras,
negras ou vermelhas,
Nenhum passo atrás!
Lutar!
Mauro Iasi
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quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Exibição do filme "João Sem Medo"
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João Saldanha
terça-feira, 20 de agosto de 2013
LATUFF É MEU AMIGO, MEXEU COM ELE, MEXEU COMIGO!

(Ivan Pinheiro)
Carlos Latuff está entre aqueles que lutam contra a opressão do capital e por uma sociedade justa e fraterna. Antes de tudo, é um humanista, internacionalista e revolucionário, que sofre as dores dos oprimidos, seja onde for.
Militante corajoso, independente, coloca sua arte, sempre inteligente e radical (no bom sentido da palavra), a serviço da esquerda de todo o mundo e da humanidade. Uma charge de Latuff vale mais que muitos manifestos, fala por si, emociona.
Mais uma vez, Latuff está ameaçado de morte.
Justamente indignado com a violência policial, fez, em suas próprias palavras, uma “provocação” em torno do assassinato de um casal de PMs paulistas.
Por mais que a emoção o tenha levado a exagerar o tom da “provocação”, temos a obrigação política e moral, os revolucionários e progressistas, de lhe prestar solidariedade e blindá-lo diante das ameaças de que tem sido vítima, por parte de fascistas que tentam se aproveitar de um momento de compreensível destempero verbal do nosso Latuff.
É bom que saibam os que o ameaçam do carinho que lhe devotam um incalculável número de pessoas e organizações políticas e sociais no mundo todo.
E que depois do “Cadê o Amarildo?”, os matadores, com ou sem farda, de carreira ou de aluguel, vão ter que pensar muito antes de assassinar covardemente um ser humano, seja ele um pedreiro ou um artista. Não mais os deixaremos em paz, a cada covardia.
Com nossa solidariedade, sabemos onde estará por muitos anos o jovem Latuff: numa prancheta, com sua pena implacável contra as opressões e em nossas manifestações contra elas, com a alegria dos que lutam por uma sociedade onde todos nos possamos chamar de companheiros.
* Ivan Pinheiro é militante comunista (PCB-RJ)
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quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Wagner Moura vai estrear como diretor em filme sobre Carlos Marighella

Marighella
Wagner Moura fará sua estreia como diretor em um filme sobre Carlos Marighella, ex-deputado, poeta e guerrilheiro baiano morto por agentes do regime militar em 1969.
O anúncio foi feito por Mário Magalhães, jornalista responsável por Marighella - O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo, livro que servirá de base para o roteiro do filme.
A produção é da O2 Filmes, do diretor Fernando Meirelles, e contará com o apoio da atriz Maria Marighella, neta do líder comunista.
O projeto será anunciado oficialmente nesta quarta, no Rio de Janeiro.
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terça-feira, 13 de agosto de 2013
GIGANTE – PARTE III
Ninguém tem certeza do que o motivou. Talvez a constatação de que aquele campo de estacas que delimitava seu território era pura ilusão; talvez a fragancia remota de alguma fêmea, do outro lado do atlântico (vai saber ao certo como e em que condições funciona o olfato dessa espécie). O fato é que, já com o sol transformando o azul do céu em laranja arrebol, Ali se posicionou como fundista em dia de prova e arrancou seu enorme corpo do espaço que lhe era destinado, ao mesmo tempo em que emitia urros colossais pelo enorme tubo à frente de sua boca, como se os sons de uma centena de trombetas fossem emitidos em uníssono.
Houve correria e desespero. Já muitas crianças, juntamente com seus acompanhantes, se movimentavam para adentrar a lona e participar da matinê. Por outro lado, as menos favorecidas pela sociedade, que não dispunham de permissão para a entrada, aglomeravam-se em torno do cerro de estacas, destinadas a empalar o pobre paquiderme caso este decidisse se rebelar contra o cárcere sutil e desonesto. Mas Ali as enfrentou; e foram empurradas cada uma das estacas que se contrapunham à sua trajetória, de modo a adormecerem no solo na posição horizontal, levantando buracos de terra com suas bases, quase como se houvesse um planejamento prévio daquele ato, com a solução imediata de todas as equações envolvidas.
Os adultos começaram a se agitar e correr à frente de suas crias, de modo egoísta. As crianças, por outro lado, não sabe-se ao certo se por encantamento ou pela intrepidez temerária da idade, permaneceram ali, de queixo caído, admirando o elefante. Não poucas dentre elas ousaram aproximar-se mais... em certo momento a impressão foi que uma delas, a mais magricela e amarrotada de todas, atreveu-se a tocar a couraça do colosso enquanto este ainda estava prestes a transpor o último obstáculo.
Instante de silêncio não combinado, o som audível foi da estaca sendo subjugada e rompendo-se, e da terra vermelha que, retirada do repouso pela alavanca, voltou ao repouso no solo. “Dai-me uma alavanca e um ponto de apoio, e serei capaz de mover a terra.”
O gigante parou após a última linha de estacas, permanecendo imóvel por alguns poucos (porém, intermináveis) segundos, girou a cabeça nos dois sentidos possíveis, de modo a abanar as enormes orelhas, soltou mais um urro ensurdecedor e partiu em disparada rumo a uma vistosa coluna de folhagens logo à frente, como se acabasse de avistar uma mesa posta em um banquete.
As crianças em volta, num raro momento de lucidez coletiva, abriram espaço para Ali, e saíram gritando em algazarra febril – hora imitando os urros do gigante liberto, hora criando seus próprios urros.
Ao chegar na linha de vegetação, o gigante parou mais uma vez, e com a tromba em riste, apontando para todos os lados, contraindo e expandindo a parte interna, passou a aproximar-se lentamente de uma enorme árvore de fruta-pão.
A meninada curiosa ainda não percebia a silhueta da senhora, que por trás do tronco da árvore, desbastava ervas daninhas ao redor... Mas o olfato do paquiderme foi capaz de localizá-la... Num movimento ao mesmo tempo abrupto e delicado, a tromba foi envolta no corpo da senhora, o suspendeu no ar, e o pôs frente ao animal. As crianças prenderam a respiração por um longo instante, aguardando a tragédia. Mulher e paquiderme apenas miravam uma ao fundo dos olhos do outro, e vice-versa. Nenhum som, nem de agitação, nem de dor, nem de desespero... Apenas olhares trocados, e a espera pelo inevitável. O animal abriu e fechou os olhos exatamente três vezes. Depois começou o processo inverso, baixando o corpo da senhora para a posição precisa em que esta se encontrava, sem protesto algum da parte dela... Ao baixá-la completamente, manteve a tromba por um breve momento colada em sua face.
Sou capaz de jurar em nome de minha mãe que aquele foi um beijo de adeus...
Fábio Henrique de Carvalho
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Fábio Henrique de Carvalho
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Camaradas Raimundo, Samuel e Miguel, presentes!
Porque a cor do sangue jamais se esquece.
Os massacrados serão vingados vestidos de verde oliva.
Politicamente vivos, não estão mortos,
não estão mortos,
não estão mortos.
Camaradas sua morte será vingada!
E quem a vingará?...
O povo organizado?
E como?...
Lutando.
Então, luta,
luta,
luta,
não deixe de lutar por um governo operário,
campesino e
popular!
Os massacrados serão vingados vestidos de verde oliva.
Politicamente vivos, não estão mortos,
não estão mortos,
não estão mortos.
Camaradas sua morte será vingada!
E quem a vingará?...
O povo organizado?
E como?...
Lutando.
Então, luta,
luta,
luta,
não deixe de lutar por um governo operário,
campesino e
popular!
A União da Juventude Comunista (UJC) vem expressar nossa revolta e
intensa dor com o assassinato de três camaradas do Partido Comunista do
México (PCM), Raymundo Velásquez, Samuel Vargas e Miguel N.
Nesse momento de indignação e angústia, prestamos nossa
incondicional solidariedade aos militantes do PCM e da Liga da Juventude
Comunista (LJC), à família e aos amigos dos camaradas assassinados pelo
ódio das classes dominantes; por esse triste ocorrido enviamos nossas
mais sinceras condolências.
Camaradas, nós da UJC transmitimos aos comunistas mexicanos um abraço
forte, combativo e fraterno nesse difícil e duro momento e colocamos
toda a nossa militância e estrutura a serviço da divulgação nacional e
internacional desse brutal sucedido.
Estamos seguros que a dor desse momento se transformará em mais
organização, coragem e luta para seguir enfrentando a violência e terror
que a burguesia e seu estado utilizam para intimidar e mutilar a classe
trabalhadora, caminhando no sentido de criar o poder popular, a mais
importante fortaleza que os oprimidos podem construir para sua
autodefesa e fortalecimento do projeto emancipatório dos trabalhadores. O
exemplo dos camaradas Raymundo, Samuel e Miguel se somará aos inúmeros
heróis e mártires de nossos povos e jamais serão esquecidos pelas novas
gerações de revolucionárias e revolucionários.
Ainda que o momento seja de raiva e sofrimento estamos seguros que a
perseverante militância do PCM e da LJC sairá ainda mais forte, unida e
convicta para seguir construindo a única possibilidade histórica para
acabar com a violência, a opressão e a exploração: a revolução
socialista e o fim da sociedade de classes.
Camaradas Raymundo, Samuel e Miguel: Presentes, hoje e sempre!
Viva a luta do povo trabalhador mexicano!
Viva o PCM e a LJC!
Secretaria de Relações Internacionais da UJC – Coordenação Nacional
07 de agosto de 2013.
http://ujc.org.br/ujc/?p=849
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presentes!,
Samuel e Miguel
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
poema no assassinato de um trabalhador
a Ricardo Ferreira Gama
1.
pouco nos falamos
enquanto limpavas
o chão em que eu
pisava
enquanto puxavas com o rodo
a água da chuva sob a chuva
enquanto punhas em ordem
as cadeiras
as carteiras
os carpetes
para eu passar
mas foste tu quem passou
2.
pouco nos falamos
bom dia boa tarde
oi até mais
obrigado disponha
etc etc
no dia em que tivemos assunto
ele era tu
e logo
o assunto morreu
3.
talvez faças pouca falta
as cadeiras
as carteiras
os carpetes
seguirão arrumados
e além do mais
teu trabalho não gerava
mais valia
talvez em muitos
tua morte não produzirá saudade
(há quem não note a mão
que produz o produto
até que ele falhe ou falte
e teu trabalho
persistirá a ti)
4.
infelizmente não creio em
vida após a morte
mas crê
haverá luta na tua morte
para que mude o estado das coisas
para que chegue o dia
em que o estado não mate
ao contrário
morra
e aí
tu não serás morto
(nunca mais)
1.
pouco nos falamos
enquanto limpavas
o chão em que eu
pisava
enquanto puxavas com o rodo
a água da chuva sob a chuva
enquanto punhas em ordem
as cadeiras
as carteiras
os carpetes
para eu passar
mas foste tu quem passou
2.
pouco nos falamos
bom dia boa tarde
oi até mais
obrigado disponha
etc etc
no dia em que tivemos assunto
ele era tu
e logo
o assunto morreu
3.
talvez faças pouca falta
as cadeiras
as carteiras
os carpetes
seguirão arrumados
e além do mais
teu trabalho não gerava
mais valia
talvez em muitos
tua morte não produzirá saudade
(há quem não note a mão
que produz o produto
até que ele falhe ou falte
e teu trabalho
persistirá a ti)
4.
infelizmente não creio em
vida após a morte
mas crê
haverá luta na tua morte
para que mude o estado das coisas
para que chegue o dia
em que o estado não mate
ao contrário
morra
e aí
tu não serás morto
(nunca mais)
por Maurício de Oliveira Filho
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poesia
terça-feira, 6 de agosto de 2013
DOCUMENTÁRIO Os Direitos Humanos em Cuba. Fatos, Não Palavras! (Legendado)
Documentário que faz um Raio-X da democracia e do sistema político de
representação popular de Cuba. Através dele é possível conhecer o
processo eleitoral cubano e os meios de intervenção do povo nos rumos
sócio-econômicos da nação. Liberdade de expressão e batalha de idéias
são conceitos discutidos por populares, intelectuais, artistas e líderes
políticos do país. O sistema prisional e de seguridade social também
são investigados e vistos de perto. Trata-se de um filme que presta um
grande serviço a favor da disseminação do que ocorre, verdadeiramente,
em Cuba. Rompendo o bloqueio midiático orquestrado pelos EUA --
interessados na falência e na maculação de uma Revolução que trouxe
diversas benesses a um povo vítima de mais de 400 anos de exploração e
subdesenvolvimento -- o documentário joga uma luz muito forte em cima de
questões que pontuam, sistematicamente, as críticas (feitas pela
imprensa alienada ou muito bem "remunerada") em direção à ilha
caribenha.
Fatos, não palavras! Os direitos humanos em Cuba
(Hechos, no palabras. Los derechos humanos en Cuba)
Gênero: Documentário
Diretor: Carolina Silvestre
Duração: 93 minutos
Ano de Lançamento: 2007
País de Origem: Argentina - Idioma do Áudio: Espanhol
Fatos, não palavras! Os direitos humanos em Cuba
(Hechos, no palabras. Los derechos humanos en Cuba)
Gênero: Documentário
Diretor: Carolina Silvestre
Duração: 93 minutos
Ano de Lançamento: 2007
País de Origem: Argentina - Idioma do Áudio: Espanhol
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Cuba,
Direitos Humanos,
documentário
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
COM VANDALISMO * documentário completo
"SEM VANDALISMO!" repetiam gritando parte dos manifestantes que ocuparam
as ruas de Fortaleza. Mas na multidão das manifestações, que explodiram
no Brasil em junho de 2013, outros grupos empregaram métodos mais
diretos. Tachados de "vândalos", foram criminalizados por parte da
grande mídia, antes mesmo de serem ouvidos. Este documentário vai à
"linha de frente" para registrar os confrontos e entrevistar os
manifestantes para mostrar as motivações dos atos de desobediência
civil.
Documentário - 70min - junho de 2013 - COPYLEFT
Nigéria - www.facebook.com/nigeriafilmes
e-mail: contatonigeria@gmail.com
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